As Melhores Coisas do Mundo
As Melhores Coisas do Mundo acompanha um mês da vida de Mano, um adolescente de 15 anos, que vive os dramas normais da sua idade: amizades, perda da virgindade, paixões não correspondidas, bullying, etc.
O filme é um excelente retrato da adolescência contemporânea brasileira – talvez o melhor já feito no cinema nacional. A diretora Laís Bodanzky (Bicho de Sete Cabeças) e o roteirista Luiz Bolognesi se basearam na série de livros Mano, de Gilberto Dimenstein e Heloísa Prieto, mas também pegaram depoimentos de adolescentes de escolas paulistanas para dar uma aprimorada no texto. E o resultado final ficou muito bom.
O elenco traz alguns atores veteranos, como Denise Fraga, Caio Blat e Paulo Vilhena, misturados com jovens com pouca ou nenhuma experiência em atuação. Francisco Miguez faz um bom trabalho como Mano, mas não podemos dizer o mesmo sobre Fiuk (o filho do Fábio Jr.), que interpreta Pedro, seu irmão mais velho.
Se o roteiro funciona bem, a parte técnica tem suas falhas. E aí a gente cai num problema que atinge boa parte do cinema nacional: o som. Por que quase todo filme nacional tem o som embolado? Por que quase todo filme nacional tem diálogos que se tornam incompreensíveis? E alguns atores, provavelmente por falta de preparação vocal, ainda pioram a situação. Metade das frases proferidas por Fiuk e pela menina novata Gabriela Rocha são incompreensíveis.
O fim do filme nem é ruim. Mas vou falar que poderia ser menos óbvio, parecia final previsível de comédia romântica…
No fim, ao colocar prós e contras na balança, As Melhores Coisas do Mundo é um bom programa, uma prova que existe inteligência no cinema jovem nacional.