A Casa dos Sonhos

Crítica – A Casa dos Sonhos

Will Atenton larga o seu emprego em uma grande editora de Nova York para se dedicar a escrever um livro, ao mesmo tempo que se muda com a esposa e as duas filhas pequenas para uma nova casa. Mas logo a família descobre que a casa foi palco de uma chacina alguns anos antes.

O diretor Jim Sheridan, famoso por filmes como Em Nome do Pai e Meu Pé Esquerdo, faz aqui uma incursão no gênero fantástico. Mas, apesar do péssimo poster sugerir, A Casa dos Sonhos não é terror – uma das falhas do filme é não se decidir sobre qual estilo faz parte. Me pareceu um thriller de suspense, mas tem algo de drama também.

Sheridan não gostou do resultado final de seu filme, chegou a pedir que seu nome fosse tirado dos créditos (o que não aconteceu). A Casa dos Sonhos realmente está um degrau abaixo de seus grandes filmes, mas não achei tão ruim a esse ponto.

Um dos acertos do filme foi a escolha do elenco. Daniel Craig e Rachel Weisz estão bem juntos – aliás, a química foi tão boa que eles se casaram depois do filme. Naomi Watts tem um papel menor, e Elias Koteas faz uma ponta de luxo. Mais uma coisa: as crianças são interpretadas por Taylor e Claire Geare, irmãs na vida real, o que ajuda na interação entre elas – boa ideia.

A ambientação é legal, muito frio, muita neve. E a casa também foi uma boa escolha. Mas o roteiro não é perfeito. A Casa dos Sonhos tem uma boa reviravolta na trama, mas achei que esta aconteceu cedo demais, rola bem no meio do filme. Isso atrapalha um pouco o ritmo, que cai na segunda parte.

Li muitas críticas negativas por aí. Talvez isso seja porque o péssimo trailer oficial traz um grande spoiler e já revela de cara esta reviravolta que citei. Fui ao cinema sem ter visto o trailer, e gostei da reviravolta. Mas se já soubesse antes, com certeza ia gostar menos do filme.

Enfim, A Casa dos Sonhos não é uma obra prima, pode-se até dizer que a ideia já foi usada antes várias vezes. Mas pode ser uma boa opção, principalmente pra quem não viu o trailer!

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A Órfã
Desconhecido

X

Crítica – X

Admito: quis ver este filme para ver a bela Viva Bianca, a Ilithyia de Spartacus, em um papel contemporâneo. O que heu não sabia é que o filme seria ruinzinho…

X sofre de um problema relativamente comum: falta história. A trama toda cabe em um parágrafo: garota de programa veterana querendo largar o ofício conhece uma adolescente novata na profissão. Depois de um trabalho juntas, elas presenciam um assassinato, e agora precisam fugir. E só.

Talvez isso funcionasse nas mãos de um bom diretor, ou se tivesse um bom roteiro. Nada. Os personagens são clichê, as situações são previsíveis. E, a cereja do bolo: alguns diálogos são constrangedores – rola um sentimento de vergonha alheia naquela cena do cara com as duas no quarto do hotel.

E tome cenas leeentas pra cá, cenas leeentas pra lá… Principalmente com a personagem de Hanna Mangan Lawrence, que vaga de um lado para o outro, quase sempre em companhia de personagens sem graça.

Ah, a nudez! Senti falta de nudez num filme com esse tema. Por que a Viva Bianca só aparece de calcinha e sutiã? Ela foi mais generosa em Spartacus

Enfim, dispensável…

Grave Encounters

Crítica – Grave Encounters

Mais um filme no estilo “encontraram uma filmagem real”. A ideia já tá ficando batida, mas até que Grave Encouters é legal.

Supostamente, Grave Encouters era um programa de tv no estilo Caçadores de Mitos, checando a veracidade de lugares assombrados. Só que problemas inesperados surgiram enquanto filmavam o episódio 6…

Ok, não há nada de novidade aqui no filme dirigido por uns tais de Vicious Brothers. É apenas um “arroz com feijão” bem feito. Mas, vem cá, o público que vai assistir um filme desses não está procurando o “novo Cidadão Kane“, e sim apenas uma diversão honesta. E nisso, Grave Encouters não decepciona.

A primeira meia hora é lenta, mas depois o filme engrena num bom ritmo até o fim. Rolam alguns sustos legais, e os efeitos são simples e eficientes. O elenco – claro, só com gente desconhecida – funciona dentro do esperado, e a história tem seus clichês, mas flui com tranquilidade. Por fim, o velho hospício é um excelente cenário para o estilo do filme.

“Ora, mas o filme não tem nada de original”, dirão os chatos. Mas quem não for chato vai se divertir!

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[REC]
O Último Exorcismo
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De Volta Para o Futuro 2

Crítica – De Volta Para o Futuro 2

E vamos às continuações de De Volta Para o Futuro!

De Volta Para o Futuro 2 começa exatamente onde o primeiro termina. Doc Brown volta para o presente para buscar Marty McFly e levá-lo ao futuro. Mas certos acontecimentos alteram o passado e, consequentemente, o presente.

Hoje pode até ser comum, mas era novidade em 1989, quando anunciaram que iam ser duas continuações, filmadas ao mesmo tempo e lançadas com um pequeno intervalo de tempo. Assim como era novidade o fim da parte 2 ser um “continua”… Enfim, pelo menos são filmes bem diferentes entre si, apesar de ambos serem continuações fiéis do primeiro filme. É interessante notar que os três filmes repetem várias sequências, mas em momento algum estas repetições parecem repetitivas. Continuação bem feita é isso aí!

Esta segunda parte mostra o futuro, em 2015 (daqui a 4 anos!), e uma realidade alternativa no mesmo 1985, além de voltarmos para 1955 para rever a história já contada sob uma nova ótica. É, a parte 2 é confusa sim. Mas o roteiro, mais uma vez escrito pelo diretor Robert Zemeckis em parceria com Bob Gale, é bem feito e funciona redondinho nas idas e vindas. Dá pra entender tudo, não ficam pontas soltas. Só precisa prestar atenção…

Como aconteceu no primeiro filme, De Volta Para o Futuro 2 é recheado de referências à cultura pop. Um prato cheio pra quem curte, tanto na parte em 2015, quanto em 1955. Aliás, o trecho em 1955 é minuncioso, afinal boa parte do filme original é refilmada, agora sob outro ângulo.

Algumas considerações sobre o elenco. Michael J. Fox, Christopher Lloyd, Lea Thompson e Thomas F. Wilson voltam a seus papeis (e também mais um personagem aqui, outro ali – Fox chega a ter três personagens simultâneos na mesma cena!). Crispin Glover se desentendeu com a produção e foi substituído por Jeffrey Weissman, mas como pouco aparece, mal dá pra notar. Outra substituição no elenco foi a entrada de Elisabeth Shue (Despedida em Las Vegas), no papel de Jennifer, namorada de Marty, no lugar da original Claudia Wells, que teve de se afastar da produção por problemas de saúde na família. Flea, o baixista do Red Hot Chilli Peppers, tem um papel pequeno e importante (guarde a cara dele, ele volta na parte 3). E, falando em gente que ficou famosa depois, além de Billy Zane (Titanic) repetindo o papel do primeiro filme, reparem em um dos garotos ao lado do videogame em 2015 – é Elijah Wood, ele mesmo, o Frodo de Senhor dos Aneis.

Os efeitos especiais são bons, mas em algumas cenas podemos ver a imagem “recortada” pelo chroma-key – isso fica claro nas cenas do skate voador (principalmente com a imagem nítida do blu-ray). Mas não é nada que atrapalhe o filme…

De Volta Para o Futuro 2 tem um problema: é um filme sem início e sem fim. Pelo menos a história tem uma conclusão, só que no filme seguinte – que será comentado aqui em breve!

Top 10: Melhores Mortes

Top 10: Melhores Mortes

Caramba, não rolava um Top 10 aqui no blog há mais de um mês, desde o dia 28 de setembro! Vamos fazer mais um?

Segundo sugestão do leitor Leonardo Pontes, hoje vamos listar a melhores mortes. Aquelas mortes graficamente impressionantes, que a gente fica querendo rever depois que acaba o filme.

Preciso avisar de possíveis spoilers ao longo da lista. Afinal, estamos falando de cenas cruciais dos filmes. Mas, como o filme mais novo da lista é de 2002, acho que tem muita importância, né? Anyway, aviso dado:

POSSÍVEIS SPOILERS ABAIXO!

Ah, pensei em citar o “killer bunny” de Monty Python – Em Busca do Cálice Sagrado, mas, apesar do coelhinho fazer um bom estrago, o filme não mostra muita coisa…

Vamos às cenas?

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10. Scanners (1981)

Da época que David Cronenberg tinha o apelido de “Cronenbleargh” devido à quantidade de gore. A cena da cabeça explodindo é clássica!

9. Navio Fantasma (2002)

O filme é fraquinho, mas a cena inicial, onde um cabo de aço corta todo um baile ao meio, vale o ingresso.

8. Hannibal (2001)

O Dr. Hannibal Lecter come o cérebro do personagem do Ray Liotta. Detalhe: Liotta ainda está vivo!

7. A Profecia (1976)

Caminhão carregando vidros desce ladeira de ré. O vidro desliza, e uma cabeça decepada rola por cima. Cena clássica de um filme também clássico.

6. Ichi the Killer (2001)

O esquisitão e perturbado Ichi guarda uma lâmina no sapato. Determinada cena ele literalmente divide ao meio o seu oponente.

5. Dia dos Mortos (1985)

Rolam mortes legais em tudo quanto é filme de zumbi. A minha preferida está no fim d’O Dia Dos Mortos, aquela do militar partido ao meio por zumbis.

4. Robocop – O Policial do Futuro (1987)

Um dos vilões entra com o carro dentro de um tonel de lixo tóxico. Ele sai literalmente derretendo por causa do ácido, e ainda é atropelado.

3. Alien, o Oitavo Passageiro (1978)

John Hurt, no meio da janta, tem o peito explodido por um filhote de alien. Toda vez que como macarrão, fico bolado…

2. Resident Evil – O Hóspede Maldito (2002)

Um laser percorre um corredor e corta tudo pela frente. A melhor parte é quando um cara é cortado pelo laser quadriculado.

1. Os Caçadores da Arca Perdida (1981)

A cena onde os nazistas são “varridos” após a abertura da Arca da Aliança é impressionante! Destaque para o vilão Toth, cujo rosto derrete – o chapéu chega a mudar de posição.

Hors concours – franquias Premonição e Jogos Mortais

Até agora já foram doze filmes (cinco de Premonição e sete de Jogos Mortais), e tudo indica que teremos mais ainda nos próximos anos. E parece que o único objetivo de cada novo filme é apresentar novas e criativas mortes. Daria tranquilamente pra fazer dois Top 10, um com cada franquia. Então deixei ambas como hors conscours…

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Se você gostou do Top 10: Melhores Mortes, o Blog do Heu recomenda os outros Top 10 já publicados aqui:
filmes de zumbi
filmes com nomes esquisitos

filmes sem sentido
personagens nerds
estilos dos anos 80
melhores vômitos
melhores cenas depois dos créditos
melhores finais surpreendentes
melhores cenas de massacre
filmes dos ano 80 e 90 nunca lançados em dvd no Brasil
estilos de filmes ruins
casais que não convencem
musicais para quem não curte musicais
melhores frases de filmes
melhores momentos de Lost
maiores mistérios de Lost
piores sequencias
melhores filmes de rock
melhores filmes de sonhos
melhores filmes com baratas
filmes com elencos legais
melhores ruivas
melhores filmes baseados em HP Lovecraft
filmes que vi em festivais e mais ninguém ouviu falar
Atores Parecidos
Atrizes Parecidas
filmes de lobisomem
melhores trilogias
filmes de natal
melhores filmes de 2010
coisas que detesto nos dvds
melhores filmes da década de 00
filmes de vampiro

melhores diabos
cenas de sexo esquisitas

ficção cientifica ou não ficção científica

filmes de vingança

marcos nos efeitos especiais
filmes estrangeiros que fazem referência ao Brasil

personagens que morreram e voltaram

filmes de macho
filmes de máfia
visual deslumbrante
favoritos do heu
filmes de humor negro
mulheres duronas
filmes com viagem no tempo
melhores lutas longas
melhores adaptações de quadrinhos de herois
piores adaptações de quadrinhos de herois
melhores filmes trash
filmes com teclados
stop motion
carros legais
naves legais
robôs legais
armas legais
alienígenas legais
monstros legais
gadgets legais
filmes doentios
melhores vilões
filmes de comida
filmes slasher
melhores acidentes de carro

De Volta Para o Futuro

Crítica – De Volta Para o Futuro

Aproveitei o lançamento em blu-ray de De Volta Para o Futuro para rever esta fantástica trilogia.

Marty McFly é um jovem que acidentalmente volta no tempo, de 1985 para 1955. No passado, ele conhece seus futuros pais, e acidentalmente faz sua futura mãe se apaixonar por ele. Marty deve consertar o dano na história fazendo com que seus pais fiquem juntos (senão ele não nasce), ao mesmo tempo que precisa encontrar um modo de voltar para 1985.

O que falar sobre este filme, um dos melhores filmes da década de 80? O que falar sobre um filme que quase todo mundo viu, e que quase todo mundo que viu, gostou? Ainda existe algo que não foi dito sobre De Volta Para o Futuro? Bem, vamos tentar…

A direção é de Robert Zemeckis, que anos depois ganharia Oscar de melhor diretor, por Forrest Gump. Zemeckis está aí até hoje, fazendo aquelas animações baseadas em atores filmados, como Beowulf e Expresso Polar. Mas heu particularmente prefiro os seus filmes dos anos 80, como esta trilogia e Uma Cilada Para Roger Rabbit.

O roteiro é sensacional. A complexa e interessante saga do jovem que pode não nascer porque sua mãe se apaixonou por ele é muito muito boa. O filme é uma perfeita mistura de aventura, ficção científica e comédia.

Sobre o elenco, é difícil imaginar que Marty McFly era pra ter sido interpretado por Eric Stoltz (existem cenas no youtube com ele no papel). Marty McFly é a cara de Michael J Fox, e Michael J Fox é a cara de Marty Mcfly! Aliás, o elenco inteiro está perfeito. Christopher Lloyd fez vários filmes legais (Os Sete Suspeitos, Uma Cilada Para Roger Rabbit), mas seu melhor papel sem dúvida é o Doc Brown. O mesmo podemos falar de Lea Thompson (Lorraine), Crispin Glover (George) e Thomas F. Wilson (Biff). Curiosidade: Billy Zane, aquele de Titanic, faz um dos “capangas” de Biff.

Os efeitos especiais ainda não perderam a validade, hoje, 25 anos depois. Nada muito pretensioso, os efeitos são simples e funcionais. Mas talvez o melhor de De Volta Para o Futuro sejam as várias referências à cultura pop. De citações a Guerra nas Estrelas e Star Trek, ao presidente dos EUA e à várias novidades tecnológicas, até uma genial piada sobre a invenção do rock’n’roll, o filme é um prato cheio para aqueles que curtem referências pop – o que é o meu caso!

Enfim, filmaço. Obrigatório! Se você não viu (existe alguém que não viu?), corra para ver. Se você já viu, aproveite o lançamento em blu-ray para rever!

Em breve, falarei aqui das duas continuações!

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Não Tenha Medo do Escuro

Crítica – Não Tenha Medo do Escuro

Novo terror com a grife Guillermo del Toro! Será que é bom?

A jovem Sally vai morar com seu pai e a namorada numa velha mansão que pertenceu a um famoso pintor que desapareceu décadas antes, e que o casal está reformando. Quando encontram um porão escondido, Sally descobre algo que não deveria ser descoberto.

A direção de Não Tenha Medo do Escuro (Don’t Be Afraid Of The Dark, no original) foi do estreante Troy Nixey; a Guillermo Del Toro coube a produção e o roteiro – curiosamente, um dos pontos fracos aqui. A ambientação na velha mansão é eficiente (algumas cenas lembram O Labirinto do Fauno), a boa trilha sonora evoca filmes de terror clássicos dos anos 70, e os monstrinhos convencem. Mas o roteiro tem algumas situações forçadas demais!

Algumas coisas no roteiro são clichê demais, como os desenhos secretos do artista serem iguais aos da menininha; ou o bibliotecário que é a única pessoa que conhece a fase misteriosa do artista. Quantas vezes a gente já viu isso, caro Del Toro?

E aí a gente começa a listar os furos no roteiro. Como é que a polícia não investigou o violento ataque sofrido pelo caseiro? Cadê as dezenas de fotos de polaroide? Se as criaturas tinham medo da luz, como aparecem na festa? Por que diabos a menina não mostrou a criatura esmagada na biblioteca? E por aí vai, a lista é longa. E isso sem mencionar outro problema: Não Tenha Medo do Escuro é um filme de terror sem sustos. E ainda desperdiçou uma boa oportunidade de usar a lenda da Fada dos Dentes…

No elenco, a boa surpresa é a menina Bailee Madison, eficiente no papel introspectivo. Os outros dois atores principais, Guy Pearce e Katie Holmes, não estão mal, mas também não fazem nada demais.

Enfim, Não Tenha Medo do Escuro tem coisas que se salvam. Mas o resultado final fica devendo.

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