Mórbido Silêncio / Strangeland
Numa cidade pequena chamada Helverton, um maluco sadomasoquista, entusiasta de piercings, tatuagens e body modification, sequestra vítimas que encontra pela internet, através de chat rooms adolescentes.
Este é um daqueles filmes com cara de vagabundo que infestam as prateleiras de 9,90 de lojas como a Casa & Video ou Americanas. Na capa, a única informação interessante que temos é sobre a participação de Robert Englund, o eterno Freddy Kruger, no elenco. Mas tem algo a mais. Por que este filme deve ser reconhecido pelos fãs de rock’n’roll?
A explicação, claro leitor, está no nome do roteirista do filme: um tal de Dee Snider. Sim, ele mesmo, o “twisted sister” em pessoa. Além de roteirista, Snider ainda tem um dos papéis principais.
E aqui é que não entendi uma coisa. Se um cara escreve um roteiro e vai participar do elenco, ele tem oportunidade de escrever algo específico para ele. Peguemos o exemplo do Tarantino: todos sabem que ele é fã de pés femininos, certo? Bem, em Um Drink no Inferno, quando Salma Hayek enfia o dedo do pé na boca de um dos personagens e derrama vinho pela perna, quem é o personagem que bebe o vinho através de seu pe? Claro que é o próprio Tarantino! Aí vem o Dee Snider, escreve um roteiro, e qual é o papel que ele cria pra ele mesmo? O maluco sadomasoquista… Isso ficou esquisito…
O filme parece ser uma ode à liberdade de se alterar o próprio corpo e sentir os prazeres da dor que isso causa. Não conheço a vida pessoal de Snider, mas ele deve ser ligado nessas coisas…
(Heu, por razões pessoais, gostei foi do nome da cidade, Helverton. Não sei se a cidade existe, mas até achei um nome simpático! Pelo menos para quem se chama Helvecio! 😀 )
Ah, sim, voltemos ao filme. Não vai mudar a vida de ninguém, mas não é tão óbvio quanto uma prateleira de 9,90 pode sugerir. O roteiro guarda algumas surpresas e o Captain Howdy, personagem de Snider, é até interessante. Pode ser uma boa sugestão para aqueles na pilha.