O Invasor

O Invasor

Por motivos diversos, não tenho acompanhado a carreira do diretor Beto Brant. Mas admito que gosto muito dos seus três primeiros filmes: Os Matadores (1998), Ação Entre Amigos (1999) e este O Invasor (2002).

Ivan (Marco Ricca) e Gilberto (Alexandre Borges) são sócios de uma construtora. Os negócios vão bem, mas existem atritos com Estevão, o sócio majoritário. Ivan e Gilberto decidem então contratar o matador de aluguel Anísio (Paulo Miklos) para assassinar Estevão e assim assumirem a construtora. Entretanto, Anísio tem seus próprios planos de ascensão social e resolve se intrometer na construtora e nas vidas de Ivan e Gilberto.

O grande trunfo de O Invasor é a atuação de Paulo Miklos, membro da banda paulista Titãs. Miklos faz um Anisio sensacional. Fiquei curioso em saber mais sobre a carreira do Miklos ator (porque o Miklos músico heu já conhecia). Pouco depois, ele fez um pequeno papel em uma minissérie da HBO e outro em uma novela – e vi que era o mesmo Anisio! Descobri que Miklos não é exatamente um bom ator, ele é um bom personagem…

Mas o elenco não tem só Miklos. Marco Ricca e Alexandre Borges estão bem, assim como Malu Mader e Mariana Ximenes, que ainda nos brindam com cenas sensuais.

A câmera é nervosa, o filme traz longos planos com a câmera na mão, seguindo os atores. Muitas imagens têm pouca iluminação, trazendo uma interessante fotografia granulada. A trilha sonora pouco convencional também funciona bem nos momentos certos.

O roteiro não é perfeito. Por exemlo, achei estranho mostrar que Ivan é casado, para depois mostrar seu envolvimento com a personagem de Malu Mader, sem explicar o que aconteceu ao casal. E o fim do filme traz uma reviravolta, na minha humilde opinião, desnecessária. Parece que Brant não sabia como terminar seu filme. Particularmente, não gostei do fim, mas nada que estrague o conjunto de um dos melhores filmes nacionais da década passada.