Sunshine Cleaning / Trabalho Sujo

Sunshine Cleaning / Trabalho Sujo

Na escola, Rose foi líder de torcida. Mas agora sua vida não tem nenhum glamour: é mãe solteira, é amante de um homem casado, e trabalha como empregada doméstica. Sua irmã mais nova, Norah, que pula de emprego pra emprego, e seu pai, um vendedor, são outros dois fracassados. Rose, no entanto, está disposta a mudar de vida, e convence Norah a ingressar com ela no milionário ramo da limpeza de cenas de crime.

Dirigido por Christine Jeffs, Sunshine Cleaning é um simples e comovente drama sobre uma família de “losers”.

A atuação do trio principal é muito  boa. Amy Adams, Emily Blunt e Alan Arkin estão ótimos. Também estão no filme Steve Zahn, Mary Lynn Rajskub (a Chloe de 24 Horas), Clifton Collins Jr e o garoto Jason Spevack.

Mas a história é bobinha demais. Acaba o filme e a gente se pergunta “ok, mas, e daí?” O argumento era bom, o elenco era bom, mas a história… É vazia…

O filme está no Festival do Rio de 2010, mas não é tão novo assim, esteve no Festival de Sundance de 2008.

Buraco Negro / Black Heaven / L’Autre Monde

Buraco Negro

Gaspard encontra um celular perdido. Seguindo o dono, acaba o encontrando morto em uma estranha cerimônia de suicídio. Ao lado dele está, desacordada, a bela e sedutora Audrey, que acaba atraindo Gaspard, levando-o a conhecer um jogo virtual chamado Black Hole, onde ela vive uma vida paralela.

O ritmo do filme dirigido por Gilles Marchand é lento. Mas acredito que foi proposital, para mostrar um certo marasmo que acontecia com a vida de Gaspard. Encontrar Audrey e o jogo virtual foi a grande virada na sua vida.

O clima do jogo virtual é bem interessante. O jogo Black Hole é a melhor coisa do filme. Tudo escuro, contrastando com as ensolaradas locações. Aliás, belas locações, tem uma pequena praia incrustada em rochedos tão linda que dá vontade de tirar férias e ir pra lá. E olha que não gosto de praia!

O elenco não traz nenhum nome conhecido por aqui, mas acho que a gente pode apostar em Louise Bourgoin, protagonista de Les aventures extraordinaires d’Adèle Blanc-Sec, próximo filme de Luc Besson.

Buraco Negro esteve no Festival de Cannes deste ano, e agora, no Festival do Rio.

Federal

Federal

Um filme policial nacional, com Carlos Alberto Riccelli, Eduardo Dussek e Michael Madsen no elenco? Opa! Tô dentro!

(Na verdade, o filme também é estrelado por Selton Mello. Mas, diferente dos três citados aí em cima, Selton não é novidade nenhuma no cinema nacional. Ele é o cara, e tá em todas, né?)

Dani (Selton Mello) e Vital (Carlos Alberto Riccelli) lideram um grupo de elite do Comando de Operações Táticas da Polícia Federal de Brasília, para caçarem o playboy e traficante Beque Batista (Eduardo Dussek).

Dirigido por Eryk de Castro, Federal tem seus méritos, mas também tem seus defeitos. Dá pra ver que se trata de uma produção modesta, as cenas internas são mal iluminadas, a câmera às vezes treme um pouco…

Mas, na minha humilde opinião, os méritos são maiores que os defeitos!

Os atores estão muito bem. Selton Mello apresenta a eficiência de sempre, e Carlos Alberto Riccelli, cinquentão, está em ótima forma. Roberto Cano e Christovam Netto, os outros dois policiais que acopanham Selton e Riccelli, também mandam bem. Michael Madsen aparece pouco, e é o que se espera. Aliás, na cena do avião, ele solta uma frase muito boa e politicamente incorreta sobre as mulheres brasileiras.

Mas as melhores frases de efeito politicamente incorretas estão com Eduardo Dussek. Tem uma cena onde ele fala coisas como “no Brasil, as leis servem para ajudar os bandidos” e “aqui tem carnaval o ano todo (pra gente vender as drogas)”. Genial! Parabéns aos roteiristas pelos excelentes diálogos!

A parte técnica – defeito comum em boa parte da produção nacional – também não decepciona. Ok, o filme tem orçamento pequeno. Mas temos várias tomadas aéreas pela cidade e todos os tiroteios são convincentes.

Para os fãs de rock nacional 80: Philippe Seabra, ex Plebe Rude, trabalha na trilha sonora. E rola uma “cena homenagem”, onde dois policiais estão num carro, ao som de “A Ida”, da Plebe, e um fala para o outro “sangue e porrada na madrugada” (de “Vida Bandida”, do Lobão), enquanto o outro responde “polícia para quem precisa” (de “Polícia”, dos Titãs).

Enfim, boa opção na programação do Festival, e, esperamos, em breve no circuito!