O Último Mestre do Ar
Estreou o novo Shyamalan. E aí? É bom como o seu primeiro filme, Sexto Sentido? Ou ruim, muito ruim, como o seu último, Fim dos Tempos?
Trata-se da adaptação do desenho Avatar: The Last Airbender, da Nickelodeon, que conta a história de um lugar onde existem “dobradores”, pessoas pessoa que têm poderes para manipular um dos quatro elementos (ar, água, terra e fogo). O garoto Aang é o último “dobrador do ar”, e, segundo uma profecia, ele é o Avatar, um ser de habilidades extraordinárias e o único capaz de controlar todos os elementos. Com a ajuda dos irmãos Katara e Sokka, Aang tem de trazer novamente o equilíbrio entre os povos, finalizando assim o conflito iniciado pela Nação do Fogo.
Rola um grande pé atrás com relação ao diretor Shyamalan.Vou copiar aqui o que escrevi no Top 1o de estilos de filmes ruins: “Até hoje, não sei se M Night Shyamalan é um bom diretor passando por uma longa fase ruim; ou um picareta que conseguiu fazer um excelente filme de estreia. Vamos analisar os seus seis filmes até hoje? Seu primeiro filme, O Sexto Sentido, é muito bom, um dos melhores de 1999. Depois veio Corpo Fechado, bom filme, mas parecido demais com o primeiro. Depois veio Sinais, que começa bem, mas termina mal, muito mal. Aí veio A Vila, ideia interessante, mas que não sustenta um longa, seria um bom episódio de uma série tipo Twilight Zone. Dama na Água veio em seguida, e é ruim, ruim, ruim. Se fosse despretensioso, seria um bom trash. Por fim, veio Fim dos Tempos, que é tão ruim, mas tão ruim, que talvez seja pior que Dama na Água.”
O Último Mestre do Ar não é bom como Sexto Sentido, mas pelo menos não é tão ruim quanto os dois últimos…
De positivo, temos belíssimos cenários e excelentes efeitos especiais. Um filme desses seria impossível de ser feito sem os efeitos digitais de hoje em dia, já que os “dobradores” ignoram as leis da física ao manipularem seus elementos. Além disso, as lutas são bem coreografadas.
Mas isso não é o suficiente para um filme longa metragem. A história é fraca e o roteiro, mal escrito. E olha que foi a primeira vez que Shyamalan filmou um roteiro escrito por outra pessoa! Nunca vi o desenho animado, mas pelo que li na internet, os personagens lá são mais bem construídos. Também li que o desenho tinha humor, coisa que não rola aqui no filme – as poucas situações de alívio cômico são muito bobas.
Pra piorar, o elenco é cheio de nomes desconhecidos que não estão bem (o único nome que heu reconheci é Dev Patel, de Quem Quer Ser Um Milionário). Noah Ringer, que interpreta Aang, foi escolhido porque sabe lutar bem e é parecido com o Aang do desenho, mas é um ator ruinzinho… Os atores estão todos (sem excessão) acima do tom. Aí tudo fica parecendo caricato demais.
E parece que Shyamalan pretende fazer uma trilogia. Logo no início do filme, lemos que este é o “primeiro livro”…
Também preciso falar sobre o trailer. Assim como em Fim dos Tempos, o trailer aqui era empolgante, mostrava Aang praticando suas técnicas, num templo, cercado de velas. Depois a câmera saía do templo onde estava Aang e víamos que ele estava prestes a ser atacado por centenas de inimigos. ESTA CENA NÃO ESTÁ NO FILME!!!
Para finalizar, vou contar uma piada que ouvi. Shyamalan pretendia chamar o filme de “Avatar”, assim como o desenho. Mas o Avatar de James Cameron já estava em produção. Então, deve ter rolado um diálogo mais ou menos assim:
– Oi, eu sou o M Night Shyamalan, fiz um filme muito bom em 99, mas depois nunca mais consegui acertar, e meus dois últimos filmes foram fracassos de bilheteria.
– Oi, eu sou o James Cameron. Meu último filme é a maior bilheteria da história de Hollywood e ganhou 11 Oscars. E também fiz…
– Ok, sr. Cameron, pode ficar com o nome…