A Lenda dos Guardiões
Soren, uma jovem coruja fascinada por histórias épicas contadas por seu pai sobre os guerreiros Guardiões de Ga’Holle, acaba sequestrada por um grupo de corujas malvadas que querem dominar o Reino do Oeste e a Grande Árvore. Soren precisa fugir e encontrar os guerreiros para salvar o futuro das corujas.
Dirigido por Zack Snyder (300, Watchmen), A Lenda dos Guardiões tem um visual deslumbrante, mas tem uma falha grave: não se define muito sobre o seu público alvo. Uma animação com corujas remete a filmes infantis (ainda mais quando a divulgação fala em “do estúdio de animação de Happy Feet – O Pinguim“). Mas o filme não tem o humor característico das produções infantis recentes, além de ser demasiado violento – não mostra sangue, mas as batalhas são bem “duras”.
Tirando este “pequeno” detalhe de lado, o filme é bem legal. E a animação, absurdamente bem feita – principalmente se visto em 3D.
As animações hoje em dia alcançaram uma qualidade muito boa. E é sempre um prazer quando vemos um filme que ainda surpreende em termos técnicos. A Lenda dos Guardiões é assim: as corujas e os cenários são extremamente “reais”, vemos cada detalhe, cada pena, cada gota de chuva. Tudo muito bem feito, nos mínimos detalhes!
O filme foi baseado no livro da escritora Kathryn Lasky. Não conheço o livro, não sei se é violento. Mas, nas mãos de Snyder, não tinha como ficar com cara de Disney, né? Aliás, aqui tem outro detalhe interessante da animação: diferente do que acontece na maior parte das vezes, aqui os animais não são “humanizados”, as asas das corujas não são usadas como mãos, os animais não têm cara de gente. Isso inclusive deixou o filme com ainda mais cara de “real”.
A Lenda dos Guardiões está passando em cópias dubladas e legendadas. Quem optar pela legendada, vai ouvir as vozes de Helen Mirren, Sam Neil, Geoffrey Rush, Hugo Weaving e mais um monte de vozes com sotaque australiano, afinal, o filme foi feito lá. Outra curiosidade: Snyder não pisou nos sets de filmagem, ele estava no Canadá, envolvido na produção de Sucker Punch, e coordenou tudo à distância, através de vídeo conferência!
Snyder declarou que finalmente seus filhos poderiam ver um filme seu – é a primeira vez que ele faz um filme que não é “R”, mas acho que ele não está muito antenado com o que a criançada vê hoje em dia – talvez este tenha sido o problema que citei lá no segundo parágrafo. Mas, se por um lado limitou o público, por outro, algumas cenas são belíssimas! Ninguém faz cenas em câmera lenta tão belas quanto as de Snyder. Assim como em 300 e Watchmen, rolam várias cenas onde a ação é quase congelada e vemos todos os detalhes em câmera lenta. Só isso já vale o ingresso do filme.
Pena que nem todas as crianças vão curtir…