Bikini Bandits Experience

Bikini Bandits Experience

Semana passada me mandaram um e-mail com um link para baixar um filme com uma das sinopses mais sensacionais que já li na minha vida. Segue o texto do e-mail:

As Bandidas de Bikini são um grupo de garotas bonitas, assaltantes, cujo roupa é um singelo bikini que mal esconde seus corpos sensuais. Infelizmente, logo após o primeiro assalto morrem quando o seu carro cai num penhasco. Vão para o Inferno onde têm que cumprir uma missão: voltar no tempo e perverter a virgem Maria. No entanto são convertidas pelo Papa (Dee Dee Ramone), antes de cometerem tão blasfemo ato. Voltam ao Inferno onde batalham com satanás. Entretanto fogem outra vez para a terra onde vivem um tempo numa quinta Amish, sempre de bikini. Mas um jovem atrasado mental amish é raptado pela indústria porno para se aproveitar do seu colossal penis. As bikini bandits decidem ajudar a esposa (e irmã) do atrasado mental e combater o Evil Porn Diretor (Jello Biafra).

Mulheres de biquíni, armas, ícones punk e um roteiro nonsense. Tinha tudo pra dar certo!

Mas não deu. Bikini Bandits Experience é uma das piores porcarias que já vi! E olha que já vi muita porcaria na minha vida!

Bikini Bandits Experience tem elementos divertidos, mas não tem uma coisa básica para um filme: roteiro. O diretor Steve Grasse resolveu filmar de qualquer maneira as cenas que estão na sinopse. Isso deve dar uma meia hora de filme. Então ele inseriu vários clipes sem sentido, metade falando mal de uma suposta loja, a outra metade mostrando garotas de biquini. Ainda tem umas animações tosquérrimas em cima de gravações telefônicas, aparentemente entre ele e o produtor. Assim, ele conseguiu 53 minutos de filme e acho que ele ficou satisfeito.

Nem a parte óbvia do filme presta. O filme é fraco nos quesitos sexo, nudez e violência. Fraco mesmo, não rola nada de sexo, não me lembro de nudez (a não ser rapidamente quando uma mulher de seios grandes pula e o biquini dela escorrega pro lado). E a violência é tosca, tosca, rolam uns “defeitos especiais” simulando tiros, e ninguém nunca é atingido por estes supostos tiros…

Sobre o elenco, todas as moçoilas são péssimas atrizes (o que era de se esperar), e não tiram a roupa pra compensar isso. E como são várias, nem dá pra saber exatamente qual é qual – bem que uma delas, a ruiva, merecia mais tempo de tela… No elenco masculino, pra quem não sabe, Dee Dee Ramone era dos Ramones e Jello Biafra, dos Dead Kennedys. Além dos dois citados na sinopse, o filme ainda traz Maynard James Keenan, da banda Tool, e Corey Feldman, como se ele fosse uma grande estrela.

(Diz a lenda que Feldman, em uma entrevista, se arrependeu de ter entrado no projeto.)

Ainda podia piorar? Claro que sim. Se todas as mulheres estão de biquini, todos os personagens masculinos são figuras grotescas. Alguns são inseridos gratuitamente na história, em pequenas vinhetas. Outros, ao longo do “filme”.

E, sr. Steve Grasse, uma dica: retardados mentais são pessoas doentes, não são pessoas engraçadas.

Gosto muito de filmes ruins. Mas, desta vez, fiquei querendo os meus 53 minutos de volta!

Tron – O Legado

Tron – O Legado

Finalmente, estreou o aguardado Tron – O Legado!

Kevin Flynn (Jeff Bridges) desapareceu alguns anos depois do primeiro filme. Nos dias de hoje, seu filho, Sam Flynn, hoje com 27 anos, é o rebelde herdeiro da gigante Encom. Acidentalmente, Sam vai parar dentro do mundo digital, que está sendo controlado ditatorialmente por Clu, uma cópia digital de Kevin Flynn.

Dirigido pelo estreante Joseph Kosinski, Tron – O Legado é provavelmente o filme mais aguardado dos últimos tempos. Lembro de um trailer que rolou na Comic Con de 2008 (algum filme já teve paineis em três Comic Cons seguidas?). E fica a pergunta: valeu tanta espera? A resposta é sim e não. O visual do filme é deslumbrante. Mas infelizmente isso não apaga as falhas do filme…

O primeiro Tron, de 1982, foi um marco na história dos efeitos especiais no cinema. Era um filme passado boa parte dentro de um computador, numa época que quase ninguém tinha intimidade com computadores, uma época que efeitos especiais por computador eram raros. Tron – O Legado seguiu a tradição e trouxe uma inovação que provavelmente será moda em Hollywood em breve: um ator rejuvenescido digitalmente. Jeff Bridges aparece em duas versões: o Kevin Flynn atual, com sessenta anos, e Clu, a versão digital, com a mesma cara que ele tinha 28 anos atrás.

Ficou perfeito? Bem, acho que daqui a alguns anos a gente vai rever e achar tosco. Mas, pela tecnologia que existe hoje em dia, ficou muito bom! É impressionante ver o Jeff Bridges mais novo atuando ao lado do atual. Não é um “Jar Jar Binks”, um simples boneco digital. É o mesmo ator que já vimos em tantos filmes por aí. (Diz a lenda que James Cameron, ao ver o resultado, disse para o Spielberg preparar um novo Indiana Jones para o Harrison Ford…)

Aliado a isso, foi feito um grande upgrade no mundo digital apresentado no primeiro filme. Os mesmos veículos, roupas, objetos, cenários, tudo voltou melhorado. Até os jogos, que às vezes parecem meio confusos (síndrome de Transformers?), estão muito mais bem feitos. O visual é um pouco escuro, mas é de deixar o queixo caído.

(Só não gostei do 3D. Achei um desperdício. Poucas cenas realmente usam todo o potencial. Podia ser só em 2D que não ia fazer diferença.)

Mas aí vem o lado fraco: o roteiro. Alguns elementos são jogados na história e depois deixados de lado, como por exemplo todo o discurso sobre software livre que rola no início do filme. Ou então a interessante e sub-aproveitada história dos ISOs. Isso tornou o filme um pouco longo demais (pouco mais de duas horas), desnecessariamente.

Mesmo assim, achei o resultado positivo. Pode não ser um dos melhores filmes do ano, mas não decepciona.

No elenco, o grande nome é Jeff Bridges, que faz um vilão digital e um mocinho meio guru, meio Lebowski. Outros dois nomes do elenco também chamam a atenção. Um é Michael Sheen, exagerado no ponto exato (adorei a dancinha que ele faz no meio da briga). A outra é Olivia Wilde, linda, linda, linda. Bruce Boxleitner, do primeiro filme, também volta em uma rápida versão rejuvenescida digitalmente, mas, como é um ator muito menos conhecido, aparece pouco na tela. Pena que o ator principal, Garrett Hedlund, é tão fraquinho…

(Fiquei com vontade de rever Turistas, aquele filme ruinzinho filmado no Brasil. Tem a Olivia Wilde de biquini, e também tem nudez gratuita da Beau Garret, que faz a Gem aqui em Tron – O Legado)

A inspirada trilha sonora, a cargo da dupla francesa Daft Punk, é outro dos acertos do filme. Com temas instrumentais meio vintage meio sinfônicos, a trilha funciona perfeitamente. E ainda rola um cameo da dupla: eles são os djs que estão na festa no End Of The Line Club.

No fim, o resultado não ficou de todo ruim. Mas fica aquela sensação de que, com um roteiro melhor e talvez um diretor mais experiente, poderia ser bem melhor.

Um Homem Misterioso

Um Homem Misterioso

Depois de um serviço que não deu certo na Suécia, um assassino profissional se esconde em uma pequena cidade na Itália, enquanto aguarda aquela que espera que seja a sua última missão.

Um Homem Misterioso (The American)é um filme de assassino profissional, com direito a tudo o que a cartilha de Hollywood manda ter: um assassino que quer largar a profissão, um último serviço, um envolvimento amoroso e uma traição. Mesmo assim, o diretor Anton Corbijn conseguiu fazer um filme bem diferente do padrão – Um Homem Misterioso não é um filme de ação, e sim um drama, contemplativo, paradão…

Se por um lado isso é interessante por fugir do óbvio, por outro lado o filme vai decepcionar muita gente. Porque é tão lento que às vezes fica sonolento…

O único nome famoso é o protagonista George Clooney. Mas outro nome merece ser citado: a bela e desinibida italiana Violante Placido. O filme também traz belíssimas paisagens, tanto no prólogo na Suécia, quanto no resto do filme, na Itália.

No fim, Um Homem Misterioso nem é ruim. Mas não recomendo pra quem estiver com sono atrasado…

Creepshow – Show de Horrores

Creepshow – Show de Horrores

Recentemente, comprei os dvds importados dos filmes Creepshow, nunca lançados por aqui. Revi o primeiro, em breve farei o mesmo com o segundo e verei o desconhecido terceiro (apesar de ter lido por aí que é bem mais fraco…).

O filme abre com um garoto levando uma bronca do pai por causa de uma revista de quadrinhos de terror, que traz cinco historinhas. Na primeira, um homem volta do túmulo atrás de seu bolo de aniversário. Na segunda, um fazendeiro meio burrinho descobre um meteoro que transforma tudo em uma espécie de planta. A terceira mostra um vingativo homem que enterra sua esposa e o amante dela na praia durante a maré baixa. A quarta traz um monstro escondido num caixote. E a quinta traz baratas, muitas baratas!

Lançado em 1982, o filme foi inspirado em quadrinhos de terror da E.C. Comics dos anos 50. E o projeto tinha pedigree: roteiro de Stephen King (que também aparece como ator) e direção de George A. Romero.

O formato é muito interessante: são quadrinhos na tela! Se a gente parar pra analisar, esta é uma das melhores adaptações de quadrinhos da história do cinema, afinal as historinhas fluem como se estivéssemos lendo uma revista em quadrinhos – inclusive com alguns enquadramentos. Hoje em dia tem um monte de adaptações de quadrinhos sendo lançadas, algumas até muito boas (como os recentes Batman e Homem de Ferro), mas estes casos são filmes com cara de filmes. Creepshow tem cara de quadrinhos!

O elenco tem um monte de nomes legais, como Leslie Nielsen, Ted Danson, Ed Harris, Adrienne Barbeau, Hal Holbrook e, como falei lá em cima, Stephen King, como o fazendeiro da segunda história. E ainda rola uma ponta do maquiador Tom Savini na parte final do filme. De um modo geral, estão todos meio caricatos. Mas funcionam perfeitamente para o que o filme pede.

Visto hoje em dia, alguns trechos parecem meio bobos. Mas o resultado final é delicioso, apesar da longa duração do filme – pouco mais de duas horas. O formato deu tão certo que foi muito imitado nos anos seguintes, em títulos como Contos da Escuridão (Tales From The Darkside) e Dois Olhos Satânicos (Two Evil Eyes, também do Romero, ao lado de Dario Argento). Isso sem contar com a série Tales From The Crypt!

Por fim, uma curiosidade: este primeiro Creepshow nunca passou nos cinemas brasileiros, apenas a sua continuação, de 1987. O primeiro filme, só em vídeo. E o mesmo aconteceu com outro clássico oitentista de terror: o primeiro Evil Dead (A Morte do Demônio), de 81, só foi lançado aqui em vhs, mas a segunda parte, Evil Dead 2 – Uma Noite Alucinante, também de 87, passou no circuito…

Top 10: Filmes de Lobisomem

Top 10: Filmes de Lobisomem (dos últimos 30 Anos)

Depois do sucesso do Top 10 de filmes de zumbis, resolvi montar um de filmes de lobisomens.

Não são muitas opções, a mitologia licantrópica não é tão badalada. Portanto, a lista não trará muitas novidades… Um dia hei de fazer um Top 10 de filmes de vampiro. Aí vai ser mais variado…

E admito outro problema: não sou expert em filmes clássicos. Por isso, usei o critério “dos últimos 30 anos”. O curioso é que não tem nada que valha a pena nos anos 90… Poderia ser um “Top 10: Melhores filmes de Lobisomem dos anos 80 e 00″…

Lembrando, sempre, dos 26 Top 10 já feitos aqui no blog: : filmes de zumbi, filmes com nomes esquisitos, filmes sem sentido, personagens nerds, estilos dos anos 80, melhores vômitos, melhores cenas depois dos créditos, melhores finais surpreendentes, melhores cenas de massacre, filmes dos ano 80 e 90 nunca lançados em dvd no Brasil, estilos de filmes ruins, casais que não convencem, musicais para quem não curte musicais, melhores frases de filmes, melhores momentos de Lost, maiores mistérios de Lost, piores sequencias, melhores filmes de rock, melhores filmes de sonhos, melhores filmes com baratas, filmes com elencos legais, melhores ruivas, melhores filmes baseados em HP Lovecraft, filmes que vi em festivais e mais ninguém ouviu falar, Atores Parecidos e Atrizes Parecidas. Visitem!

Em ordem cronológica…

Um Lobisomem Americano em Londres (1981)

Dois turistas americanos vão para Londres e são atacados por um lobisomem. Um dos melhores filmes de lobisomem, um dos melhores filmes de John Landis, e, definitivamente, a melhor transformação de lobisomem da história. Teve uma continuação em 97, desta vez em Paris, e com a Julie Delpy tirando a roupa.

Um Grito de Horror (1981)

81 foi um bom ano para fãs de lobisomem. Este Um Grito de Horror (The Howling), dirigido por Joe Dante, traz uma reporter da tv que vai para um retiro isolado, onde todos são lobisomens!

Wolfen (1981)

Mais um de 81! Um policial de Nova York investiga violentos assassinatos, aparentemente cometidos por animais. Edward James Olmos, nosso querido almirante Adama (de BSG), tem um dos papeis principais.

A Companhia dos Lobos (1984)

Este estranho filme de Neil Jordan (que, em 94, faria Entrevista com o Vampiro) traz um olhar diferente sobre histórias de lobos, com direito a muita conotação sexual e até uma espécie de Chapeuzinho Vermelho.

A Hora do Lobisomem (1985)

Baseado em Stephen King, A Hora do Lobisomem foi lançado no Brasil na época da “espantomania”, a moda de nomear filmes de terror com “A Hora”, devido ao sucesso de A Hora do Espanto. O nome era pra ser “Bala de Prata”…

Teen Wolf – O Garoto do Futuro (1985)

Mais um com título nacional equivocado. O “garoto do futuro” é por causa do sucesso de Michael J Fox em De Volta Para o Futuro. Um adolescente excluído na escola vira um lobisomem, e passa a ser popular e adorado por todos. Comédia besta, mas divertida.

Possuída (Ginger Snaps) (2000)

As irmãs Fitzgerald, obcecadas pela morte, são as “esquisitas” da escola. Até que uma delas é atacada por um misterioso animal, e começa a sofrer uma série de transformações.

http://blogdoheu.wordpress.com/2010/04/03/possuida/

Cães de Caça (2002)

É o filme de estreia de Neil Marshall, hoje famoso por filmes como Abismo do Medo, Juízo Final e Centurião. Um pelotão militar em um exercício de rotina na Escócia enfrenta inimigos incomuns: lobisomens.

Anjos da Noite (2003)

Não é exatamente um filme de lobisomens, o foco principal são os vampiros. Mas os lobisomens – usados como escravos pelos vampiros – estão bem representados nos três filmes da franquia.

http://blogdoheu.wordpress.com/2009/09/02/anjos-da-noite-3-a-rebeliao/

O Lobisomem (2010)

Não vi o original, de 1941. Mas posso afirmar que esta refilmagem fez um bom serviço. E traz a melhor transformação desde Um Lobisomem Americano Em Londres. Benicio Del Toro parece que nasceu para este papel!

http://blogdoheu.wordpress.com/2010/02/18/o-lobisomem/

(De propósito, deixei de fora Amaldiçoados, de Wes Craven, com um ótimo elenco encabeçado pela Christina Ricci. Na boa? O filme é ruim!)

Demônio

Demônio

Novo filme com o polêmico nome M Night Shyalaman envolvido. Felizmente, fora da cadeira de diretor!

Um policial é chamado para investigar um suicídio, quando, no mesmo prédio, cinco pessoas ficam presas num elevador. E o diabo está entre eles!

O coisa ruim em pessoa está presente. Isso não é um spoiler, não só está no título e no cartaz do filme, como ainda rola uma narração em off e um personagem falando sobre isso. O único mistério é qual deles é o capiroto…

Na minha humilde opinião, o filme tem dois defeitos, e ambos têm a cara do Shyamalan. O primeiro, como disse no parágrafo anterior, é o excesso de explicações – não só existe uma narração como um dos personagens ainda repete tudo. O outro problema são os diálogos, fraquíssimos. Alguns lembram o trash Dama na Água, como o momento que um cara joga um pão com geleia no chão para provar a proximidade do cramulhão!!!

Mesmo assim, o resultado final é positivo. Se este filme viesse logo depois de Corpo Fechado, o nome de Shyamalan não seria hoje sinônimo de galhofa.

O filme é o primeiro de um projeto de Shyamalan, o “The Night Chronicles” (“As Crônicas da Noite”, ou “As Crônicas do próprio M Night Shyamalan”), onde outros diretores filmarão histórias suas. Aqui, só a ideia é dele, o roteiro e a direção estão em outras mãos. Se o roteiro de Brian Nelson (30 Dias de Noite) traz alguns diálogos dispensáveis, pelo menos a direção de John Erick Dowdle (Quarentena) tem planos mais ágeis do que Shyamalan costuma fazer. Assim, Demônio consegue manter a tensão e o interesse durante todo o filme.

O elenco de nomes desconhecidos entrega o esperado: ninguém se destaca, ninguém atrapalha. Quem acompanha o blog vai reconhecer pelo menos um nome: a sérvia Bojana Novakovic, que teve pequenos papeis em Arraste-me Para o Inferno e O Fim Da Escuridão.

Enfim, não se tornará um clássico. Mas é melhor que muita coisa lançada por aí…

Skyline – A Invasão

Skyline – A Invasão

A popularização dos efeitos especiais por computador – os famosos cgi – mudaram o modo de se fazer blockbusters hollywoodianos. Hoje, com efeitos bem mais baratos e ainda melhores, custa muito pouco para se mostrar na tela uma devastação do nível do Independence Day. E aí veio o problema: com o aumento da quantidade de filmes, a qualidade nem sempre esteve por perto…

Na trama, Jarrod (Eric Balfour) vai para Los Angeles reencontrar um velho amigo que hoje está rico. Depois de uma festa em sua cobertura, durante a madrugada, misteriosas luzes azuis alienígenas aparecem e começam a abduzir centenas de pessoas.

A comparação com Distrito 9 é inevitável, por se tratarem de filmes baratos sobre invasão alienígena e por ambos terem efeitos especiais impressionantes. E a diferença entre ambos os filmes é clara: Distrito 9 tem um bom roteiro que é ajudado pelos efeitos; Skyline não tem um bom roteiro, e se apoia apenas nos efeitos.

Se a gente pode falar bem de uma coisa aqui são os efeitos especiais. As filmagens custaram meio milhão de dólares; os efeitos custaram 10 milhões… Os irmãos diretores Colin e Greg Strause não têm muita experiência em direção, mas por outro lado, tem um vasto currículo em departamentos de efeitos especiais, em dezenas de filmes, alguns muito famosos, como Titanic e Avatar. Assim, Skyline traz excelentes momentos de correria, tiros, explosões, naves e criaturas alienígenas. Sem dúvida, os melhores momentos do filme.

(Falando nos diretores, parece que eles estão sofrendo um processo. Eles foram contratados para trabalhar nos efeitos especiais de Battle Los Angeles, um filme que fala de invasão alienígena em Los Angeles. E ao mesmo tempo fizeram Skyline, um outro filme que fala de invasão alienígena em Los Angeles…)

Mas, se os efeitos são bons, o roteiro é muito fraco. Com pontas soltas, situações mal explicadas e desnecessárias e personagens mal construídos, efeito nenhum segura um filme, por melhor que seja. E o elenco “B” também não ajuda – os atores nem são ruins, mas não tem nenhum de ponta, todos têm carreira em seriados de tv. Eric Balfour esteve em A Sete Palmos e 24 Horas; Donald Faison é um dos principais médicos de Scrubs; David Zayas fez Dexter e Oz (entre outras séries); Brittany Daniel fez That 80’s Show e The Game (entre outras séries); Sottie Thompson fez Navy NCIS e Trauma (entre outras séries) e Crystal Reed é quase uma estreante, mas já participou de CSI, CSI NY e The Hard Times Of RJ Berger

Falei que o roteiro era fraco, né? A “cereja do bolo” veio com o fim do filme. Aquela sequência final é muito tosca! Parece que quer confirmar a vocação para trash…

Enfim, só pra quem gosta de efeitos especiais. Ou pra quem gosta de filmes trash. Ou pra quem gosta de ambos…

p.s.: Eric Balfour, você não é Will Smith, nem está em Independence Day. Você não pode dar um soco na cara de um alien!

A Sétima Alma

A Sétima Alma

Filme novo do mestre Wes Craven em cartaz!

A trama é o de sempre. Sete adolescentes nasceram no mesmo dia que um misterioso serial killer supostamente morreu. Dezesseis anos depois, cada um dos jovens começa a morrer, como se o serial killer tivesse voltado. Ou reencarnado em um deles…

Podemos ver A Sétima Alma (My Soul To Take, no original) sob dois ângulos:

– Apenas mais um slasher adolescente. A gente já viu tudo isso em outros filmes.

– Ok, não tem nada de novo. Mas pelo menos a produção é bem feita e o roteiro não insulta a inteligência do espectador.

Prefiro pensar na segunda opção. Um divertimento honesto, sem pretensões de se tornar um novo clássico do horror.

O diretor (e aqui também roteirista) Wes Craven é um cara experiente quando se fala em cinema de terror. Fez bons filmes que fizeram muito sucesso (A Hora do Pesadelo, a trilogia Pânico), bons filmes que pouca gente viu (A Maldição dos Mortos Vivos), filmes legais mas esquisitos (As Criaturas Atrás das Paredes), filmes hoje considerados clássicos do terror (Quadrilha de Sádicos), fez até um dos piores filmes de lobisomem da história (Amaldiçoados). Este A Sétima Alma não é um dos seus melhores, mas também não é um dos piores. E, se tem gente com mão boa na direção, um filme maomeno pode funcionar.

O elenco tem um defeito bastante comum em Hollywood: se os personagens têm 16 anos, por que usar atores de 22? Fui checar no imdb, pelo menos quatro dos garotos nasceram em 1988 (um é de 1990, os outros dois não têm data de nascimento). Bem, observação feita, o elenco é o que se espera: ninguém se destaca, tampouco ninguém atrapalha. E o protagonista Max Thieriot aos poucos vai virando um nome conhecido, depois de papeis menores (mas importantes) em Jumper e O Preço da Traição.

A Sétima Alma tem um detalhe diferente da maioria dos filmes atuais de terror: economiza no sangue e no gore. Gostei desta opção de Craven. Mas talvez decepcione a “geração Jogos Mortais“…

No fim, o resultado não é ruim. Mas é aquilo que falei, também não traz nada de novo. Se tivesse sido feito uns 20 anos antes, quem sabe?

Tetro

Tetro

Semana passada rolou aqui no Rio uma pré-estreia (pouco divulgada pela mídia) de Tetro, o novo filme de Francis Ford Coppola. Detalhe: com o próprio Coppola presente!

Prestes a completar 18 anos, Bennie vai até Buenos Aires para procurar o seu irmão mais velho, agora chamado Tetro, que um dia saiu de casa para um ano sabático e nunca mais voltou. Ao encontrar uma peça de teatro incompleta escrita pelo irmão, Bennie descobre que pode também encontrar a resposta paras os mistérios de sua família.

Antes do filme, Coppola explicou que se trata de um filme pessoal, sobre família. Um “filme menor”. E Tetro nem é ruim. Mas, sabe qual é o problema? A gente espera sempre mais de um cara que dirigiu coisas do nível de Apocalipse Now e a trilogia O Poderoso Chefão. Afinal, vinte anos atrás, “filme menor” do Coppola era O Selvagem da Motocicleta

Na verdade, Tetro é um drama familiar com cara de dramalhão latino – talvez por isso a opção de filmar na Argentina. E é, na minha humilde opinião, um pouco longo demais – o filme tem pouco mais de duas horas e chega a ficar cansativo. Se tivesse meia hora a menos, seria mais enxuto e mais agradável.

O elenco está bem. Aliás, comentei outro dia que um ator brasileiro poderia estar no lugar de Javier Bardem em Comer Rezar Amar, né? Tetro é passado em Buenos Aires, mas dentre os atores principais não tem nenhum argentino. Os irmãos são interpretados pelos americanos Vincent Gallo e o ainda desconhecido Alden Ehrenreich, e a esposa de Tetro é a espanhola Maribel Verdú. E a também espanhola Carmen Maura e o austríaco Klaus Maria Brandauer também têm papeis importantes. Os argentinos ficaram com papeis menores…

A fotografia em preto e branco mostra belas imagens do bairro Boca, em Buenos Aires. E algumas cenas de flashbacks são coloridas, granuladas. Recurso meio careta, muito usado, mas ainda eficiente.

Parece que Coppola sabe que seu novo filme não vai agradar à crítica. Em uma cena, ele parece que manda um recado direto, quando, ao encontrar uma famosa crítica de teatro, Tetro diz algo como “agora, a sua opinião não me importa mais”. É isso aí, Coppola vai fazer o que quiser. E danem-se os críticos…

Para terminar, fica aqui uma foto do “hômi”, tirada dentro do Espaço de Cinema, pelo meu amigo Luiz Alberto Benevides, também conecido como “Luiz com Z”. (Não, não consegui autógrafo…)

Mortadelo e Salaminho – Agentes Quase Secretos

Mortadelo e Salaminho – Agentes Quase Secretos

De uns anos pra cá, virou moda filme baseado em quadrinhos sérios. Mas os filmes baseados em quadrinhos de humor são mais raros. Por isso me empolguei quando vi este filme com os atrapalhados agentes secretos Mortadelo e Salaminho para vender na promoção da Casa & Vídeo.

Na trama deste filme espanhol de 2003, o Professor Bactério inventa uma nova arma, chamada DDT (algo como “Desmoralizador De Tropas”), que serve para derrotar um exército inteiro sem precisar dar nenhum tiro. Mas a arma é roubada e oferecida a um país vizinho, Tirania, cujo ditador quer entrar em guerra com a Rainha da Inglaterra. O Super, chefe da agência T.I.A., sabendo que seus agentes Mortadelo e Salaminho são dois trapalhões, chama um agente estrangeiro para resolver o caso. Mortadelo e Salaminho, com inveja, resolvem agir por conta própria.

Vou confessar que não era muito fã dos quadrinhos, escritos por Francisco Ibañez. Preferia, no mesmo formato, os franceses Asterix e Obelix. Mas li muitas histórias, me lembro bem. Por isso foi uma agradável surpresa ver que o filme conseguiu captar muito bem a essência dos quadrinhos. Digo mais: a adaptação aqui funcionou melhor do que todos os filmes do Asterix que heu já vi! Vários detalhes dos quadrinhos estão lá, a ambientação é perfeita. E os atores…

Um parágrafo à parte para falar das caracterizações. Benito Pocino está IGUAL ao Mortadelo! Acho que nem com cgi eles conseguiriam um Mortadelo tão real. Até nos disfarces nonsense, típicos dos quadrinhos. E Pepe Viyuela não fica muito atrás, ele está excelente como Salaminho. Mariano Venancio e Janfri Topera também estão ótimos como o Super e o Professor Bactério, respectivamente, mas estas caracterizações eram mais fáceis. E, para fechar, Dominique Pinon, de Delicatessen e Amélie Poulain, caricato (e genial) como sempre, faz Fredy Mazas, o agente secreto estrangeiro.

Ok, o humor às vezes é meio bobo. Mas, caramba, a gente tem que se lembrar que se trata de uma adaptação de quadrinhos de humor escrachado. Às vezes, parece que estamos vendo um filme nonsense, na onda do trio Zucker-Abrahams-Zucker (Apertem Os Cintos, Top Secret). Se algumas piadas são bobas, outras são hilárias!

(E tem mais: o filme é direcionado para a criançada. O humor serve também para os pequenos!)

Um filme desses, pra funcionar, precisaria de efeitos especiais excelentes. E, segundo o imdb, este filme tem o maior orçamento em efeitos especiais da história do cinema espanhol! E, realmente, os efeitos digitais aqui funcionam perfeitamente. Todos os exageros dos quadrinhos estão nas telas; e nada de efeitos parece fora do lugar. Os efeitos são melhor usados do que muita produção hollywoodiana…

Parece que existe um outro filme, mas sem o Benito Pocino… Será que presta? Vou procurar…

Deu vontade de reler Mortadelo e Salaminho…