Red State

Crítica – Red State

O que? Kevin Smith dirigindo um filme sério de terror??? Para tudo, preciso ver isso!

Um grupo de jovens conhece uma mulher pela internet e, atrás de sexo, vão encontrá-la. Mas acabam caindo em uma perigosa armadilha religiosa.

Antes de falar de Red State, falemos da carreira de Kevin Smith. Taí um cara que ninguém pode chamar de acomodado. Seus seis primeiros filmes faziam parte do chamado “universo view askew”. Todos têm o mesmo estilo de humor, todos contam com a dupla Jay e Silent Bob – alter ego de Smith, que parecia estar numa posição confortável: filmes na mesma linha, plateia garantida. Aí veio Pagando Bem Que Mal Tem, comédia com estilo parecido, mas sem a dupla “assinatura”. Na época, lembro que critiquei isso – cadê Jay e Silent Bob? Mas, ok, “a fila anda”. Logo depois veio Tiras em Apuro, também comédia, mas de um estilo diferente, uma comédia policial com cara de “filmes do Eddie Murphy dos anos 80”.

Agora Smith escreveu e dirigiu este Red State. Filme sério, tenso, não rola nenhuma piada ao longo de toda a projeção. Smith saiu da sua “zona de conforto”. E não é que ele acertou mais uma vez?

Ok, o roteiro é bom, mas não é perfeito – aquele sermão do pastor é interminável (li no imdb que são 16 minutos!). Mas tem uma coisa que gostei muito na trama: o destino dos personagens é imprevisível. Não existe uma figura central.

Kevin Smith impressiona com a mão firme na cadeira de diretor, muitas vezes em sequências frenéticas com a câmera na mão. Como falei, é um filme sério, em momento nenhum parece que estamos nas mãos do gordinho engraçado Silent Bob – se me dissessem que era dirigido por um Rob Zombie (Rejeitados Pelo Diabo) da vida, heu não acharia estranho. Ah, é bom falar: o terror não tem nada de sobrenatural – o que dá ainda mais medo!

No elenco, o semi desconhecido Michael Parks brilha como o alucinado pastor. E John Goodman e Melissa Leo não estão atrás. Bom trabalho de construção de personagens e direção de atores. E os efeitos especiais são simples e discretos.

O filme é polêmico – acho que isso é a única coisa com “cara de Kevin Smith”. Li no imdb um monte de gente ligada à religião criticando o filme. Mas, na minha humilde opinião, o filme não ofende nenhuma religião, apenas os fanáticos…

Red State não é um filme de fácil digestão. Dica: esqueça os filmes anteriores de Smith. E curta o novo “diretor camaleão” – afinal, o próprio poster fala “an unlikely filme from that Kevin Smith” (“um filme improvável daquele Kevin Smith”).

p.s.: No fim dos créditos finais, há um aviso que “quase todo o elenco estará de volta em Hit Somebody“. Qual será o estilo do novo projeto de Kevin Smith?

Top 10: Melhores Acidentes de Carro

Top 10: Melhores Acidentes de Carro

E vamos para mais um Top 10!

O assunto hoje é acidente de carro. Claro, isso não é uma coisa que gostamos na vida real. Mas quem não gosta de ver acidentes numa tela de cinema?

O primeiro filme que me vem à mente quando penso em acidentes de carro é o esquisito Crash, do David Cronenberg, onde pessoas se excitam sexualmente com acidentes de carro. Mas, apesar de ter uma cena de sexo pós acidente, com a bela Deborah Unger ao lado de um carro capotado, o filme não mostra nenhum acidente relevante. Então fica só na lembrança…

Lembrei também do filme Presságio, com as duas melhores cenas de acidente que heu já vi no cinema. Mas uma é com um avião, outra com um trem, não tem carro. Então ficou como hors concours – quem sabe um dia faço um Top 10 de acidentes com outros meios de transporte?

Escolhi dez acidentes. Em vez de usar imagens para ilustrar o Top 10, procurei links de youtube, para vocês se lembrarem de cada acidente. Peço desculpas adiantadas, alguns dos links têm qualidade de imagem bem ruim, e um deles está com a trilha sonora alterada. Quem não gostar dos links… Ora, procure os filmes inteiros! 😛

Vamos aos filmes?

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10. Encontro Marcado (1998)

Aqui não é exatamente um acidente, é um atropelamento. A cena impressiona porque, pelo menos na época do lançamento, ninguém esperava isso.

9. Mad Max (1979)

Toda a trilogia é repleta de boas cenas com carros. Não sei se este é o melhor exemplo, mas uma moto batendo de frente com um caminhão é sempre legal de se ver.

8. Toy Story 2 (1999)

Tem espaço pra desenho animado? Os brinquedos resolvem atravessar a rua debaixo de cones, e olha o que acontece…

7. Duro de Matar 4 (2007)

Um carro bate num helicóptero. No ar. Nuff said.

(O trecho do filme é esse, mas não achei no youtube um vídeo com o som original. Sorry!)

6. Os Irmãos Cara de Pau (1980)

Dezenas de carros de polícia batem seguidamente. A partir do vigésimo carro, parece que alguém começa a atirar miniaturas Hot Weels em cima da pilha de carros.

5. Adaptação (2002)

Esta cena impressiona por ser imprevisível. Aliás, como um acidente real, é um grande susto. Acontece parecido em Os Esquecidos, com a Julianne Moore, mas não achei a cena no youtube.

4. Deixe Ela Entrar (2008)

http://www.youtube.com/watch?v=QHyuz4p9s34&feature=related

Esse aí mostra um carro batendo e depois capotando, mas de um ângulo incomum: foi filmado com uma câmera fixa, dentro do carro.

3. Matrix Reloaded (2003)

http://www.youtube.com/watch?v=qr4JkceC_PQ

 

Pode acidente de caminhão? Se puder, ficamos com dois caminhões batendo de frente, com câmera lenta usando bullet-time. Cena maneiríssima, pena que o filme decepciona.

2. Premoniçāo 2 (2003)

http://www.youtube.com/watch?v=j1iUEtZYwc0

Um grande acidente numa rodovia, envolvendo vários veículos, abre este segundo filme da série Premonição – franquia que vale pelos acidentes no início de cada filme.

1. À Prova de Morte (2007)

http://www.youtube.com/watch?v=6npuEdett-E

Stuntman Mike bate de frente com outro carro. Vemos a batida quatro vezes, cada uma mostrando o que aconteceu com cada uma das quatro meninas no outro carro. Coitada da Vanessa Ferlito…

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Amizade Colorida

Crítica – Amizade Colorida

Uma caça-talentos (Mila Kunis) e um designer (Justin Timberlake), ambos com recentes decepções amorosas, se tornam grandes amigos. Sem vontade de se prender em relacionamentos, eles decidem incluir sexo na amizade, com o compromisso de deixar qualquer emoção de lado.

Amizade Colorida não é ruim. O problema é que é tão óbvio que dá raiva. Vejamos: um homem e uma mulher são grandes amigos, e com boa química sexual. Ora, a partir do momento que eles quiserem assumir um namoro com alguém, por que não tentar entre eles mesmo, antes de procurar outros parceiros? Às vezes Hollywood cria roteiros em cima de “tempestades em copo d’água (Sex and the City é cheio de situações assim), a vida real não precisa ser tão complicada.

Bem, pra quem conseguir relevar este detalhe, Amizade Colorida é uma boa comédia romântica, com todos os defeitos e virtudes que essa frase carrega.

O casal principal tem uma boa química – algo essencial em filmes do estilo. Mila Kunis e Justin Timberlake são jovens e bonitos, e fazem um boa dupla. O filme traz cenas de sexo, com alguma discreta nudez, os fãs da ex-estrela de That 70’s Show e do astro da música pop vão gostar disso. Além dos dois, o elenco também conta com Richard Jenkins, Emma Stone, Woody Harrelson, Jenna Elfman e Patricia Clarkson.

Gostei da edição, usando música como se fossem videoclipes dentro do filme. O estilo do humor é outra coisa boa de Amizade Colorida: é mais inteligente, não rolam as baixarias tão comuns hoje em dia (como no recente Passe Livre, por exemplo).

Agora, como falei lá em cima, o que enfraquece Amizade Colorida é a previsibilidade. Ok, toda comédia romântica já é meio previsível, mas normalmente os casais protagonistas não são tão óbvios como aqui. Relevando isso, dá até pra recomendar o filme.

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p.s.: Poucos meses antes da estreia de Amizade Colorida, tivemos em cartaz um outro filme com a mesma temática, Sexo Sem Compromisso, estrelado por Natalie Portman e Ashton Kutcher. Ainda não vi, assim que der comento aqui se os filmes são iguais.

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Premonição 5

Crítica – Premonição 5

Ninguém pediu, mas, olha lá, tem filme novo da franquia Premonição em cartaz!

Por causa de uma premonição, um grupo de pessoas escapa de um grande acidente em uma ponte. Mas não é fácil enganar a morte…

Não reclamo desta franquia. Acho os filmes “honestos” – quem vai ver um filme da série não está atrás de bons roteiros nem de grandes atores. O grande barato aqui são as mortes, cada uma mais criativas que a outra.

Sob este aspecto, Premonição 5 não vai decepcionar ninguém. Como acontece sempre nos filmes da série, a melhor parte é a sequência inicial, quando o grande acidente acontece. O acidente na ponte é sensacional! E não é o único bom momento, algumas das sequências de morte são muito bem construídas – gostei da parte na ginástica olímpica e também a da casa de massagem. Os efeitos especiais são muito bons.

Como falei lá em cima, o roteiro não é lá muito bem cuidado – uma personagem não enxerga nada quando deixa os óculos caírem no chão, mas logo depois está admirando o acidente, sem os óculos. Serve apenas para unir as cenas que interessam ao público alvo. Ou seja, não é bom, mas funciona.

O mesmo podemos falar sobre o elenco, um monte de jovens desconhecidos e inexpressivos. Tony Todd, o eterno Candyman, exercita sua canastrice num papel menor; e não sei por que diabos Courtney B. Vance (Caçada Ao Outubro Vermelho, Mentes Perigosas) tem um papel no filme – será que ele não tinha nenhuma oferta melhor?

Por fim, preciso falar do 3D. Na minha humilde opinião, este é o único tipo de filme que vale a pena ser visto em 3D. Hoje em dia Hollywood está com mania de converter todo e qualquer blockbuster para 3D, e o resultado fica quase sempre decepcionante. Por isso, tenho preferido sempre as versões 2D – a não ser em casos onde o 3D faz parte do espetáculo, como acontece aqui, onde diversas coisas são arremessadas em direção à tela.

Concluindo: Premonição 5 não é um bom filme. Mas é divertido pra caramba!

p.s.: Gostei do final, a ligação com o início da franquia! E também do replay de várias mortes de todos os outros 4 filmes!

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Agnosia

Crítica – Agnosia

Não é de hoje que a Espanha nos apresenta bons filmes fantásticos, principalmente por causa de diretores como Guillermo Del Toro e Álex de la Iglesia. Então, quando soube de um filme escrito por Antonio Trashorras, o mesmo roteirista de A Espinha do Diabo (dirigido por Del Toro), corri para ver.

Espanha, 1899. Joana é uma bela jovem com uma doença que atrapalha a sua percepção e a impede de reconhecer alguns sons e imagens. Quando seu pai morre, ela vira vítima de um plano para descobrir um segredo industrial.

Como heu disse, tem um monte de filmes fantásticos bons feitos na Espanha. Mas Agnosia não é um deles – principalmente porque, de fantástico, o filme não tem nada!

Mas o pior de Agnosia não é ser um drama. O problema é o roteiro, lento demais, e com algumas situações forçadas demais. Para não entregar spoilers, vou me ater à cena inicial:
1- Se o pai de Joana fabricou uma lente para vender rifles, por que ficou chocado com pessoas que estavam usando o seu rifle para matar um animal? Será que ele achava que os rifles não matariam ninguém?
2- Este evento teve algo a ver com a doença de Joana? Ou foi só uma coincidência?
Resumindo: pra que esta cena inicial? Só para nos mostrar que o cara tinha um segredo industrial? E precisava de toda a papagaiada em volta da menina?

E assim o filme segue, leeento… A parte dentro do quarto escuro é boa, mas isso acontece depois da metade do filme.

Pelo menos nem tudo é de se jogar fora. O diretor Eugenio Mira tem talento para criar belas cenas, como a cena inicial dos rifles e balões pretos, ou a cena final, na escadaria. Cinematograficamente, são cenas muito bonitas.

No elenco, só reconheci dois nomes: Eduardo Noriega, de Abra Los Ojos e A Espinha do Diabo; e Bárbara Goenaga, de Los Cronocrimenes (todos os três filmes são bons exemplos de filmes fantásticos espanhois…).

Enfim, Agnosia não é de todo ruim. Mas tem filme espanhol melhor por aí.

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Los Ojos De Julia

O Homem do Futuro

Crítica – O Homem do Futuro

Legal! Uma comédia / ficção científica nacional! E bem feita!

Zero (Wagner Moura) é um brilhante cientista, traumatizado por ter sido humilhado por sua namorada 20 anos antes. Prestes a descobrir uma nova forma de energia, Zero acidentalmente volta ao passado e agora tem a chance de consertar o rumo da sua vida.

O novo filme de Claudio Torres é ainda melhor que o anterior, A Mulher Invisível, que já era legal. O roteiro acerta nas idas e vindas no tempo, o timing de comédia é muito bom e não apela para o pastelão baixaria (como de vez em quando em comédias nacionais), e os efeitos especiais são simples e bem feitos. E o elenco está ótimo. Taí, este é um bom caminho para a comédia nacional.

Wagner Moura é sensacional. Ele consegue construir três personagens diferentes – um jovem deslumbrado, um adulto amargurado e um adulto bem resolvido – e convence com os três. O cara merece a boa fase: além de ter mandado bem em VIPs, o seu Tropa de Elite 2 é o representante nacional no Oscar 2011. E ele ainda estará em breve ao lado de Matt Damon, Jodie Foster e William Fichtner em Elysium, novo filme de Neill Blomkamp (Distrito 9).

E o filme não é só de Moura. Alinne Moraes, Fernando Ceylão, Maria Luísa Mendonça e Gabriel Braga Nunes também estão muito bem com diferentes personagens nas diferentes realidades temporais. Outro dos acertos de O Homem do Futuro é na parte de maquiagens e caracterizações.

Agora vamos a um papo nerd. Quem não curtir discussões sobre teorias de viagens no tempo, pule pro parágrafo seguinte.

As teorias mais usadas nos filmes de viagem no tempo são: ou a linha temporal é alterável, como em De Volta Para o Futuro – se você mudar o seu passado, o seu presente pode não acontecer; ou a linha temporal é única, como em O Exterminador do Futuro – o cara vai voltar ao passado, e aquilo tudo vai acontecer da mesma forma. Bem, a princípio Homem do Futuro segue a primeira teoria – Zero volta e cria uma realidade paralela (como acontece em De Volta Para o Futuro 2). Mas aí rola um problema: o evento que marcou toda a sua vida só tem sentido depois das idas e vindas no tempo – Helena só agiria daquele jeito por causa das viagens. Então, é usada a segunda teoria! Bem, em defesa do filme, a gente pode dizer que são teorias usadas no cinema, porque na verdade viagens no tempo não existem…

Bem, O Homem do Futuro não é um filme feito apenas para nerds. A plateia “convencional” vai curtir uma boa comédia romântica com um pé na ficção científica. Que venham outras produções nacionais com a mesma qualidade!

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Jackboots on Whitehall

Crítica – Jackboots on Whitehall

Um filme de Segunda Guerra Mundial protagonizado apenas por bonecos, mostrando uma realidade paralela onde Hitler invadiu a Inglaterra, e ainda por cima com vozes de vários atores legais? Ei, isso pode ser legal!

A trama é mais ou menos isso aí. Nazistas invadem Londres, e Churchill foge para a Escócia, com a ajuda do fazendeiro Chris (Ewan McGregor), que não pode ser soldado porque tem mãos grandes demais.

Falei que poderia ser legal, né? Mas não é. Jackboots on Whitehall tem um grave problema: é uma comédia com poucas piadas. Acho que só consegui rir no momento “Mel Gibson”, o resto do filme é bobo e sem graça. Chega a ter momentos sérios e solenes, como a cena onde eles cantam “Jerusalem”.

Tem mais: a animação é amadora demais. Os bonecos parecem barbies e kens comuns, só alguns têm a aparência de personagens históricos, como Churchill. E a movimentação deles é muito tosca. A gente espera algo do nível de um Thunderbirds ou Team America, mas Jackboots on Whitehall é bem inferior.

Pena, porque o elenco é invejável: Ewan McGregor, Rosamund Pike, Richard E. Grant, Timothy Spall, Tom Wilkinson, Alan Cumming, Dominic West, Richard Griffiths e Richard O’Brien, dentre outros.

Os irmãos escoceses Edward e Rory McHenry vão ter que se esforçar mais no seu próximo filme, porque esta estreia ficou devendo…

Kill Bill Vol 1

Crítica – Kill Bill Vol 1

Continuando a filmografia de Quentin Tarantino… Pulei Jackie Brown e fui direto para Kill Bill.

Trata-se da saga de vingança da Noiva (Uma Thurman). Deixada para morrer numa sangrenta chacina no dia do seu próprio casamento, ela ficou quatro anos em coma. Quando acordou, fez uma lista das pessoas que precisa matar. E é hora de verificar cada item da lista.

Vi Kill Bill no cinema, na época do lançamento, e, desde então, ainda não tinha visto de novo. Hoje posso dizer que gostei ainda mais do que quando vi da primeira vez!

Kill Bill não é um filme pra qualquer um – é um filme pra fãs de Tarantino. O filme é cheio de exageros estilíscos – além de várias lutas com muito sangue jorrando, rolam cenas em preto e branco, coreografia em contra luz, planos-sequência com a câmera passeando pelo cenário sem cortes à la Brian de Palma – tem espaço até uma sequência em desenho animado! Tarantino aqui confirma a sua vocação de liquidificador de cultura pop e faz inúmeras citações. Faroeste italiano, filme de artes marciais, anime, trash, blaxploitation, seriados antigos, tudo isso fica consonante com as suas características habituais: diálogos afiados, edição fora da ordem cronológica e trilha sonora “cool”.

Parágrafo novo para falar da trilha sonora. Eclética, a trilha vai de Bernard Herrman até punk rock japonês, passando pela trilha sonora do seriado Besouro Verde (O Vôo do Besouro) e por músicas que lembram os temas de faroeste de Ennio Morricone. Mais uma vez, Tarantino fez uma trilha antológica, apenas usando material composto por outras pessoas.

Ah, sim, o elenco é outra coisa importante em Kill Bill. Diz a lenda que Tarantino começou a escrever o personagem da noiva junto com Uma Thurman, durante as filmagens de Pulp Fiction, quase dez anos antes. Uma está sensacional! Michael Madsen, Daryl Hannah e David Carradine têm participações pequenas, eles aparecem mais no segundo volume. Vivica A. Fox faz um papel menor, a grande coadjuvante aqui é Lucy Liu. O filme também conta com o lendário ator japonês Sonny Chiba, famoso nos anos 70 por vários filmes de artes marciais, além dos menos conhecidos Julie Dreyfuss e Chiaki Kuriama.

Por fim, vou terminar com algo que também falarei no texto de Kill Bill vol. 2. De vez em quando dividem um filme em duas partes, por razões de mercado – afinal, se eles podem ganhar dinheiro duas vezes com o mesmo filme, por que não? Um bom exemplo recente disso é o sétimo Harry Potter, que foi dividido desnecessariamente – a primeira parte é arrastada demais. Achei que Kill Bill sofreria do mesmo problema, mas, ao ver a segunda parte, vi que aqui a divisão faz sentido.

Em breve, Kill Bill Vol. 2!

p.s.: O poster fala “o 4º filme de Tarantino” – mas entre Pulp Fiction e Jackie Brown, ele dirigiu um dos segmentos do filme Grande Hotel

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