Nossa vida exposta

Nossa vida exposta

Documentário sobre Josh Harris, que apesar de ser um nome pouco conhecido, é um pioneiro da internet. Ainda nos anos 90, ele falava de redes sociais (como orkut, facebook e myspace são hoje em dia), onde todos iriam querer desnvolver o conceito de Andy Warhol, de “15 minutos de fama” para “15 minutos de fama por dia”.

Já falei antes aqui no blog. Não gosto muito de documentários. O problema é que se o assunto é legal, o filme fica legal; mas se o assunto ficar chato, o mesmo acontece com o filme.

Neste documentário, dirigido por Ondi Timoner, acontece isso. Alguns momentos são bem legais, outros são bem monótonos, tudo de acordo com o momento que Harris está passando.

Nossa vida exposta (We Live In Public, no original) mostra alguns momentos geniais da vida de Harris. Ainda  nos anos 90, ele criou o pseudo.com, um site que era uma rede de tv a cabo online, onde programas eram misturados com chat rooms. Depois, perto da virada de 1999 para 2000, criou o Quiet, uma sociedade com suas regras próprias, usando um vasto espaço subterrâneo em Nova York e convidando dezenas de pessoas para submeter seu cotidiano a câmeras por trinta dias. Depois fez o mesmo em sua vida particular, instalando câmeras em sua casa. Ideias novas e interessantes, ok. Mas seus desdobramentos, nem sempre.

Tem outro problema: Harris não é um cara carismático. Suas criações são interessantes, mas ele não é. Fica difícil torcer pro “mocinho”. Assim, o filme perde força quando foca mais no “criador” que na “criatura”.

E assim, entre altos e baixos, Nossa vida exposta segue até um fim estranho – me parece irreal a atual situação de Harris…

Independente dos altos e baixos do filme e da personalidade do seu protagonista, Nossa vida exposta vai agradar àqueles que se interessam pela evolução da internet. Ah, e o filme ganhou o Grande Prêmio do Júri de Melhor Documentário no Festival de Sundance 2010.

O Garoto de Liverpool

O Garoto de Liverpool

Um filme mostrando a adolescência de John Lennon? Ok, vamos ver.

Aos 15 anos, John é um adolescente normal, inteligente e rebelde, que vive desde os cinco anos de idade com a rígida tia Mimi. Um dia, se reencontra com sua mãe, que tem um estilo de vida completamente diferente da tia, o que gera um certo atrito na família.

Um aviso aos beatlemaníacos: este filme não é sobre os Beatles! Vemos o primeiro encontro de John Lennon com Paul McCartney e, pouco depois, com George Harrison. E o filme termina com John se despedindo da tia porque estão indo para a Alemanha, tocar com “aquela outra banda”. Mas o nome Beatles sequer é citado!

Apesar do fundo musical, o principal foco de O Garoto de Liverpool (Nowhere Boy no original), longa de estreia da diretora inglesa Sam Taylor-Wood, é nas conturbadas relações entre John Lennon, sua mãe e sua tia.

Ainda assim, a parte musical é bem legal. Lennon, então com 15 anos, aprende a tocar banjo, muda para o violão e monta, com colegas da escola, a banda The Quarrymen, através da qual conhece Paul e George. E o resto é história da música pop…

Lennon é interpretado por Aaron Johnson, o protagonista de Kick-Ass. Ele faz um bom trabalho, mas acho que poderiam ter usado um ator mais parecido com o músico. Aliás, defeito igual acontece com Paul e George. Custava eles terem feito como em Backbeat? Lembro que o ator Ian Hart foi chamado para o filme devido à sua semelhança com Lennon! Já Kristin Scott Thomas e Ann-Marie Duff, respectivamente a tia e a mãe, estão ótimas.

Bom filme. Só não sei se beatlemaníacos vão gostar…