O Casamento do Meu Ex

Crítica – O Casamento do Meu Ex

Um grupo de amigos de faculdade se reúne para o casamento de um deles. O problema é que a ex-namorada do noivo faz parte do grupo, e tem um passado mal resolvido com ele.

O Casamento do Meu Ex (The Romantics, no original) é mais um daqueles filmes baseados nos dramas pessoais dos personagens. Isso já rendeu bons filmes, como O Reencontro (de Lawrence Kasdan), O Primeiro Ano do Resto de Nossas Vidas (de Joel Schumacher) ou Para o Resto de Nossas Vidas (de Kenneth Branagh). Mas aqui o objetivo não foi alcançado, o resultado é meia bomba.

O filme foi escrito e dirigido por Galt Niederhoffer, também autora do livro onde a história se baseou. Talvez no livro os personagens sejam melhor desenvolvidos, mas isso não acontece no filme. São oito personagens, e seus dramas não cativam o espectador. Assim, a trama perde o interesse.

Pena, porque o elenco é bem legal, apesar da maioria dos nomes ter vindo da tv. Katie Holmes (seriado Dawson’s Creek), sumida desde o casamento com Tom Cruise, faz um dos vértices do triângulo amoroso do título brasileiro – as outras duas pontas são Anna Paquin (X-Men, seriado True Blood) e Josh Duhamel (Transformers, seriado Las Vegas). Além destes, o elenco conta com Malin Akerman (Watchmen), Elijah Wood (O Senhor dos Aneis), Candice Bergen (atriz veterana, mas um dos papeis principais do seriado Boston Legal), Dianna Agron (seriado Glee), Adam Brody (seriado The O.C.), Rebecca Lawrernce e Jeremy Strong.

Ainda tem outro problema: o título nacional dá a ideia de ser uma comédia romântica. Mas é drama, não se deixe enganar!

O Casamento do Meu Ex entrou em cartaz nos cinemas cariocas na sexta passada. Mas esse é daqueles filmes que não precisam da tela grande, poderia ser visto em casa. E enquanto isso, Contra o Tempo teve mais uma vez a estreia adiada… Não dá pra entender o raciocínio do exibidor brasileiro!

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Quarentena 2 – Terminal

Crítica – Quarentena 2 – Terminal

Ninguém pediu, mas, olha lá: já está disponível para download a continuação do fraco Quarentena.

Um pequeno avião tem um problema durante um vôo, por causa de um vírus misterioso. Quando o avião aterrisa, todo o terminal é colocado em quarentena.

O primeiro Quarentena nem foi ruim. O problema é que é uma cópia do espanhol REC, quase quadro a quadro. Mas, mesmo assim, tem seus bons momentos, nem achei uma das piores refilmagens da minha vida.

Se Quarentena 2 tem algum mérito, é o de não copiar a continuação Rec 2. A história aqui é nova, completamente diferente. Até o recurso de câmera subjetiva foi deixado de lado – Quarentena 2 é um filme convencional, o espectador é recolocado atrás da “quarta parede”.

Pena que o filme em si não é lá grandes coisas. É aquilo de sempre: um a um, todos vão pegando a infecção, até que sobram poucos personagens, que lutam pela sobrevivência. Previsível ao extremo…

Resumindo: se você curte o estilo e não se incomoda com uma história que já foi contada diversas outras vezes, pelo menos a produção não é muito vagaba, e tem algum gore interessante. Só não espere nada demais!

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Vejo Você no Próximo Verão

Crítica – Vejo Você no Próximo Verão

Philip Seymour Hoffman é um grande ator, ninguém questiona isso. Será que ele também é bom na cadeira de diretor?

Jack (Philip Seymour Hoffman) é um sujeito tímido e esquisitão, que trabalha dirigindo limusines. Um colega de trabalho arma para ele um encontro às escuras com a também esquisitona Connie. Para impressioná-la, Jack quer aprender a nadar e a cozinhar.

Vejo Você no Próximo Verão não é exatamente “ruim”. Mas tá longe de ser bom. Afinal, são personagens sem graça vivendo situações cotidianas. O filme passa, e nada acontece. Gosto quando o cinema nos conta histórias diferentes e interessantes; conheço histórias melhores que as do filme vividas por pessoas próximas…

O ritmo do filme é leeento… E a trilha sonora, com um violãozinho monótono, só atrapalha.

Se existe algo digno de nota aqui é o trabalho dos atores. Todos os quatro principais estão bem – além de Hoffman, o elenco conta com os pouco conhecidos John Ortiz, Daphne Rubin-Vega e Amy Ryan. Também pudera, o filme é a adaptação de uma peça de teatro estrelada por três deles (Amy Ryan não estava na peça).

Enfim, Vejo Você no Próximo Verão não é de todo mal – alguns poderão se emocionar com a história de Jack. Mas heu acho que Hoffman deveria ter escolhido um argumento melhorzinho para o seu debut como diretor.

Kommandør Treholt & Ninjatroppen / Norwegian Ninja

Crítica – Kommandør Treholt & Ninjatroppen / Norwegian Ninja

Encerro minha participação no Rio Fan 2011 com este Kommandør Treholt & Ninjatroppen. Perdi as exibições de A Mulher (que ganhou o prêmio de melhor filme do festival) e de Água Negra – baixei ambos, mas não consegui legendas, então vou esperar um tempo para vê-los.

O que chama a atenção no filme escrito e dirigido pelo estreante Thomas Cappelen Malling é o argumento: como assim, ninjas noruegueses?!?!? E o pior de tudo é que o filme é baseado em fatos reais. Arne Treholt foi um político norueguês, condenado nos anos 80 a vinte anos de prisão por traição. Bem, o “Kommandør Treholt” existiu, mas, se ele tinha uma tropa de ninjas… Aí é que entra a ficção… 😉

Kommandør Treholt & Ninjatroppen tem algumas ideias muito boas, alguns momentos são hilários. Mas, no geral, é um filme bobo, heu esperava mais. Talvez fosse o velho problema de criar altas expectativas, afinal, recentemente vi dois filmes noruegueses muito bons, Dead Snow e The Troll Hunter.

A recriação do clima da Guerra Fria, com várias imagens de arquivo e reportagens jornalísticas inseridas, ficou bem legal. Aliás, o filme tem cara de ter sido feito nos anos 80, a imagem é trabalhada para parecer antiga – boa sacada. Pena que parte do filme fica confuso para “não-noruegueses” – heu nunca tinha ouvido falar em Arne Treholt…

Para os fãs de filmes trash!

A Noite do Chupacabras

Crítica – A Noite do Chupacabras

Ficou pronto o aguardado novo filme de Rodrigo Aragão, diretor do cult trash Mangue Negro!

O filme fala de uma velha briga por terras entre duas famílias rivais. Enquanto isso, um misterioso monstro espreita no meio do mato.

Rodrigo Aragão falou antes com a plateia. Explicou que esta versão ainda não é a definitiva, que ele estava trabalhando numa versão quatro minutos mais curta, e com o som melhorado.

O filme é muito divertido, um legítimo trash. Quem gosta do estilo não se decepcionará. Muito gore, muita gosma, de várias cores diferentes, de várias origens diferentes. Muito bom! 😀

Claro, nem tudo é perfeito. O som ambiente tem falhas claras (tomara que isso seja uma das coisas consertadas na nova edição). O elenco tem atores caricatos, mas isso já era esperado, pelo estilo do filme.

Por outro lado, um nome em particular está tão caricato que ficou genial: um dos papeis principais é de Peter Baiestorf, um dos maiores realizadores do underground brasileiro, autor de dezenas filmes trash (segundo o wikipedia, são 17 longas, mais alguns curtas e médias). Na época de Mangue Negro, li uma comparação entre Rodrigo Aragão e Sam Raimi da época do primeiro Evil Dead; Baiestorf seria o seu Bruce Campbell. Baiestorf perde um olho, alguns dedos, se suja de vários tipos de gosma e não para de gritar palavrões! Vou procurar um dos seus filmes, depois comento aqui – já tenho baixado “Vadias do Sexo Sangrento“!

(Aliás, falando em Baiestorf, sei que um de seus filmes de chama “Vou Mijar na P#@rra do Seu Túmulo” – determinado momento do filme, seu personagem, ensandecido, grita exatamente isso!)

Ah, sim, falei em gosma, né? Nisso, o filme é de primeira linha. Tanto a maquiagem quanto os efeitos de gore são muito bem feitos. Nisso, a equipe é tão eficiente que houve uma oficina de maquiagem durante o Rio Fan – e a oficina estava lotada.

Além disso, a trilha sonora, com vários temas instrumentais feitos apenas com percussão, é muito legal, mostra um lado legal da música brasileira, sem precisar cair nas obviedades do samba e da mpb. Bola dentro!

Também é importante notarmos a evolução técnica que Aragão conseguiu desde Mangue Negro. A qualidade da imagem era um dos pontos fracos do outro filme, agora melhorou muito. Outra coisa é o elenco mais heterogêneo, nada de atores novos sob forte maquiagem para interpretar personagens velhos.

O que dá pena ao ver um filme desses é saber que ele nunca será lançado nos cinemas convencionais. Torço para que um dia heu consiga uma edição em dvd tão legal como a edição de Mangue Negro que comprei das mãos de Aragão: um dvd duplo, cheio de cartões dentro do encarte, e com uma caixinha de papel em volta. Edição de luxo! 😉

Acredito que o filme ainda não exista para baixar. E espero ainda rever numa tela grande. Mas, enquanto nenhuma das opções é viável, fiquem com o trailer:

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Agora, um adendo: uma foto minha, entre o ator principal Joel Caetano e o diretor Rodrigo Aragão, tirada logo após a exibição do filme. Agradecimentos a Rodrigo Giane, que tinha uma câmera com flash (a minha câmera não tinha…).
(Rodrigo Aragão é o de barba!)

Vermelho, Branco & Azul / Red, White & Blue

Crítica – Vermelho, Branco & Azul / Red, White & Blue

Erica tem compulsão por fazer sexo com desconhecidos. O esquisitão Nate aparece em sua vida e tenta ajudá-la. E Franki é um aspirante a rock star. Suas vidas se encontrarão, e nada será como antes.

A trama de Red, White & Blue é dividida entre os três personagens principais. Os três são seres humanos desprezíveis, o que nos dificulta a simpatizar com o filme – é difícil alguém se identificar. Mas acredito que isso era proposital, o filme é daqueles que são feitos para causar desconforto. Aliás, em um festival onde teve filme censurado, este aqui foi exibido sem problemas, apesar de ter uma cena de tortura com uma criança presente Ah, sim, é bom falar, o filme tem imagens fortes!

A narrativa não muito convencional é interessante, os planos têm cortes rápidos, mas sem uma estética de videoclipe. Além disso, o roteiro “engana”, ao mudar o foco entre os personagens.

No elenco, o único nome mais conhecido é Noah Taylor, que era o empresário em Quase Famosos e o amigo da Lara Croft. Amanda Fuller está bem com o a garota com cara de “the girl next door”; achei Marc Senter um pouco forçado, mas nada que comprometa.

Só não entendi por que o nome “vermelho, branco e azul”. Deve fazer alguma alusão ao patriotismo norte-americano, mas nada fica muito claro sobre essa possível referência.

Enfim, para quem gosta de filmes com violência crua…

Um Sussurro nas Trevas / The Whisperer in Darkness

Crítica – Um Sussurro nas Trevas / The Whisperer in Darkness

Ficou pronta a esperada adaptação do famoso conto de HP Lovecraft feita pela HPLHS!

O cético professor Albert Wilmarth, da Universidade Miskatonic, vai até Vermont investigar supostos acontecimentos misteriosos que estão acontecendo na fazenda de Henry Akeley.

A HPLHS (HP Lovecraft Historical Society) é o mais importante fã clube do autor. Em 2005, eles foram os responsáveis por O Chamado de Cthulhu, considerada por muitos a melhor adaptação já feita em um texto de Lovecraft – o filme foi propositalmente concebido para parecer ter sido feito nos anos 20, pouco depois do lançamento do conto: é um média metragem, preto e branco, mudo com intertítulos.

Um Sussurro nas Trevas segue o mesmo conceito. O conto é de 1931, e o filme tem cara de ter sido feito na década de 30 ou 40. Desta vez, o filme é falado, mas a bela fotografia em p&b, a iluminação, os cenários, os figurinos, tudo lembra a época.

Quer dizer, quase tudo. No fim do filme aparecem as criaturas Mi-Go, feitas em cgi. Na minha humilde opinião, as criaturas deveriam ter sido feitas em stop motion, o cgi ficou destoante do resto do filme…

Aliás, a parte final do filme deixa a desejar. A trama vai bem até o fim do conto – quando Wilmarth descobre um segredo sobre Akeley. Depois disso, o filme se perde – infelizmente.

Este escorregão na parte final impede Um Sussurro nas Trevas de ser um grande filme. Mas mesmo assim, ainda é uma bela adaptação de HP Lovecraft, escritor que não tem uma relação muito boa com o cinema – são poucos os filmes baseados em sua obra (já fiz um top 10 sobre isso!).

No elenco e na equipe técnica, ninguém conhecido. Mas o diretor Sean Branney e o roteirista Andrew Leman também estavam na equipe de O Chamado de Cthulhu, exercendo diversas funções… Os dois devem fazer parte do HPLHS!

Agora os fãs de Lovecraft aguardam por Nas Montanhas da Loucura, que seria dirigido por Guillermo Del Toro, mas parece que virou um projeto “órfão”…

Cropsey

Crítica – Cropsey

Documentário sobre Andre Rand, suposto assassino serial pedófilo de Staten Island.

Talvez tenha sido erro de interpretação de texto da minha parte. Mas achei que a sinopse oferecida pelo Rio Fan dá a impressão que é outro tipo de filme: “Ao descobrirem que era real a lenda urbana que os aterrorizava quando mais novos, uma dupla de cineastas decide descobrir o mistério por trás do desaparecimento de cinco crianças.” Sei lá, viajei, achei que a história podia entrar numa onda “Bruxa de Blair“, mas, nada, é um documentário careta.

(Acho que heu não fui o único, finda a sessão, conversei com outras duas pessoas que também não sabiam que Cropsey era um documentário…)

Enfim… já falei aqui em outras ocasiões o meu problema com documentários. Não tenho nada contra, mas acho que o interesse do espectador no documentário está diretamente ligado ao interesse no assunto documentado. Se gosto do tema, quero ver o documentário; se não gosto, dispenso…

Pelo menos posso atestar que Cropsey funciona redondinho. Até o fim ficamos na dúvida sobre a inocência (ou não) de Rand.

Mas bem que heu preferia ver um filme de terror – ficção – com esse tema…

Ferida / Wound

Crítica – Ferida / Wound

E vamos começar a falar dos filmes da edição 2011 do Rio Fan!

Wound é um filme estranho, muito estranho. Susan foi mãe adolescente, e sua filha Tanya morreu no parto. Agora, anos depois, Susan vê sua filha em todos os lugares.

O diretor David Blyth é um nome conhecido na Nova Zelândia por seu estilo sempre polêmico. Este Wound ficou famoso quando, ao ser exibido num festival, ganhou como fã o também polêmico Ken Russell. Bem, se você conhece os filmes de Russell, já sabe o que esperar de Wound.

O filme é um desfile de perversões sexuais. Tem incesto, sado-masoquismo, castração, estupro… Mas, sabe qual o problema? É que não existe uma história. É apenas uma sucessão de bizarrices. A gente fica tentando conectar as cenas grotescas, mas não existe uma trama coerente com uma explicação lógica.

Algumas cenas são engraçadas, rola algum gore… Mas o filme é fraco, bem fraco. Os filmes trash neo-zelandeses são melhores quando não se levam a sério, como Black Sheep ou os primeiros do Peter Jackson, Bad Taste – Náusea Total, Meet The Feebles e Fome Animal.

Pelo menos é curto, 73 minutos. Mas nem vale a pena…

Censura de volta?

Censura de volta?

O polêmico A Serbian Film (Srpski Film), filme sérvio barra-pesadíssima sobre a indústria pornô, estava na programação do Rio Fan. Mas foi CENSURADO pela Caixa Econômica Federal, dona do espaço onde está ocorrendo o festival. Lamentável!

O grupo Estação resolveu se meter pra ajudar, e marcou uma sessão de A Serbian Film para amanhã à noite, no Odeon. Ok, já que a Caixa tomou uma atitude lamentável, vamos consertar isso com uma exibição em outro lugar.

Mas… Em uma atitude ainda mais lamentável, a vara da infãncia emitiu um mandado judicial de apreensão do filme, cancelando assim a sessão! Ora, isso é CENSURA!!!

O pior sobre esse povo que tá por trás da CENSURA é que duvido que alguém tenha visto o filme. Devem estar se baseando em boatos.

Prezados senhores responsáveis pela CENSURA: A Serbian Film é um filme realmente muito pesado, um dos piores que já vi na minha vida. Fica lá, perto de Saló e de Irreversível. Mas em momento nenhum faz apologia a alguma coisa ruim. Justamente o contrário, você vê o filme e fica uma semana passando mal pelo que viu. Isso é motivo para o filme ser CENSURADO?

Olha, vi o filme em questão em agosto do ano passado. Achei um bom filme, mas não o recomendo para ninguém, justamente por ser extremamente pesado. Mas, péra lá, CENSURA? Voltamos à ditadura???

Lamentável…

p.s.: Amanhã começo a postar sobre os filmes do festival!