Centurião / Centurion

Centurion

Uêba! Tem filme novo do Neil Marshall disponível pra download!

Em 117 D.C., no norte da Bretanha, um grupo de soldados romanos, remanescentes da lendária Nona Legião, é atacado por bárbaros pictos, e agora precisam fugir pelas suas vidas.

É bom deixar claro: Centurion não é um filme de terror. É que o nome de Neil Marshall lembra filmes do estilo, afinal, o cara fez Cães de Caça e Abismo do Medo… Mas é bom lembrar que seu último filme, Juízo Final, já não era mais terror.

Centurion não é terror, mas tem muita violência e muito sangue – aliás, coerente com o tema medieval. Muito mais violência que habitualmente vemos em produções semelhantes. Incompatível com padrões hollywoodianos, a quantidade de sangue no filme deve atrapalhar a sua distribuição. Mas, por outro lado, não vai decepcionar os apreciadores do gênero.

Falando na violência, pena que o meu Top 10 de melhores cenas de massacre já rolou. Porque o ataque dos pictos aos romanos mereceria estar lá…

Diferente de títulos como Gladiador, Centurion não se preocupa com o background dos personagens – o que achei uma escolha acertada. Afinal, no meio da pancadaria, não senti falta de explicações e motivações internas… O importante é a porrada! 😉

Outra coisa muito boa aqui são as locações. Belíssimas montanhas e florestas geladas inglesas e escocesas. Às vezes a gente quase esquece da história pra ficar vendo as paisagens! E os créditos iniciais souberam aproveitar, em letras tridimensionais, flutuando pelas paisagens. Boa escolha!

O diretor vai ficando famoso, o elenco começa a ter nomes mais conhecidos… Em seus dois primeiros filmes, ninguém digno de nota; em Juízo Final, rolou Rhona Mitra de protagonista e ponta de Bob Hoskins. Agora temos Michael Fassbender (logo depois de Bastardos Inglórios), Olga Kurilenko (007 Quantum Of Solace) e Dominic West (O Justiceiro – Zona de Guerra). Se ainda não são nomes do primeiro escalão, pelo menos são atores com currículo melhor. E todos estão bem.

Centurion ainda será lançado nos EUA (é uma produção inglesa), mas já existe nos sites de torrent em dvd-rip. Boa opção de download!

A Verdade Nua



A Verdade Nua

Nos anos 50, Lanny e Vince são uma dupla de atores, apresentadores de uma famosa “telethon” (uma maratona televisiva beneficente), que se separam após um incidente envolvendo uma jovem morta. Quinze anos depois, uma jornalista investiga o caso.

Escrito e dirigido por Atom Egoyan em 2005, A Verdade Nua (Where The Truth Lies, no original) tem uma interessante narrativa usando flashbacks. Mas, por outro lado, tem um grave problema ao não valorizar o mistério sobre o crime. O roteiro não soube aproveitar bem isso…

O filme vale pela inspirada atuação da dupla Kevin Bacon e Colin Firth, ambos muito bem – li em algum lugar que a inspiração para a dupla seria Jerry Lewis e Dean Martin. A atuação de Alison Lohman foi criticada na época do lançamento do filme, mas, na minha humilde opinião, ela está bem, o roteiro é que não ajuda.

Rola muito sexo, nudez e drogas, mas nada é gratuito, tudo está bem inserido na trama. Inclusive, o filme foi envolvido numa polêmica entre o diretor Egoyan e a censura norte-americana, que pedia cortes no filme. Mas uma das mais importantes cenas, um ménage entre Bacon, Firth e Rachel Blanchard, é essencial para a trama e não tinha como ser editada, só se fosse refilmada. Assim, o filme não escapou da temida classificação NC-17, o que atrapalhou bastante a sua distribuição.

Não é um filme essencial, mas pode ser uma opção para aqueles dias menos exigentes.

Starcrash

Starcrash

Stella Star e Akton, dois contrabandistas espaciais, são capturados e depois contratados pelo imperador numa missão de resgate contra o malvado Conde Zarth Arn e sua poderosa arma misteriosa.

Não conhecia este quase plágio de Guerra nas Estrelas, feito em 1978. Aí descobri que o filme é italiano, e tudo fez sentido! Na década de 70, a Itália copiou vários filmes americanos, principalmente westerns e filmes de terror, criando os famosos “western spaguetti”. Quase sempre eram filmes vagabundos, com orçamentos pequenos e resultados de qualidade duvidosa. Mesmo assim, o cinema ganhou nomes talentosos na época, como Sergio Leone, Dario Argento e Lucio Fulci.

Starcrash é uma “ficção científica spaguetti”!

Visto hoje em dia, Starcrash é um legítimo trash movie. Atuações caricatas, trama ridícula e “defeitos” especiais. Me questiono se na época era pra ser sério…

Na verdade, o que mais enfraquece Starcrash é a comparação com Guerra nas Estrelas. Por um lado, tem coisas em Starcrash que beiram o plágio – caramba, tem até um sabre de luz aqui! Por outro lado, os efeitos do filme de George Lucas são muito melhores (e olha que foi feito um ano antes!)

Falando do roteiro, não só parece um plágio barato, como ainda traz situações tão ridículas que o filme às vezes parece uma comédia. Tem cenas mais engraçadas que paródias como Spaceballs!

O elenco traz dois nomes curiosos. O imperador é ninguém menos que Christopher Plummer, que, nas poucas vezes que aparece, está com uma cara de “o que estou fazendo aqui?”. E seu filho é um dos primeiros papéis de David Hasselhoff, que anos mais tarde ficaria famoso por protagonizar os seriados A Super Máquina e Baywatch.

Parágrafo novo pra falar da única coisa que Starcrash tem melhor que Guerra nas Estrelas: a protagonista Stella Star interpretada pela atriz Caroline Munro e suas roupas pequenas e decotadas! Cinco anos antes do biquíni dourado de O Retorno do Jedi, Stella Star usa roupas tão sexy quanto!

Definitivamente, Starcrash não é pra qualquer um, nem pra qualquer hora. Mas, se visto no clima certo, é diversão garantida!

A Origem

A Origem

O novo filme de Christopher Nolan, o incensado diretor de Batman – O Cavaleiro das Trevas, chega aqui com algo invejável no currículo: o terceiro lugar no Top 250 dos melhores filmes de todos os tempos do imdb. Impressionante, não?

O filme é bom. Mas não achei tudo isso não…

A trama fala de pessoas com a habilidade de entrar no sonho de outras pessoas. Um homem com habilidade de roubar ideias e conhecimentos de dentro de sonhos alheios é contratado para inserir uma ideia – algo que até agora nunca tinha sido feito.

O filme tem um grande mérito: é uma ideia nova, numa Hollywood repleta de refilmagens e releituras. Ok, esse papo de entrar nos sonhos alheios já estava em Dreamscape – Morte nos Sonhos, de 1984. Mesmo assim, não é uma ideia reciclada, são filmes diferentes.

Os efeitos especiais são impressionantes. Ruas que se dobram, brigas em gravidade zero, edifícios desmoronando como castelos de areia… Rola até uma versão “real” da famosa escada infinita de Escher! E o melhor de tudo é que os efeitos não são daqueles que atrapalham a história, como num Transformers, por exemplo.

O elenco estelar é outro destaque. Leonardo Di Caprio, ainda com resquícios de seu papel em Ilha do Medo, lidera um elenco cheio de atores legais: Joseph Gordon-Levitt (500 Dias Com Ela), Ellen Page (Juno), Marion Cotillard (Inimigos Públicos), Ken Watanabe (O Último Samurai), Cillian Murphy (Extermínio), Tom Berenger, Lukas Haas, Tom Hardy, Dileep Rao, e ainda rolam participações especiais de Michael Caine e Pete Postlethwaite.

(Pequeno parênteses para falar do Joseph Gordon-Levitt. Sou fã dele desde a época que ele era o ator adolescente que fazia o Tommy Solomon em 3rd Rock From The Sun. Parece que ele encontrou o caminho para o estrelato. Depois de Killshot, G.I. Joe e 500 Dias com Ela, aqui ele é o principal coadjuvante. Tommy Solomon vai longe!)

E aí a gente chega no ponto que falei lá em cima. Uma super produção destas merecia um roteiro melhor! O roteiro de A Origem tem um monte de pequenas inconsistências. Por exemplo: quem está sonhando acorda ao sentir que está caindo – mas quando a van capota, ninguém acorda. Ou então o lance de morrer no sonho e, às vezes acordar, às vezes ir pro limbo. Ou ainda a gravidade zero, que rola em um nível, mas não no nível seguinte. Algumas destas falhas são explicadas, mas as explicações são tão forçadas…

(Também tem a péssima mira dos vilões armados, mas isso infelizmente é uma constante nos filmes de ação em Hollywood…)

Christopher Nolan é um cara talentoso. Este é o seu sexto filme nos últimos 10 anos, todos bons (Amnésia, Insônia, O Grande Truque e os dois novos Batman). Com o crescente sucesso de público e crítica, ele escreveu e dirigiu este A Origem, e aredito que ele achava que ia ser a sua obra prima. E o pior é que tem muita gente que concorda com ele, vide a lista do imdb!

Como disse lá em cima, o filme é bom, melhor que a média. Só não espere por uma obra prima, como os outros que estão na lista do imdb.

Plaguers

Plaguers

Trash bem trash mesmo, Plaguers é daqueles filmes com roteiro fraco, atores péssimos e efeitos especiais toscos.

A trama mostra uma nave espacial que carrega um vírus alienígena, que cai numa armadilha feita por piratas-mulheres-gostosas, e logo depois o vírus é espalhado, transformando as pessoas em monstros. Mais ou menos isso.

Alguns vão se perguntar “por que esse cara insiste em ver filmes tão ruins?” – principalmente quem leu minhas críticas de filmes como The Blackout, The Crypt ou Edges of Darkness. Bem, Plaguers é ruim, mas pelo menos é um trash assumido. E gosto da mistura terror + ficção científica.

Tem mais: no meio do elenco de péssimos atores, está Steve Railback. O cara pode não ser bom ator, mas ele tinha o papel principal em Força Sinistra! 😉

(A bola fora do elenco é nenhuma das atrizes tirar a roupa… Pô, um monte de piratas mulheres com roupas de cheerleader e todas vestidas o tempo todo?)

Enfim, só pra quem curte um bom trash…

Cadillac Records

Cadillac Records

Uma cinebiografia da Chess Records, a gravadora que lançou nomes como Muddy Waters, Chuck Berry, Etta James e Howlin’ Wolf? Tem tudo pra dar certo!

Em 1947, Leonard Chess (Adrien Brody) abre um estúdio de gravação só para artistas negros, como Muddy Waters (Jeffrey Wright) e Little Walter (Columbus Short), e cuida deles como se fossem uma grande família. Pouco depois, Chuck Berry (Mos Def) praticamente inventa o rock’n’roll dentro de seu estúdio.

Infelizmente, o desenvolvimento do filme não flui bem. Os eventos são jogados na trama, senti falta de uma linha temporal mais bem definida. Por exemplo, os Rolling Stones aparecem do nada e desaparecem da mesma forma. E o mesmo acontece várias outras vezes ao longo do filme.

Depois descobri outro problema, que não tem a ver exatamente com o filme em si, mas com a História. Li pela internet que vários dos fatos estão incorretos. Leonard não estava sozinho, a gravadora foi fundada ao lado de seu irmão; Muddy Waters já tinha gravado antes da Chess Records; Leonard nunca se envolveu romanticamente com Etta James; etc. Isso sem contar com alguns nomes importantes deixados de lado, como Bo Didley!

Apesar dissol gostei muito das atuações. Adrien Brody, como sempre, manda bem. Jeffrey Wright, eterno coadjuvante, brilha como protagonista no papel de Muddy Waters. Beyoncé Knowles não só interpreta Etta James como ainda regravou suas músicas. Mos Def rouba a cenacom um Chuck Berry perfeito. E Columbus Short também está ótimo como o explosivo Little Walter. E ainda tem Cedric the Entertainer como Willie Dixon e Eamonn Walker como Howlin’ Wolf. O elenco realmente estava inspirado!

Apesar dos problemas, Cadillac Records é um bom programa para os apreciadores de música negra dos anos 50.

Srpski film – A Serbian Movie

Srpski film – A Serbian Movie

De vez em quando aparecem por aí uns filmes realmente chocantes. Srpski Film (ou A Serbian Movie) é um deles.

Srpski Film fala de uma lenda urbana da história do cinema: os snuff movies. Um snuff é um filme de sexo onde aconteceria uma morte real. Só que até agora ninguém provou a existência de um snuff

(Com a popularização da internet, já vi sites que mostram supostas mortes reais. Mas confesso que nunca parei pra prestar atenção se é de verdade ou fake…)

A trama de Srpski Film mostra Milos (Srdjan Todorovic), outrora um dos maiores atores pornôs, agora aposentado e em crise financeira. Ele recebe uma proposta para voltar e fazer apenas um filme e ganhar um bom dinheiro e não se preocupar com o futuro. O problema é que não dizem qual o estilo da sua nova produção.

O filme é casca grossa. Violência, tortura, necrofilia, pedofilia… O diretor Srdjan Spasojevic pega pesado nas cenas chocantes – inclusive, o sexo é quase explícito. E o melhor de tudo é que tudo isso está inserido no contexto do filme, nada é gratuito.

Gostei da narrativa da segunda parte do filme. Milos é drogado e acorda três dias depois, e começa a refazer os seus passos para tentar se lembrar do que aconteceu. E a cada passo, a história fica mais pesada, até chegarmos na parte final do filme, um soco na cara do espectador. Causa um desconforto daqueles que dura por dias. Senti algo parecido depois de ver Saló e Irreversível (ambos no cinema).

Por ser um filme extremamente desconfortável, não recomendo Srpski Film para ninguém. Mas reconheço que é um filme muito bom dentro do que se propõe.

Último comentário: baixei uma versão “screener”, com marca d’água durante todo o filme, e algumas vezes aparece escrito na tela “property of Contra Films”. Normalmente, sou contra ver filmes assim, perfiro esperar por versões melhores, mas, um filme desses, não sei quando aparecerá uma outra versão…

O Segredo da Rua Ormes

O Segredo da Rua Ormes / 5150 Rue des Ormes / 5150 Elm Street

Uêba! Mais um filme francês ultra-violento!

Yannick, um jovem estudante de cinema, se acidenta de bicicleta, e vai procurar ajuda. No lugar errado, na hora errada…

Depois de Haute Tension, A L’Interieur e Martyrs, um filme como 5150 Rue des Ormes não é surpresa para ninguém. O diretor Éric Tessier traz mais um eficiente e tenso filme francês.

Este não tem tanto gore quanto os outros que citei no parágrafo anterior. Mesmo assim, a violência é grande. Yannick presencia o que não deveria, e então é mantido prisioneiro por uma das melhores famílias de desequilibrados da história do cinema!

Jacques Beaulieu, o pai da família, é um ótimo personagem. Completamente pirado, usa um código de ética distorcido, inventado por ele mesmo. E usa o xadrez como catalisador da sua insanidade.

O elenco é desconhecido por aqui. Nenhum nome se destaca, mas todos estão bem.

Boa opção pra quem gosta do estilo! Infelizmente, acho que só através de download – este tipo de filme nunca chega aqui, né?

23/09 Atualização – este filme está na programação do Festival do Rio!

Open House

Open House

Um filme com a Caprica Six (Tricia Helfer), de BSG, e a Sookie Stackhouse (Anna Paquin), de True Blood? Opa! Vamos ver qualé!

Que grande decepção…

A trama, rasa como um pires, fala de um casal de desequilibrados que ocupa casas que estão à venda e assassina quem aparecer no caminho.

Parece pouco, e é. E parece inconsistente, e também é. Então, quer dizer que se pessoas começarem a desaparecer, ninguém vai procurar? E de que o tal casal vive?

Bem, pelo menos a Tricia Helfer aparece durante todo o filme. Porque a Anna Paquin aparece rapidamente em uma cena e não volta…

Vendo os créditos, descobrimos que o filme foi escrito e dirigido por um tal de Andrew Paquin. Segundo o imdb, é irmão da Anna, e aí a gente entende que ela ajudou… Pena que, aparentemente, o talento não é hereditário…

Aliás, é bom falar: o cartaz vende o filme como se fosse estrelado por Paquin e seu namorado Stephen Moyer (ambos protagonistas de True Blood), mas ele aparece pouco e ela quase não aparece. Por outro lado, Rachel Blanchard tem um grande papel e nem está no cartaz…

Recomendado somente aos fãs radicais da Tricia Helfer…