Crítica – Chapeuzinho Vermelho do Inferno
No primeiro post sobre o Festival do Rio 2011, falei sobre o risco de se assitir um filme ruim. Como temos poucas informações sobre cada filme, existem boas chances de se pegar algo muito ruim pela frente. É o caso deste Chapeuzinho Vermelho do Inferno.
Tá, um filme com esse nome não tinha muito como fugir do trash. Mas, uma co-produção entre Cuba e Costa Rica, escrita e dirigida por Jorge Molina, o principal ator coadjuvante do divertido Juan de los Muertos, contando uma versão distorcida da historinha clássica infantil? Prometia pelo menos ser um bom trash!
Mas não. Chapeuzinho Vermelho do Inferno é ruim, muito ruim. É um filme ruim em tantos aspectos que não sei nem por onde começar.
Aliás, minto, sei por onde começar. Pedofilia é uma coisa errada. Mostrar uma atriz com cara de adolescente nua é errado e desnecessário. Mas mostrar uma adolescente nua praticando zoofilia com um filhotinho de cachorro é muito errado e totalmente desnecessário. Poucas vezes na minha vida tive vontade de sair da sala de um cinema durante a projeção – e quase me levantei nesta cena. (Ainda rola uma cena de estupro em cima de um cadáver, com a mesma adolescente…)
Isso já seria o suficiente pra Chapeuzinho Vermelho do Inferno ser jogado no lixo. Mas tem mais. Além da pedofilia e da zoofilia (e ainda rola incesto), o filme é tosco demais. Começa pela imagem – diferente de quase todos os filmes presentes no Festival, que são em película, aqui a projeção é em vídeo/dvd, trazendo uma imagem horrível na tela. E a maquiagem é muito mal feita, um ator homem faz a vovó, e o visual dele parece um palhaço de circo de periferia.
A história não só é doente, como o humor presente no filme é digno de programas televisivos como A Praça é Nossa e Zorra Total. Alguns personagens caricatos, como o irmão retardado, não têm nenhum sentido na trama. E, pra manter a proposta apelativa, qualquer coisa é pretexto pra todas as atrizes tirarem a roupa – nem precisa de motivo.
Na sessão que heu estava, no cinema do Shopping da Gávea, tinha uma pessoa, umas duas fileiras atrás de mim, que dava gargalhadas. Quase que fui perguntar pra ele qual era o motivo das risadas…
Resumindo: não é o pior filme da minha vida, porque, como disse um amigo meu, gosto de “filmes limítrofes” – aqueles filmes que ficam na linha entre o ruim e o divertido – então, infelizmente, posso dizer que já vi coisa pior. Mas Chapeuzinho Vermelho do Inferno entra fácil num top 10. E, na minha humilde opinião, é mais ofensivo que A Serbian Film.
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