Boogie Woogie

Boogie Woogie

Sou muito fã do filme Boogie Nights, com a Heather Graham. Quando heu soube de um filme com a mesma atriz, chamado Boogie Woogie, corri para ver!

Mas Boogie Woogie não tem nada a ver com os temas do filme de 1997. Boogie Woogie é um quadro de Mondrian, e o filme aqui fala de arte moderna. O filme mostra os bastidores da cena londrina contemporânea de arte moderna.

O elenco é muito bom. Heather Graham, Amanda Seyfried, Gillian Anderson, Charlotte Rampling, Gemma Atkinson, Jaime Winstone, Christopher Lee, Alan Cumming, Danny Huston e Stellan Skarsgard, entre outros menos cotados. Mas o roteiro é fraco… As várias situações são jogadas aparentemente sem um objetivo, sem seguir uma ordem lógica. Por exemplo, pra que serviu a cena da cirurgia de Paige?

Boogie Woogie foi baseado num livro homônimo, provavelmente no livro tudo é melhor explicado. Mas aqui no filme não funciona…

Mesmo assim, por ter uma edição ágil e ser um filme curtinho (pouco mais de hora e meia), e pelo elenco, Boogie Woogie não é chato. Pode ser uma opção para quem não for muito exigente.

A Rede Social

A Rede Social

Estreia hoje o badalado “filme do Facebook”!

A Rede Social mostra Mark Zuckerberg (Jesse Eisenberg), o criador do Facebook, sofrendo acusações em dois processos. Em flashbacks, vemos como a história chegou a esse ponto.

Dirigido por David Fincher (Seven, O Clube da Luta), A Rede Social é um eficiente retrato da sociedade atual, sempre logada nas redes sociais da moda, expondo gratuitamente a sua privacidade. O desafio era interessante: como fazer um filme empolgante com um tema tão técnico? Afinal, como documentário, a ideia é boa, mas o filme é um thriller…

Essa dúvida é respondida com um ótimo roteiro de Aaron Sorkin (baseado no livro “Bilionários Por Acaso – A Criação do Facebook”, escrito por Ben Mezrich), que tem um ritmo acelerado e diálogos ágeis, e é bastante eficiente nas idas e vindas dos flashbacks. E a trilha sonora, composta por Trent Reznor (Nine Inch Nails) e Atticus Ross, é outro acerto do filme. Só antevejo um problema: talvez alguns trechos sejam de difícil compreensão para quem não está habituado ao uso do computador.

O bom elenco também está inspirado. Jesse Eisenberg faz um ótimo Mark Zuckerberg, um sujeito egoísta e antipático ao extremo. Justin Timberlake, o cantor que já mostrou que sabe atuar (Alpha Dog, Entre o Céu e o Inferno), também brilha como Sean Parker, o criador do Napster. Andrew Garfield, que em breve será o novo Homem Aranha, faz o brasileiro Eduardo Saverin, melhor amigo de Zuckerberg. E Armie Hammer interpreta, ao mesmo tempo, os gêmeos Winklevoss, num trabalho tão impressionante que parece que são dois atores diferentes.

Na minha humilde opinião, o filme tem um defeito. Quando surge a ideia da criação do Facebook, os personagens agem como se algo inédito estivesse sendo inventado. Ora, mas o Facebook foi lançado em fevereiro de 2004, pouco depois do Orkut. Ok, aparentemente as ideias embrionárias de ambos as redes de relacionamentos foram na mesma época, mas, mesmo assim, não era algo assim tão inovador. E pelo menos nós, brasileiros, temos que reconhecer que, assim como hoje o Facebook é “in” e o Orkut é “out”, o Orkut se popularizou aqui antes. Aliás, o Orkut nem é citado no filme. Falam do Friendster e do Myspace, mas “esquecem” do Orkut. Me pareceu inveja…

A Rede Social está badalado para o Oscar 2011. Será?

A Vida Durante a Guerra

A Vida Durante a Guerra

Doze anos depois, Todd Solondz retorna ao ambiente bizarro de Felicidade (Happiness), seu filme mais famoso.

As três irmãs do primeiro filme voltam, mas interpretadas por atrizes diferentes. Trish está separada do marido, preso por pedofilia, e está prestes a se casar novamente. Joy, que trabalha com presidiários, vive assombrada por fantasmas de namorados anteriores. E Helen, atualmente uma celebridade, se afastou de quase todos (e tem um papel pequeno).

Achei Felicidade muito bom quando vi a primeira vez. Mas, pouco depois, revi, e confesso que não gostei, o filme me incomodou um pouco (de repente era algo que heu estava passando na época). Agora, de volta ao universo “solondziano”, o novo filme não me incomodou. Mas também não me empolgou.

Um bom elenco passeia por situações esquisitas, bem ao estilo do diretor. Shirley Henderson, Allison Janney, Michael Lerner, Dylan Riley Snyder, Ciarán Hinds, Chris Marquette, Paul Reubens, Charlotte Rampling e Ally Sheedy enfrentam temas como pedofilia, terrorismo e suicídio.

Mas, no fim, Solondz ficou devendo. O roteiro é fraco, as atuações são burocráticas, e o resultado é decepcionante…

Não é de todo ruim, mas tem coisa melhor nas telas cariocas.