Guerra Civil

Crítica – Guerra Civil

Sinopse (imdb): Em um futuro distópico, um grupo de jornalistas percorre os Estados Unidos durante um intenso conflito que envolve toda a nação.

Bora pra mais um dos filmes que estavam na minha lista de expectativas pra 2024, o grande blockbuster da A24!

Guerra Civil (Civil War, no original) é o novo filme de Alex Garland, que até agora só tinha feito filmes “menores” e mais “herméticos”: Ex Machina, Aniquilação e Men (como roteirista, Garland tem filmes mais pop, como Extermínio, Sunshine e Dredd). Guerra Civil tem os seus momentos contemplativos, mas é um filme bem mais acessível que seus três anteriores. E, na minha humilde opinião é, de longe, seu melhor filme.

Guerra Civil é cinemão. Fotografia caprichada, mostrando um país destruído, em planos abertos, com boas atuações e um perfeito uso do som.

Guerra Civil começa com os EUA devastados por uma guerra, mas não existe uma explicação sobre os detalhes dessa guerra. Algumas cenas são colocadas aqui e ali pra situar o espectador, mas sem muitos detalhes (como a cena no posto de gasolina, quando ela oferece 300 dólares por meio tanque, e o cara só aceita porque são dólares canadenses, é assim que a gente descobre que o dólar americano não vale mais nada). Mas tem um diálogo no filme que explica a postura dos personagens: eles são jornalistas, são fotógrafos de guerra, a sua função é ficarem isolados sem tomar partido.

Talvez parte do público se sinta incomodada com isso. A gente vive num mundo cada dia mais polarizado, e inclusive rolam rumores sobre uma possível guerra civil real nos EUA. Mas aqui a gente não sabe detalhes, no filme não existe uma posição entre Esquerda e Direita. Somos os fotógrafos de guerra, estamos aqui só pra registrar a história.

Se a temática pode dividir o público, a parte técnica não tem o que se discutir. O filme tem vários planos abertos mostrando cidades parcialmente destruídas pela guerra. Claro que boa parte deve ser cgi, mas não dá pra saber o que é cgi e o que estava lá durante as filmagens. Além disso, o filme traz algumas cenas plasticamente muito bonitas, como por exemplo quando passam por árvores pegando fogo e vemos pequenas brasas flutuando no ar.

Adorei a edição de som. Em algumas sequências com muitos tiros e explosões, não ouvimos nada, só a música da trilha sonora. Também temos momentos de silêncio em pontos estratégicos da narrativa. E a sequência final é sensacional. Os protagonistas são fotógrafos de guerra, acompanhando soldados. Toda a sequência é entrecortada por registros fotográficos, “ao vivo”, e isso ajuda a manter a tensão.

Tem um detalhe que me incomodou um pouco, mas não é uma falha do filme. A personagem da Cailee Spaeny usa uma câmera com filme, daqueles que a gente precisa revelar. Heu até entenderia se fosse uma fotografia artística, entenderia a opção da personagem de usar filme. Mas se ela quer ser uma fotógrafa jornalística, é esquisito ter que ficar carregando rolos de filme e tendo que revelar tudo. Mas isso não é uma falha, é uma característica da personagem, ela gosta de fazer assim e explica isso no filme.

O elenco está muito bem. O filme foca mais no quarteto Kirsten Dunst, Wagner Moura, Cailee Spaeny (Priscilla) e Stephen McKinley Henderson (Beau Tem Medo) – lembro do Wagner Moura em Elysium, lá ele parecia “um brasileiro em Hollywood”; aqui ele já está “local”. Jesse Plemons só aparece em uma cena, uma cena bem tensa (que está parcialmente no trailer). Nick Offerman abre o filme, como o presidente dos EUA, mas também aparece pouco.

Filmão. Deve voltar aqui na lista de melhores de 2024.

Uma Família Feliz

Crítica – Uma família feliz

Sinopse (imdb): Em um condomínio fechado no Rio de Janeiro, uma mãe é duramente acusada de machucar as filhas gêmeas e o bebê recém-nascido. No entanto, a verdade por trás das cercas pode revelar uma crueldade inesperada.

Olha que legal, semana passada falei de Evidências do Amor, uma comédia romântica nacional. E hoje é dia de falar de Uma Família Feliz, um suspense nacional. Dois filmes nacionais de gênero!

Escrito por Rafael Montes (Bom Dia Verônica) e dirigido por José Eduardo Belmonte (Carcereiros), Uma Família Feliz começa muito bem, somos jogados no meio de uma sequência tensa, onde não entendemos o que está acontecendo, e depois a linha temporal volta e a história realmente começa.

Conhecemos o casal Vicente e Eva. Vicente tem duas filhas do primeiro casamento, e Eva está grávida. Ricos e bonitos, aparentemente é a perfeita “família de comercial de margarina”. Mas, pouco depois, as crianças e o bebê começam a aparecer com machucados, e não sabemos quem é o responsável por isso. Eva está passando por depressão pós parto, e claro que todos começam a desconfiar dela.

Tem um detalhe que ajuda o clima a ficar esquisito: Eva trabalha fazendo bonecas realistas. São umas bonecas assustadoras!

Uma coisa curiosa e bem atual é que Eva é “julgada e condenada” pelos amigos e vizinhos, e sofre uma espécie de “cancelamento”, mesmo sem a gente saber se ela é culpada ou não.

Tecnicamente falando, o filme é muito bem feito. Os dois atores principais, Reynaldo Gianecchini e Grazi Massafera, estão muito bem – principalmente Grazi, que tem mais tempo de tela. O clima de suspense é bem construído. Mas… Achei o filme longo demais. Tem uma hora que cansa. Ok, já entendemos, podemos seguir em frente?

Não vou entrar em spoilers, mas não gostei do final. A sequência é bem filmada, bem conduzida, mas não entendi a motivação do personagem para agir daquele jeito. Mesmo assim, ainda recomendo o filme. Sempre defendo filme de gênero nacional!

A Primeira Profecia

Crítica – A Primeira Profecia

Sinopse (imdb): Uma jovem americana é enviada a Roma para começar uma vida de serviço à Igreja. Ela acaba desvendando uma aterrorizante conspiração que deseja provocar o nascimento do mal encarnado.

Confesso que heu estava com a expectativa lááá embaixo pra ver mais uma releitura de um clássico do terror. Acho que O Exorcista O Devoto me deixou traumatizado. Mas, não é que A Primeira Profecia não é ruim?

Recapitulando a franquia: dirigido por Richard Donner, A Profecia foi lançado em 1976 e hoje é considerado um dos melhores filmes de “terror religioso” da história do cinema. Teve continuações em 78, 81 e 91, e uma refilmagem em 2006 (pra aproveitar a data 06/06/2006). Há 18 anos ninguém mexia na franquia, até que apareceu este prequel.

Longa metragem de estreia da diretora Arkasha Stevenson, A Primeira Profecia (The First Omen, no original), diferente da maioria das releituras recentes, é um filme extremamente respeitoso com o original de 1976. A Primeira Profecia tem cara de filme feito nos anos 70, não só nos figurinos e cenografias, mas principalmente nos posicionamentos e movimentações de câmera. A galera acostumada com o “terror Blumhouse” deve até estranhar.

Um parágrafo à parte pra falar da trilha sonora de Mark Korven. A trilha é sensacional, usa as cordas e o coro de maneira perfeita. E ainda criou uma nova versão para o tema do original, composto por Jerry Goldsmith (e que lhe deu seu único Oscar em toda a carreira). Essa é daquelas trilhas pra se ouvir quando estivermos no clima de algo assustador!

O elenco também é muito bom. Nell Tiger Free, da série Servant, manda muito bem como protagonista. E Sonia Braga tem um dos papeis principais! Tem dois atores que gosto em papeis menores, Bill Nighy (como um cardeal, bem diferente do que ele costuma fazer), e Ralph Ineson (que tem uma das vozes mais legais da atual Hollywood). Também tem uma ponta de Charles Dance. Também no elenco, Maria Caballero, Nicole Sorace e Ishtar Currie-Wilson (sou o único que achei ela parecida com a Mia Goth?).

A Primeira Profecia é bom, melhor do que a média, mas ainda não é um filme perfeito. Rolam alguns jumpscares meio óbvios – por exemplo, o “peguete” da protagonista, dava pra imaginar exatamente o que iria acontecer. O mesmo posso dizer sobre o plot twist que aparece no terço final. Acredito que a maior parte da audiência já desconfiava daquilo. E claro que, por ser um prequel, a gente já sabe mais ou menos como vai terminar – e tem gancho pra uma continuação.

Mesmo assim, A Primeira Profecia foi uma agradável surpresa. Ah, se todas as releituras de clássicos do terror fossem assim…

Ghostbusters: Apocalipse de Gelo

Crítica – Ghostbusters: Apocalipse de Gelo

Sinopse (imdb): Quando a descoberta de um artefato antigo libera uma força do mal, os Caça-Fantasmas originais e os novos precisam unir forças para proteger Nova York e salvar o mundo de uma segunda Era do Gelo.

Tivemos dois Caça Fantasmas nos anos 80, um muito bom em 1984, e uma continuação bem mais fraca em 1989. Em 2016 fizeram um reboot completamente isolado dos outros dois filmes, e que não agradou muito. Aí lançaram um “requel” em 2021, que é um reboot, com personagens novos, mas com elementos dos filmes da década de 80. Claro que teria continuação, né?

Mas, na minha humilde opinião, o pior problema de Ghostbusters: Apocalipse de Gelo (Ghostbusters: Frozen Empire, no original) é que este novo filme, na dúvida entre usar o elenco novo ou usar a galera dos filmes originais, resolveu usar todos ao mesmo tempo. E ainda traz personagens novos. Aí tem MUITA gente em tela, e o filme definitivamente não consegue equilibrar bem toda essa galera.

Um exemplo simples: Dan Aykroyd tem um papel importante, seu personagem tem uma função na trama. Ernie Hudson tem uma importância secundária, o personagem dele é o dono da parada, ele tem uma função, ainda que pequena. Agora, Bill Murray e Annie Potts não têm nenhuma importância na trama. Zero. Tire esses dois personagens e o filme não muda absolutamente nada. “Ah, mas e legal ver o Bill Murray de novo com o uniforme dos Caça-fantasmas!” Concordo, é legal. Mas não adianta trazer o cara e ele ser apenas “mais um”. Aqui ele tem a mesma importância de um figurante.

O mesmo posso dizer sobre “a nova geração”. Paul Rudd começa o filme parecendo que vai ser o protagonista, mas seu personagem some na metade do filme. E parece que a única função do Finn Wolfhard é interagir com o Geleia. E isso porque não estou falando do “segundo escalão”, de personagens inúteis como Lucky e Podcast!

Ghostbusters: Apocalipse de Gelo repete o trio de roteiristas de 2021: Ivan Reitman, Jason Reitman e Gil Kenan. Em 2021 a direção foi de Jason Reitman, agora é Gil Kenan que assume a cadeira. Falecido ano passado, Ivan Reitman (diretor dos dois filmes da década de 80), é homenageado nos créditos.

Tecnicamente, Ghostbusters: Apocalipse de Gelo é bem feito – o mínimo, já que estamos falando de uma superprodução blockbuster. O filme de estreia do diretor Gil Kenan foi a boa animação A Casa Monstro, e tem um trechinho aqui em animação bem legal, contando a história do monstro. E tem algumas piadas muito boas, ri alto no cd player com Spin Doctors. E, mais uma vez, os pequenos bonecos de marshmellow Stay Puft são as melhores piadas do filme. Pena que aparecem pouco!

Por outro lado, tudo demora muito pra se desenvolver. Quase nada acontece na primeira hora do filme. E o tal monstro só aparece na cena final, é um vilão muito pouco aproveitado. E a cena da cidade congelando, que está no trailer, é bem legal, mas é muito curta.

Tem outro problema, mas como vou comentar o destino de alguns personagens, preciso colocar um aviso de spoilers.

SPOILERS!
SPOILERS!
SPOILERS!

Tem uma cena na biblioteca onde eles explicam como o monstro age: ele congela o sangue, bla bla bla, mata a pessoa de frio. Um tempo depois, o monstro está solto, ataca a Phoebe, que é salva pela Lucky, que solta um raio em cima do monstro. O monstro então congela a Lucky. Mas, ela não morre! Pra que serve uma cena explicando o modus operandi do monstro, se quando ele entra em ação aquilo não vale nada?

Na verdade, na cena final, todos deveriam morrer, menos a Phoebe e o “Mestre do Fogo”. O resto estaria morto antes do monstro ser derrotado.

FIM DOS SPOILERS!

No elenco, além dos já citados Dan Aykroyd, Ernie Hudson, Bill Murray, Annie Potts, Paul Rudd e Finn Wolfhard, temos Mckenna Grace, Carrie Coon, Kumail Nanjiani, Patton Oswalt, Celeste O’Connor, Logan Kim, Emily Alyn Lind e James Acaste. Muita gente…

Ghostbusters: Apocalipse de Gelo não chega a ser ruim, mas é bem mais fraco que o anterior.

Evidências do Amor

Crítica – Evidências do Amor

Sinopse (imdb): Marco e Laura se conhecem em um karaokê e cantam juntos “Evidências”. Desde então, eles se apaixonam e formam um casal que parecia perfeito, até o destino ter outros planos.

Uma comédia nacional, baseada numa música sertaneja / brega, estrelada pela Sandy. E sim, é um dos melhores filmes que vi no cinema nas últimas semanas!

Vamos por partes. Primeiro queria falar da minha relação com a música Evidências. Vi na wikipedia que a música é de 1990, e fez muito sucesso em 90 e 91. Estranho, nessa época heu estava entrando na UFRJ, heu frequentava várias festas universitárias, heu deveria conhecer a música. Mas, não. Não tenhi nenhuma recordação de ter ouvido. Até que, já na década de 2010, minha banda Perdidos na Selva ia tocar num casamento, e os noivos pediram Evidências. Achei estranho, um show de rock nacional alguém pedir Chitãozinho e Xororó, mas achei que o casal poderia ter alguma história com a música. Fui estudar, a música é boa, tem acorde sus, diminuto, quinta aumentada, é uma música gostosa de tocar. No show, o salão inteiro perdeu a linha na hora da música. Fiquei impressionado, “como assim todos conhecem essa música que heu nunca tinha ouvido falar?”. É, heu estava realmente por fora.

Anos depois, entrei pra banda de karaokê da Érika Martins, o Chuveiro in Concert. E posso afirmar: temos um repertório com 70 músicas, e a única música que toquei em TODOS os shows é Evidências. E sempre a galera perde a linha. Não sei qual é o feitiço que existe nessa música, mas é real. Evidências altera o comportamento das pessoas!

Agora vamos ao filme. Mas, antes, queria repetir um parágrafo que escrevi no texto sobre O Sequestro do Voo 375, que se encaixa perfeitamente aqui: “o cinema nacional é composto, basicamente, de dois tipos de filme: a comédia besta com cara de Globo Filmes, e o filme hermético feito para passar em festivais. E heu não falo mal de nenhum dos dois tipos de filme. Porque a comédia é besta, mas muita gente curte e muita gente vai ao cinema por causa disso, e heu sempre defendi um filme que leva público para o cinema. Por outro lado, o filme hermético leva o cinema nacional para festivais importantes como Cannes e Veneza. Defendo que existam esses tipos de filme. O que não defendo é que quase todos os filmes lançados no circuito sejam desses dois tipos. Heu acho que a gente deveria ter vários estilos de filmes, como ação, terror, suspense, ficção científica, aventura…”

Sim, Evidências do Amor é comédia. Mas não é “comédia de bordão”, não tem cara de Globo Filmes. Parece mais uma cópia das comédias românticas hollywoodianas. Sim, não é original, mas é diferente do “de sempre”. Então, acho que podemos classificá-lo como “filme de gênero”.

A proposta lembra Eduardo e Mônica, outra comédia romântica brasileira baseada em uma música muito popular. Ambos são muito muito bons, mas são filmes com propostas bem diferentes, Eduardo e Mônica se baseia mais na letra da música, Evidências do Amor usa a música apenas como pano de fundo.

Dirigido por Pedro Antônio (que já dirigiu outras comédias que heu, por preconceito, escolhi não ver), Evidências do Amor traz uma história engraçada e emocionante sobre um casal que se conheceu cantando Evidências num karaokê, mas se separaram às vésperas do casamento. Um ano depois, toda vez que ele ouve a música, ele tem um apagão e é levado para uma lembrança ruim do relacionamento.

A edição é muito boa. Heu vi no relógio: a introdução do filme tem 11 minutos, e nesses 11 minutos conta um resumo de toda a história do casal, desde o momento que se conheceram até a traumática separação, e ainda tem várias versões da música Evidências ao fundo. E aproveito pra elogiar a edição musical: são muitas versões da música, e todas soam bem no filme!

O elenco está bem. Fabio Porchat é um cara muito engraçado, às vezes ele exagera um pouco, mas aqui os exageros dele cabem no personagem. Já a Sandy não é engraçada, e às vezes me parecia que o casal não tinha muita química, não sei o quanto disso é porque a gente tem uma certa dificuldade em separá-la do seu passado – não tem como vê-la em tela e não lembrar de “Sandy & Jr”. Mesmo assim, funciona pro que o filme pede. No elenco secundário, preciso citar a Evelyn Castro, que protagoniza algumas cenas hilárias ao lado do Fábio Porchat (apesar de até agora heu não ter entendido muito bem a amizade dela com o personagem do Fábio, se ela é a zeladora do prédio, se é a síndica, se é a dona, sei lá).

Evidências do Amor não é um grande filme, não vai ganhar prêmios. Mas, na minha humilde opinião, é o que o cinema nacional precisa: filme de gênero de qualidade. Porque, assim como aconteceu ano passado com O Sequestro do Voo 375, o espectador que entrar num multiplex no fim de semana para ver o filme, vai sair feliz e satisfeito com o que viu. Viva o cinema nacional de gênero!

O Problema dos 3 Corpos

3 Problemas em O Problema dos 3 Corpos

Sinopse (imdb): Uma fatídica decisão tomada na China dos anos 60 ecoa através do espaço e do tempo até um grupo de cientistas no presente, forçando-os a enfrentar a maior ameaça à humanidade.

Tá todo mundo falando dessa nova série da Netflix. Heu ia retomar Magnatas do Crime, mas resolvi antes encarar O Problema dos 3 Corpos, nova série criada por David Benioff e D.B. Weiss, criadores de um tal Game Of Thrones. Coincidência ou não, outra série que começou bem, mas não segurou a qualidade até o fim.

O Problema dos 3 Corpos é a adaptação do livro homônimo escrito por Liu Cixin, que já tinha ganhado uma adaptação de 30 episódios pela TV chinesa. Não li o livro, não vi a série chinesa, meus comentários serão apenas sobre a série da Netflix.

É complicado falar dos problemas de O Problema dos 3 Corpos sem entrar em spoilers, então vou dividir o texto em duas partes. Primeiro falo da série de um modo geral, depois entro em detalhes, com spoilers.

A série começa muito bem. Em uma linha temporal acompanhamos uma história que se passa na China dos anos 60, enquanto em outra linha vemos um grupo de jovens cientistas lidando com mistérios que estão acontecendo no mundo. Não sabemos se estamos em uma realidade paralela, se existe algo sobrenatural, ou alguma outra coisa, mas definitivamente “algo errado não está certo”.

Ao mesmo tempo somos apresentados a uma espécie de videogame de realidade virtual onde o jogador precisa salvar uma população de um planeta que orbita três sóis, e por isso tem uma órbita caótica. E tudo flui bem até a sequência no Canal do Panamá, uma sequência muito boa, voltarei a ela na parte com spoilers.

O problema é que isso acontece no quinto episódio, e a série tem oito episódios. A partir daí, são dois problemas. Um deles é que focam tempo demais num plot chato sobre a doença de um dos personagens, e é um plot arrastaaado… Ok, a gente já entendeu, podemos seguir com a história? Parece que não, porque continua arrastaaado… E pra piorar, na parte final inventam um plano que não faz o menor sentido em várias camadas diferentes.

Na minha humilde opinião, a série podia seguir caminhos muito mais interessantes do que os escolhidos. Por exemplo: o roteiro mostra um grupo que é uma mistura de seita religiosa fanática com adoradores de alienígenas, mas esse plot, que poderia render muita coisa, é apenas pincelado. Pensa só: se acontece algo misterioso que todo o planeta vê, muita gente ia mudar de comportamento na mesma hora!

Vamos à parte com spoilers?

SPOILERS!
SPOILERS!
SPOILERS!

Antes de entrar nos problemas, preciso fazer um elogio à cena do Canal do Panamá. Eles usam fios super fortes criados por uma nanofibra, e fatiam o navio, e tudo o que está dentro dele. A cena é sensacional, se você não quiser ver a série, vale catar essa sequência!

Vamulá. Tem uma coisa que me incomodou, mas não sou cientista, talvez tenha lógica, peço desculpas se o que vou falar é bobagem. Mas, o planeta dos aliens está orbitando em volta de três sóis, e por isso, acontece de vez em quando da população ser dizimada. E em um determinado momento da série os aliens falam que o desenvolvimento deles é mais evoluído que o nosso, mas esse desenvolvimento é mais lento, e que em 400 anos a tecnologia humana seria mais evoluída que a deles. Péra, como um planeta onde a população é dizimada de tempos em tempos consegue se evoluir tanto assim? Uma coisa que eles não têm é tempo!

Mas, não sou cientista. Talvez isso seja possível. Mesmo assim, achei que faltou uma linha de diálogo comentando isso.

Outra coisa estranha, mas não necessariamente uma falha, é a personagem Tatiana. A princípio é uma humana normal, mas ela parece que tem o super poder de se materializar onde ela quer. Pode ter explicação dentro do plano dos aliens? Pode. Faltou o roteiro desenvolver essa explicação.

Mais uma: depois do Canal do Panamá, aparece algo que cobre todo o planeta, o “olho do céu”. E no episódio seguinte, parece que isso nem aconteceu. Na boa, a sociedade ia mudar de vez depois daquilo. Várias pessoas iriam se dividir em grupos, ia ter a galera contra os aliens, a galera a favor dos aliens, a galera que ia dizer “tanto faz, já estarei morto quando chegarem”. O ponto é: o mundo não seria o mesmo.

Vamos aos problemas?

  • A sequência do Canal do Panamá é sensacional, mas tem uma falha grave. Eles falam que precisam abordar o navio de forma rápida, para não dar tempo de apagarem o HD. Mas, se o navio está sendo fatiado, como garantir que o HD não será fatiado também?
  • O alienígena que conversa com o líder da “seita” descobre que humanos mentem e, na mesma hora, cancela todo e qualquer contato. Vem cá, esse alien está em contato há anos, talvez décadas. Só agora descobriu que humanos mentem? Sério que essa é uma espécie mais inteligente? Vou além: o que aquela IA dentro do jogo faz, quando está testando as pessoas, não é uma espécie de mentira?
  • O plano final não faz o menor sentido. Eles vão mandar um cérebro, congelado, que vai se encontrar com o comboio dos alienígenas daqui a 198 anos (ou 398, não lembro). 1- Como o cérebro vai saber o momento de se descongelar? 2- Mesmo que se descongele, como o cérebro vai interagir com os aliens? 3- Se conseguir interagir, como vai mandar informações de volta pra Terra?

FIM DOS SPOILERS!

A série, claro, não tem fim. Gancho pra próxima continuação. Que espero que seja mais parecida com a primeira metade do que com a parte final.

Stop Making Sense

Crítica – Stop Making Sense

Sinopse (imdb): Considerado pela crítica como o maior filme-concerto de todos os tempos, a performance foi gravada ao longo de três noites no Pantages Theatre de Hollywood, em dezembro de 1983, e apresenta as canções mais memoráveis do Talking Heads.

Um amigo me convidou pra uma sessão especial de Stop Making Sense, versão remasterizada, comemorando 40 anos do lançamento, no Estação Botafogo. Já tinha visto, mas achei que seria um bom programa. Vou comentar o filme, depois comento a sessão.

Antes de começar o filme, temos um recado do próprio David Byrne comentando essa nova versão. Detalhe: ele gravou o recado para o público brasileiro!

A direção é de Jonathan Demme, que fez uns filmes simpáticos nos anos 80 (De Caso com a Máfia, Totalmente Selvagem) e em 1991 conseguiu um feito poucas vezes visto no cinema: dirigiu um filme que ganhou os cinco principais Oscar (filme, diretor, roteiro, ator e atriz): O Silêncio dos Inocentes.

Mas não vejo muito do estilo do diretor aqui. Stop Making Sense é o registro do show do Talking Heads, e a genialidade aqui está na concepção do show. Demme apenas teve que posicionar suas câmeras e registrar o que acontecia no palco.

O show começa com um palco vazio. Apenas um microfone num pedestal. David Byrne entra no palco, sozinho com um violão, e toca e canta uma música. Depois a baixista Tina Weymouth entra no palco e tocam a segunda música. Perto do fim, uma bateria é colocada no palco e a terceira música já tem Chris Frantz na bateria. Jerry Harrison, o outro guitarrista, entra na quarta música. Depois entram um percussionista e duas backing vocal. Depois um tecladista e um outro guitarrista. Depois que já temos nove músicos no palco, começam a colocar painéis e iluminação. Ao fim do show, o palco está completo.

Mesmo com toda essa movimentação, o show flui perfeitamente. E a gente ainda tem que se lembrar que era início dos anos 80, quase tudo no palco tem que ser cabeado (tem um momento que quase que uma das backing vocals tropeça no cabo do baixo da Tina Weymouth).

Jonathan Demme filmou 3 noites seguidas do show. As câmeras foram bem posicionadas, porque vemos vários closes e vários takes abertos, e não reparei em nenhum câmera! Segundo o imdb, em cada noite ele posicionava os câmeras em posições estratégicas, assim nenhum “vazava”,

Ah, Demme queria filmar alguns takes extras em estúdio, simulando o palco do teatro, mas a banda se recusou, dizendo que a resposta do público era algo essencial para a energia do palco. E que energia! David Byrne não pára em nenhum momento do show! O cara canta, toca, dança, pula, corre, é impressionante!

Pros mais novos que devem estar se perguntando “mas afinal o que é esse tal de Talking Heads?”, tem pelo menos duas coisas que acho que estão fortes na cultura pop até hoje. Uma é a música Psycho KIller, que não foi feita para o filme, mas é a música que abre o show. A outra é o terno gigante usado pelo David Byrne no fim do show, que é citado de vez em quando por aí (como no filme O Homem dos Sonhos, com Nicolas Cage).

Sobre a sessão no Estação: quando me convidaram, achei, ok, vamos lá, já vi o filme, tenho dvd, mas pode ser um programa diferente ver na tela grande. E para minha surpresa, uma boa notícia: o Estação estava lotado! Nenhuma poltrona vazia! Impressionante, um filme velho, que todo mundo já viu, numa quarta à noite, com lotação esgotada! Algumas pessoas se empolgaram e levantaram das suas cadeiras para dançar. E ao fim do filme, na última música, várias pessoas foram dançar debaixo da tela. O cinema vive!

Godzilla e Kong: O Novo Império

Top 10 Tosqueiras em Godzilla e Kong: O Novo Império

Sinopse (imdb): Godzilla e Kong enfrentam um monstro aterrorizante que ameaça todo o planeta.

Ninguém pediu, mas, vamos para o quinto filme do “monsterverse”, depois de Godzilla (2014), Kong: A Ilha da Caveira (2017), Godzilla II: Rei dos Monstros (2019) e Godzilla vs. Kong (2021). A crítica podia ser bem curta: “mais um filme de monstros gigantes com o Godzilla e o King Kong”. Mas acho que quem me acompanha sabe que procuro ser menos raso. Então vamulá.

Dirigido pelo mesmo Adam Wingard do filme de 2021, Godzilla e Kong: O Novo Império (Godzilla x Kong: The New Empire, no original) segue a mesma onda do filme anterior: um roteiro cheio de coisas sem sentido, mas algumas boas lutas entre monstros. E para o público carioca ainda tem um atrativo a mais: o filme termina com uma luta no Rio de Janeiro, que começa na praia do Leme e se estende pela cidade. Apesar de que, depois da briga na praia de Copacabana / Leme, os monstros vão pra outra parte da cidade que parece ser apenas um centro genérico de uma cidade qualquer, não dá pra saber se continuam no Rio de Janeiro.

Quem for ao cinema pra ver monstros gigantes brigando vai curtir. Mas é pouco, não? E o gosto ruim ainda fica pior porque não faz nem um ano que a gente teve Godzilla Minus One, que é um filme bem melhor do que qualquer um desses do monsterverse.

Resolvi então fazer um formato diferente, e vou listar aqui dez problemas que existem em Godzilla e Kong: O Novo Império. Bora?

1- Ninguém do elenco está bem. Mas a menininha é pééésima! Aliás, ela não é mais tão menininha assim, ela cresceu desde o último filme. Mas continua o filme inteiro com a mesma cara de choro!

2- Ilene participa de um projeto ligado aos monstros gigantes. E ganha a oportunidade de liderar uma expedição para a terra oca. Ela vai levar alguém que trabalha com ela? Claro que não! Ela vai levar um teórico da conspiração e um veterinário de animais gigantes, que acabaram de chegar, e também sua filha adolescente.

3- Na tribo dos Iwi, Ilene mostra que tem pleno domínio sobre a língua deles. Ela consegue ler com perfeição o que está escrito nas paredes há centenas (milhares?) de anos. Até aí, ok, aceito. Mas ela lê sobre um determinado monstro. Um texto escrito há centenas (milhares?) de anos, sobre um determinado monstro. Que ainda é uma ameaça. Vem cá, quantos anos vive um bicho desses? E se eles são eternos, como é que tem um filhote?

4- Aquele avião / nave espacial deve ser realmente muito fácil de pilotar. Afinal, depois que o piloto morre num acidente, qualquer um pode assumir o comando.

5- Kong machuca a mão. E eles tinham uma mão mecânica guardada ali ao lado. Que conveniente, não?

6- Ainda sobre a mão mecânica do Kong: outro monstro solta raios de gelo. Ué, uma mão mecânica aguenta gelo?

7- Sabe aquele momento que um personagem explica a lógica do filme? Tem aqui. Os personagens estão em um mundo onde nada faz sentido, mas, lá pelo terço final, Bernie resolve explicar um monte de coisas. Mas, 1- como ele aprendeu tudo isso?; 2- nada naquele mundo faz sentido, então ninguém se importa com as explicações!

8- Segundo a lógica do filme, a Mothra fica presa dentro de sei lá o que, e só sai pra proteger os Iwi. Dificil encontrar um exemplo melhor de “solução ex machina”.

9-Parte do filme se passana “terra oca”. De onde vem a luz que ilumina aquele local? E pra onde vai a água que cai das achoeiras?

10- Sobre as cenas no Rio de Janeiro, as cenas na areia claramente não foram filmadas aqui, as pessoas na areia da praia estão vestindo muitas roupas, e cariocas não vão à praia assim.

Magnatas do Crime (2019)

Crítica – Magnatas do Crime (2019)

Sinopse (google): Um talentoso estadunidense graduado em Oxford, usando suas habilidades únicas, audácia e propensão à violência, cria um império da maconha usando as propriedades dos aristocratas ingleses empobrecidos. No entanto, quando ele tenta vender seu negócio a um colega bilionário, uma cadeia de eventos se desenrola, envolvendo chantagem, decepção, caos e assassinato entre bandidos de rua, oligarcas russos, gângsteres e jornalistas.

Definitivamente a pandemia bagunçou com a vida da gente. Outro dia abri a Netflix e vi uma série do Guy Ritchie, “Magnatas do Crime / The Gentlemen”. Ué, o Guy Ritchie não tinha feito um filme com esse exato nome? Pra piorar, no meio de 2020 tive uns problemas pessoais, e passei um tempo sem postar aqui no heuvi. De 2008 até agora, foi a única época que deixei de fazer os meus textos. E Magnatas do Crime veio nessa época. Ou seja, não teve crítica aqui. Teve apenas um parágrafo, no top 10 de 2020:

Gostei de ter visto Guy Ritchie de volta ao submundo do crime cool e moderninho (os dois últimos dele foram Aladdin e Rei Arthur). Violência estilizada, personagens exóticos, bons diálogos, boa edição. Além de ter um elenco ótimo, Matthew McConaughey, Hugh Grant, Charlie Hunnam, Colin Farrell, Jeremy Strong, etc

Sinceramente, lembrava muito pouco do filme. Comecei a ver a série, e me lembrei de alguns detalhes, então, depois de ver o primeiro episódio, decidi que era melhor rever o filme antes de continuar a série.

Vamos ao filme então? Repetindo o que escrevi ali em cima: Magnatas do Crime (The Gentleman, no original) traz Guy Ritchie de volta ao submundo do crime cool. Magnatas do Crime lembra muito o estilo dos seus dois primeiros filmes: Jogos Trapaças e Dois Canos Fumegantes e Snatch, filmes com tramas rocambolescas, vários personagens esquisitos, trilha sonora moderninha e edição ágil. Por causa desses dois primeiros filmes Ritchie foi comparado com Tarantino, e aqui volta ao”estilo tarantinesco”.

A história dá um monte de voltas, é daquele tipo que apresenta um quebra cabeças com vários personagens e várias situações peculiares, e tudo se junta de maneira satisfatória no fim. E Ritchie consegue fazer um bom equilíbrio entre o humor e a violência (outra semelhança com Tarantino).

A comparação com Jogos Trapaças e Dois Canos Fumegantes e Snatch, é inevitável, mas este Magnatas do Crime tem uma diferença: tudo aqui parece mais estiloso. Todos estão muito bem vestidos, tudo é muito elegante. Continuamos com personagens criminosos, mas aqui todos são muito mais elegantes. Inclusive, segundo o imdb, Guy Ritchie levou Charlie Hunnam para comprar roupas para o seu personagem.

O elenco está muito bem. Na minha humilde opinião, o maior destaque é Hugh Grant, malandro que quer dar a volta em todos, e que é justamente o narrador da história – ele passa boa parte do filme contando sua versão dos fatos para o personagem do Charlie Hunnam, e, detalhe importante, nem sempre sua versão é o que realmente aconteceu (o filme faz piada com isso). Outro destaque é Colin Farrell, com um sotaque tão forte que fica difícil de entender o que ele fala. Também no elenco, Matthew McConaughey, Jeremy Strong, Michelle Dockery, Eddie Marsan e Henry Golding.

(Uma curiosidade sobre o elenco. Sting, o cantor, estava em Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes. Sua filha, Eliot Sumner, é Laura, a drogada resgatada pela equipe do Charlie Hunnam.)

Por fim, tem dois “momentos jabá” do próprio diretor. No inicio do filme, o chope servido para o Matthew McConaughey é da “Gritchie Brewery”, cervejaria do diretor. E no fim do filme, quando Hugh Grant está no escritório de um produtor de cinema, vemos o cartaz de O Agente da UNCLE.

Agora, a pergunta que muita gente está se fazendo: qual é a conexão entre o filme e a série? Bem, só vi um episódio, mas, já consigo responder isso. O protagonista aqui, interpretado pelo Matthew McConaughey, tem plantações subterrâneas de maconha espalhadas pela Inglaterra. No filme, conhecemos uma dessas plantações; no primeiro episódio da série, conhecemos outra. Só não sei se terá outra conexão entre filme e série,porque ainda não vi o resto.

Filme revisto, agora vou encarar a série e volto aqui depois pra comentar!

Kung Fu Panda 4

Critica – Kung Fu Panda 4

Sinopse (imdb): Após ser escolhido para se tornar o Líder Espiritual do Vale da Paz, Po precisa encontrar e treinar um novo Dragão Guerreiro, enquanto uma feiticeira perversa busca trazer todos os vilões-mestres já derrotados por Po do reino espiritual.

Heu não ia ver este quarto filme do Kung Fu Panda. Pra ser sincero, não me lembro do primeiro, e, pior, nem me lembro se vi o segundo e o terceiro. E, como comentei aqui num post ano passado, agora que meus filhos estão um pouco mais velho, tenho visto menos filmes infantis. Mas aí lembrei de Gato de Botas 2, que foi uma bela surpresa, e resolvi ir à sessão. Mas, vou fazer meus comentários aqui como um espectador leigo: não trarei nada de head canon relativo aos outros filmes!

O panda Po precisa treinar seu sucessor. Ele escolhe uma ladra e os dois saem “em grandes aventuras”. Claro, tem uma nova e perigosa vilã, mas não achei nada demais, não tem nada de memorável nela. (Li críticas sobre a história não usar os “Cinco Furiosos”, que estavam nos outros filmes. Como falei, me lembro pouco dos outros filmes, então isso não me incomodou.)

Se Gato de Botas 2 trouxe uma textura diferenciada nas imagens (influência de Aranhaverso), aqui a animação não traz muitas novidades técnicas. Algumas cenas de ação ficam com a tela dividida, o que traz um bom efeito visual, e tem uma luta num “contra luz”, onde vemos apenas as silhuetas. Ok, tecnicamente bem feito, mas alguns degraus abaixo dos outros dois filmes citados neste parágrafo.

Claro, o filme é engraçado – as vozes originais são de Jack Black e Awkwafina, ninguém vai esperar algo diferente da comédia. Mas preciso dizer que o que achei mais engraçado foram aqueles coelhinhos “do mal”. Não tem como não lembrar de Monty Python!

Sobre a trilha sonora, preciso dizer que gostei muito de uma versão instrumental de Crazy Train, do Ozzy Osbourne, num daqueles “momento videoclipe”. Se a sequência é clichê, pelo menos criaram uma nova versão da música. O resto da trilha é apenas competente.

Parece que Kung Fu Panda decepcionou os fãs da franquia. Mas, se você for ao cinema apenas atrás de uma hora e meia de uma animação divertida, pode até curtir.