And Now For Something Completely Different

Crítica – And Now For Something Completely Different

Comprei o dvd com o primeiro filme do Monty Python!

Na verdade, esta é uma coletânea de esquetes que rolaram no programa de tv Monty Python Flying Circus, todas escritas e interpretadas pelo sexteto John Cleese, Michael Palin, Eric Idle, Graham Chapman, Terry Jones e Terry Gilliam, com animações feitas pelo último entremeando as piadas. Foi lançado como um filme, mas é uma coleção de esquetes independentes. Algumas boas, algumas nem tanto.

Quem conhece o trabalho do grupo, vai reconhecer, por exemplo, a Lumberjack Song e as esquetes do papagaio morto e da piada mortal – clássicos “pythonianos”.

And Now For Something Completely Different é irregular. Algumas piadas são geniais, mas outras são meio bobas. E rola uma coisa assaz diferente: muitas das esquetes não têm fim – a própria esquete do papagaio morto não acaba, ela não conclui e emenda na piada seguinte. Isso, aliado ao nem sempre palatável humor inglês, desabilita o filme para plateias leigas no assunto Monty Python. Se você conhece e gosta do estilo do sexteto, este filme é obrigatório; se não conhece, é melhor começar com outro filme.

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Tucker And Dale Vs Evil

Crítica – Tucker And Dale Vs Evil

Um filme slasher pode existir sem um assassino? Tucker And Dale Vs Evil mostra que sim!

Dois amigos caipiras estão indo passar as férias em uma velha cabana. Antes de chegar, cruzam com um grupo de jovens, que acham que a dupla e “do mal”. Isso é apenas o começo de uma série de mal-entendidos…

Filme de estreia do diretor Eli Craig, Tucker And Dale Vs Evil é uma boa comédia de humor negro. As mortes são todas acidentais, mas são violentas e compatíveis com os bons slashers – apesar de, às vezes, termos a sensação de estar vendo um desenho animado da época dos clássicos (e violentíssimos) Looney Toones ou Tom & Jerry.

O elenco todo é semi-desconhecido. Os dois protagonistas têm carreira na tv: Alan Tudyk (Serenity, V) e Tyler Labine (Dead Last, Reaper), e estão bem juntos, rola uma boa química e uma boa caracterização. Katrina Bowden, o principal papel feminino, também está na tv, como coadjuvante da série 30 Rock.

Não gostei da tentativa de deixar um gancho para uma possível continuação. Nada contra, o problema é que a trama precisou inventar um antagonista. E o filme é divertido justamente porque é todo feito de mal-entendidos.

Tucker And Dale Vs Evil não é essencial, claramente estamos diante de um filme “menor”. Mas que é divertido, não há dúvidas!

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Todo Mundo Quase Morto
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Noite de Ano Novo

Crítica – Noite de Ano Novo

Quem lê o gigantesco elenco e o nome do diretor lembra logo de cara de Idas e Vindas do Amor, dirigido pelo mesmo Garry Marshall. E assim podemos adivinhar exatamente como será Noite de Ano Novo.

O filme mostra um retrato do último dia do ano para vários casais e solteiros em Nova York. Vários núcleos entrecortados, várias histórias simultâneas.

Noite de Ano Novo é um filme extremamente previsível, mas mesmo assim muito agradável. Tudo desce redondinho, sem sustos ou riscos.

Como assim previsível? Bem, Jon Bon Jovi interpreta um popstar; Lea Michelle, uma aspirante a cantora; Sofia Vergara, um papel igual à Gloria de Modern Family… Acho que o roteiro foi escrito para que cada ator ficasse à vontade, confortável, num papel familiar – Zac Efron arranja até uma desculpa para dançar! Acho que o único papel “não óbvio” é o Kominsky de Hector Elizondo, o resto do elenco está todo nas chamadas “zonas de conforto”.

Por um lado isso pode ser monótono. Mas, se a gente entrar no clima, o filme é muito legal. Assim como acontece com Idas e Vindas do AmorNoite de Ano Novo é eficiente, bobinho e “fofo”.

Claro que o destaque do filme é o elenco. Afinal, não é todo dia que temos, juntos, Robert De Niro, Michelle Pfeiffer, Halle Berry, Hillary Swank, Katherine Heigl, Ashton Kutcher, Josh Duhamel, Sarah Jessica Parker, Mathew Broderick, John Lithgow, Abigail Breslin, Jessica Biel, Til Schweiger, Sarah Paulson, Carla Gugino, Alyssa Milano, Sofia Vergara, Lea Michelle, James Belushi, Zac Efron, Jon Bon Jovi, Ryan Seacrest, Cary Elwes, Ludacris e Hector Elizondo, entre outros menos cotados.

Com tanta gente assim, claro que o roteiro serviria apenas como veículo para os atores. Por isso é tudo tão óbvio. Acho que a única emoção que o roteirista quis passar para a sua plateia era “que bonitinho”…

Outra coisa previsível era uma trama irregular. Como são várias historinhas, algumas são melhores que as outras. Aquele diálogo final da Sarah Jessica Parker foi completamente incoerente com toda sua postura ao longo do filme. Mas, por outro lado, algumas cenas são divertidíssimas. John Lithgow está alucinado como nos bons tempos de 3rd Rock From The Sun, e só o nome dado ao personagem de Mathew Broderick já vale o ingresso!

Enfim, Noite de Ano Novo é assim. Previsível, mas vai agradar o público certo.

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Idas e Vindas do Amor
A Verdade Nua e Crua
Simplesmente Amor

Top 10: Realidade Fake

Top 10: Realidade Fake

Sabe quando vemos um filme com imagens que parecem verídicas, mas na verdade foi tudo encenado? Este é o estilo que será abordado hoje!

Na verdade, não sei exatamente como chamar este tipo de filme. Existe o termo “mockumentary”, que significa “documentário falso” – mas alguns dos filmes da lista não são documentários…

Durante a pesquisa para este Top 10, li coisas boas sobre dois filmes que ainda não vi, Forgotten Silver e Best in Show. O primeiro é dirigido por Peter Jackson; o segundo, por Christopher Guest, um dos membros do Spinal Tap. Acredito que ambos sejam bons e mereçam estar aqui, mas como ainda não os vi, os deixarei de lado. Mesmo assim, vou procurá-los para ver!

Mais uma vez, preciso agradecer a ajuda do meu grande amigo Oswaldo Lopes Jr., que me auxiliou na lista final. Valheu, Oz!

Vamos aos filmes?

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10. Cannibal Holocaust (1980)

Causou grande polêmica quando foi lançado. Na época, em 1980, muita gente realmente acreditou que tudo aquilo era real. O filme em si não é grandes coisas, mas entra pelo pioneirismo.

9. Atividade Paranormal (2007)

Heu particularmente não acho muita graça na série Atividade Paranormal, mas a sua popularidade é inegável. Já foram duas continuações e uma franquia japonesa!

8. Contatos de Quarto Grau (2009)

Milla Jovovich aparece como ela mesma para apresentar dramatizações de casos de pessoas abduzidas. Aqui mesmo no blog tem um grande debate sobre se é real ou não.

7. Borat – O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América (2006)

Sacha Baron Cohen fingiu que era um jornalista do Casaquistão e foi explorar o american way of life. Filme hilário, ele tentou repetir a fórmula com Brüno, mas não deu muito certo.

6. The Rutles – All You Need Is Cash (1978)

The Rutles era “a banda mais famosa da história”. Apesar de fake, seu documentário tem entrevistas com gente como Mick Jagger, George Harrison e Paul Simon. E, claro, o Monty Python Eric Idle é um dos musicos.

5. A Bruxa de Blair (1999)

Grande sucesso de bilheteria, A Bruxa de Blair não foi o primeiro “mocumentário de terror”, mas com certeza foi o responsável pela popularização do estilo.

4. Aconteceu Perto de Sua Casa (1992)

Se tem um filme que me deixou bolado no cinema foi este filme belga pouco conhecido. Lançado em 92, muito antes do hype gerado por Bruxa de Blair, o filme realmente parece real.

3. [Rec] (2007)

O melhor dentre os filmes de terror nessa onda “realidade fake”. Uma equipe de tv está dentro de um prédio quando algo acontece e todos ficam presos. Já teve continuação e refilmagem hollywoodiana.

http://blogdoheu.wordpress.com/2008/10/06/rec/

2. Zelig (1983)

Considerado por muitos como o melhor Woody Allen já feito, este “mocumentário” traz o personagem Zelig contracenando com figuras históricas – isso numa época pré cgi.

1. This is Spinal Tap (1984)

Documentário sobre uma banda de rock dos anos 70 – que nunca existiu. O filme é genial, e traz todos os clichês do hard rock e todo o exagero típico da época.

http://blogdoheu.wordpress.com/2008/11/24/this-is-spinal-tap/

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30 Minutos ou Menos

Crítica – 30 Minutos ou Menos

A divulgação de 30 Minutos ou Menos (30 Minutes or Less, no original) o vende como “o novo filme do ator e diretor de Zombieland“. Ok, Zombieland foi divertido, vamos ver qualé a deste aqui.

Um entregador de pizzas é sequestrado e, com uma bomba presa no corpo, é forçado a assaltar um banco.

30 Minutos ou Menos, filme novo do diretor Ruben Fleischer, não é ruim. Mas tem um problema grave: é uma comédia sem graça!

Heu já desconfiava disso quando li que o elenco trazia Danny McBride e Aziz Ansari. McBride não tem talento para ser engraçado, então apela para o humor grosseiro – já disse aqui que baixaria não é sinônimo de boas piadas. Já Ansari tem aquele estilo de humor histérico – lembra um Chris Tucker, mas sem graça.

Jesse Eisenberg é um cara carismático, mas não é um ator muito versátil, e não consegue fazer milagre com esses dois coadjuvantes caricatos. Assim, 30 Minutos ou Menos é uma das comédias mais bobas do ano. Acho que a única piada boa é quando Eisenberg, que já interpretou o criador do Facebook, diz que não está no Facebook…

O pior é que 30 Minutos ou Menos nem é tão ruim assim. A história é boa, rolou um caso real parecido em 2003, um entregador de pizza teve uma bomba amarrada no pescoço e foi forçado a roubar um banco (e acabou morto pela bomba). Se o filme fosse sério, talvez fosse melhor. Mas precisaria de outro elenco!

Ah, rola uma cena depois dos créditos. Boba como o resto do filme.

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Segurando as Pontas
Tiras em Apuros
Os Outros Caras

O Primeiro Ano do Resto Das Nossas Vidas

Crítica – O Primeiro Ano do Resto Das Nossas Vidas

Outro dia falei aqui da época que Joel Schumacher fazia bons filmes. Aproveitei pra rever O Primeiro Ano do Resto Das Nossas Vidas, um de seus filmes dessa época.

Sete amigos recém-formados enfrentam o primeiro ano de suas vidas adultas, se deparando com a amarga realidade do mundo real e tendo que conviver com a insegurança profissional e emocional nesta nova fase da vida.

Lançado em 1985, O Primeiro Ano do Resto Das Nossas Vidas tem como grande chamariz o seu elenco. Este era um dos três filmes-base da chamada “brat pack”, como ficou conhecida esta geração de atores . O nome “brat pack” era uma referência ao “rat pack”, um grupo composto por gente como Frank Sinatra, Dean Martin e Sammy Davis Jr., no início dos anos 60. “Brat” significa “pirralho”, e o “brat pack” era essa galera que fez vários filmes adolescentes nos anos 80 – os outros dois filmes sempre citados são O Clube dos Cinco, de Jonh Hughes, e Vidas Sem Rumo, de Francis Ford Coppola.

Apesar da maioria do elenco estar no ostracismo hoje em dia, os nomes estavam em alta na época: Demi Moore, Rob Lowe, Emilio Estevez, Aly Sheedy, Judd Nelson, Mare Wininghan e Andrew McCarthy, e ainda tem a Andie McDowell em papel secundário. Grande elenco, e bem equilibrado pelo roteiro, o foco é bem dividido entre eles.

É curioso a gente analisar este elenco hoje, um quarto de século depois. Demi Moore é a única estrela inegável dentre os sete principais. Rob Lowe tinha uma carreira em ascenção, quando um suposto video caseiro pornô dele com duas adolescentes o colocou na “geladeira” – anos depois, ele recuperou prestígio e hoje é um nome forte na tv. Emilio Estevez foi um nome grande nos anos 80 e 90, mas está meio sumido, hoje ele é “o irmão menos famoso do Charlie Sheen”. Judd Nelson e Ally Sheedy, que também estavam em Clube dos Cinco (ao lado de Estevez), não fizeram nada relevante depois dos anos 80; o mesmo podemos dizer sobre Andrew McCarthy e Mare Winninghan. (Andie McDowell ficoi mais famosa nos anos seguintes, mas aqui ela era coadjuvante).

(No ano seguinte, Rob Lowe e Demi Moore estrelariam juntos o romance Sobre Ontem À Noite. Na minha humilde opinião, Demi nunca foi tão bonita quanto neste filme!)

A proposta do filme é falar sobre o amadurecimento. O roteiro poderia se aprofundar mais em diversas situações, mas o maior foco são os relacionamentos entre os personagens. Isso desagradou parte da crítica, mas não me incomodou. Por outro lado, o visual do filme é a parte que “envelheceu mal”. Tudo é muito datado, roupas, cabelos, cenários, músicas, às vezes o filme parece uma caricatura. Heu gosto disso porque vivi a época, mas acho que vai incomodar os mais novos que se aventurarem a ver.

Por fim, preciso falar que este é um dos raros casos onde acho o nome nacional melhor que o original. Além do bar onde eles se encontram se chamar St. Elmo, rola uma explicação, o personagem de Rob Lowe fala um papo cabeça sobre o Fogo de Santelmo. Mas “O Primeiro Ano do Resto Das Nossas Vidas” tem mais a ver!

Os Muppets

Crítica – Os Muppets

Alvíssaras! Os Muppets estão de volta!

Três fãs dos Muppets convencem o sapo Kermit (antigamente conhecido como sapo Caco) a reunir os ex companheiros, atualmente separados, para recriar o Muppet Show e salvar o teatro da ganância de um milionário do petróleo.

Os bonecos Muppets fizeram sucesso com o Muppet Show, um programa de tv que foi ao ar de 1976 a 1981. Anos depois, veio o desenho animado Muppet Babies, feito entre 1984 e 1990, que os apresentou para outra geração. E ainda tiveram seis filmes, lançados nos cinemas entre 1979 e 1999. Mas há anos não se ouvia nada sobre algo novo relativo aos geniais fantoches – talvez porque o seu criador, Jim Henson, tenha falecido em 1990 (três dos filmes foram feitos depois de sua morte, dois deles dirigidos pelo seu filho Brian Henson).

Aliás, justamente por não ter mais nada a ver com Jim Henson, admito que fiquei com pé atrás quando soube da produção deste filme. Mas tenho que tirar o chapeu: Jason Segel fez um excelente trabalho!

Jason Segel, ator de Eu Te Amo Cara, Professora Sem Classe e da série How I Met Your Mother, já tinha escrito um roteiro, para o fraco Ressaca de Amor. Ele levou a ideia para a Disney, atual dona dos direitos sobre os Muppets, e escreveu (junto com Nicholas Stoller) o roteiro para este filme, também estrelado por ele. E, em vez de parecer uma egotrip de Segel, o novo filme, dirigido pelo pouco conhecido James Bobin, consegue recriar com perfeição o espírito do antigo Muppet Show.

O roteiro tem um bom ritmo, piadas inspiradas (o momento da “edição” é sensacional!) e números musicais bem feitos – e olha que não sou muito fã de musicais. Os personagens são um pouco clichê, mas a gente tem que se lembrar que é um filme Disney, né? Mesmo assim, adorei a música do vilão.

Já falei aqui em outra ocasião que sou fã dos Muppets. O humor é uma perfeita mistura entre o lúdico e o irônico, e assim consegue agradar tanto a criança quanto o adulto. E este novo filme vai exatamente nesta onda: muitas piadas referenciais e muita meta-linguagem – humor pra adulto – em um filme onde a criançada vai se esbaldar com dezenas de fantoches divertidos.

Ah, os efeitos especiais! Preciso falar que era outro dos meus (infundados) medos. Imaginei Muppets em cgi – iam ficar toscos!!! Nada, os Muppets continuam sendo bonecos de pano animados por pessoas. Devem ter efeitos em computador, pra corrigir um detalhe aqui e outro acolá, mas nada que atrapalhe o andamento dos efeitos old school.

O elenco principal, além de Segel e de dezenas de Muppets, conta com Amy Adams, Chris Cooper e Rashida Jones. E, como era tradicional no antigo Muppet Show, muita gente famosa fazendo participações especiais, como Alan Arkin, Zach Galifianakis, Ken Jeong, Sarah Silverman, Neil Patrick Harris, Mickey Rooney, Whoopi Goldberg, Selena Gomez (fazendo piada com a própria idade), Dave Grohl (como o baterista da banda cover “Os Moopets”), Emily Blunt (repetindo o papel de O Diabo Veste Prada) e, last but not least, Jim Parsons, o Sheldon de The Big Bang Theory, como a versão humana do Muppet Walter.

Enfim, heu poderia continuar falando aqui. Mas chega. Prefiro recomendar: vá ao cinema e aproveite que os Muppets estão de volta. Heu pretendo rever antes de sair de cartaz!

p.s.: Acho que a única coisa que não gostei no filme foi terem mudado o nome do Caco. Assim como fizeram antes com o Ursinho Puff (que virou Pooh) e com a fada Sininho (que virou Tinkerbell), agora Caco passou a usar o nome original, Kermit. Fico pensando quando vão mudar Pateta e Tio Patinhas por Goofy e Scrooge McDuck… Proponho uma campanha: que os personagens da Turma da Mônica mantenham os nomes originais em outros países! Quero ver os gringos falando Cascão, Cebolinha e Chico Bento!

O Retorno de Jedi

Crítica – O Retorno de Jedi

Finalmente, o texto que faltava aqui no blog, o fim da hexalogia Guerra nas Estrelas!

Na conclusão da trilogia, Luke Skywalker e seus amigos precisam resgatar Han Solo, que está congelado e em poder do gangster Jabba The Hut. E depois eles vão ajudar os rebeldes a lutar contra o império, que está construindo uma nova Estrela da Morte.

A crítica, de um modo geral, prefere o filme anterior, O Império Contra-Ataca. Realmente, se a gente analisar friamente, O Império Contra-Ataca é mais consistente. Mas heu não consigo analisar friamente. Quando O Retorno de Jedi foi lançado nos cinemas, heu tinha uns 12 ou 13 anos, e vivia o auge do meu fanatismo adolescente pela série. No dia da estreia, fui horas mais cedo para a porta do cinema, para ser o primeiro morador de Petrópolis a entrar na sala! Depois, nos dias seguintes, revi algumas vezes. Então fazer uma análise imparcial é impossível pra mim. Se alguém perguntar o meu preferido, é este episódio VI!

(Ok, o filme tem ewoks, que são uma espécie de “ursinhos fofinhos”. Mas os ewoks não só ajudam a derrotar stormtroopers, como eles ainda são canibais – não se esqueçam que eles iam colocar o Han Solo e o Luke Skywalker na fogueira!)

A direção coube a Richard Marquand, um “diretor de aluguel”, afinal, o filme na verdade é de George Lucas. É notório que Lucas não gostava de lidar com atores, então colocou um profissional sem muita personalidade para fazer o “trabalho duro”. E funcionou, a estrutura da trama é muito boa, com o clímax em três ambientes – a luta em Endor, a batalha espacial e o duelo entre Luke Skywalker e Darth Vader diante do Imperador. Pena que Lucas não manteve esta postura na nova trilogia…

Os efeitos especiais são o que existia de melhor na época. Alguns perderam a validade – na cena do Rancor, fica claro o chroma-key do stop motion. Mas isso não torna o filme ruim. São inúmeras as sequências de tirar o fôlego, como por exemplo os passeios de speeder bike pela floresta de Endor, ou então o clímax com a Falcon Millenium e um X-Wing em uma alucinada perseguição por dentro da Estrela da Morte ainda em construção. Neste aspecto, O Retorno de Jedi não vai decepcionar ninguém.

Os filmes da série Guerra nas Estrelas têm um problema: de vez em quando George Lucas muda algum detalhe e relança o filme. A versão que vi esta semana é a penúltima, a versão do dvd (ainda não tenho os blu-rays). Se um ou outro detalhe técnico melhorou, de um modo geral, esta versão é bem inferior à original, lançada nos cinemas em 83. Explico o que piorou:
– Lapti Nek, o número musical original no palácio do Jabba, é muito melhor que este novo;
– Ainda no âmbito musical: a música anterior da celebração na aldeia dos ewoks era bem melhor do que a atual;
– No fim do filme, aparece o “fantasminha” do Anakin ao lado do Yoda e do Obi Wan. Mas apagaram o ator mais velho para colocarem Hayden Christensen. Ora, o Anakin novo era “do mal”, o Anakin logo antes da morte se arrependeu e virou “do bem”. Mostrar o Anakin novo foi um erro grave.
– Por fim, foi bacana a ideia de mostrar a festa em diferentes planetas. Mas não precisava ter o Jar Jar Binks em Naboo! Um filme que tem ewoks não pode ter Jar Jar!

Não há surpresa no elenco, basicamente são os mesmos atores do Império – o elenco funciona dentro do esperado. A trilha sonora de John Williams, mais uma vez, é um destaque.

Filme obrigatório, excelente conclusão de uma das melhores sagas da história do cinema!

May the force be with you! Always!

Os Especialistas

Crítica – Os Especialistas

Não sei po que, achei que este seria um “filme-galhofa”, na linha do divertido Os Mercenários. Que nada, Os Especialistas é um filme sério, um bom filme de ação!

Quando seu antigo mentor é sequestrado, um ex-agente secreto britânico é forçado a voltar à ativa, agora trabalhando como mercenário, com a missão de assassinar três ex-agentes das forças especiais britânicas SAS.

Dirigido pelo estreante Gary McKendry, Os Especialistas transita entre a ação e o filme político. Parte da divulgação do filme o vende como “baseado em fatos reais”, como se os acontecimentos na tela fossem algo que tem que ser escondido. Mas, sei lá, com as notícias que a gente tem todas as semanas vindo de Brasília sobre os podres na política brasileira, não me pareceu nada demais a existência de tais grupos secretos ditando a vida de pessoas por aí.

A melhor coisa de  Os Especialistas é o seu elenco. Jason Statham, o brutamontes da vez, faz o de sempre – mas pelo menos faz bem feito (se bem que talvez atrapalhe um pouco ele ter feito um papel bem semelhante recentemente, em Assassino a Preço Fixo). Clive Owen está muito bem como o antagonista, não só o cara é bom ator, como tem porte para “sair no braço” com Statham. E Robert De Niro, como (quase) sempre, está ótimo, num papel menor.

Além do trio principal, o filme ainda conta com um excelente time de coadjuvantes de nomes menos conhecidos. Dominic Purcell e Aden Young estão muito bem como os auxiliares de Statham (principalmente o irreverente “welshman” de Purcell). E o filme ainda conta com a bela Yvonne Strahovski e o eterno “mr. Eko”, Adewale Akinnuoye-Agbaje.

O roteiro, baseado no livro de Ranulph Fiennes (irmão de Ralph Fiennes), não é perfeito, a parte final poderia ter um ritmo melhor – nada muito grave, isso é compensado na parte técnica, com boas sequências de ação. Por fim, gostei da ambientação nos anos 80.

Os Especialistas não se tornará um clássico. Mas vale o preço do ingresso, nem que seja pelo bom elenco.

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Os Mercenários
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A Hora do Espanto (2011)

Crítica – A Hora do Espanto (2011)

Refilmagem do clássico oitentista, um dos meus preferidos filmes de vampiro!

A trama é a mesma: jovem desconfia que seu novo vizinho é um vampiro. E claro que ninguém leva isso a sério.

Este novo A Hora do Espanto não é ruim. Mas sofre de um grave problema: por ser refilmagem, a comparação com o original é inevitável. E, na comparação, o filme novo perde em quase todos os aspectos.

Acho que a pior coisa do novo filme é o novo Peter Vincent. O original era um veterano apresentador de tv e entusiasta de filmes de terror antigos, tudo a ver com a trama. O atual é um mágico ilusionista de Las Vegas com cara de David Blaine ou Criss Angel – ou seja, o que diabos o cara tem a ver com vampiros? Pra piorar, nada contra o ator David Tennant, o Peter Vincent atual – mas Roddy McDowall tinha muito mais carisma!

Outra coisa que não funcionou foi terem mudado a personalidade do protagonista Charley Brewster (Anton Yelchin, dos novos Exterminador do Futuro e Star Trek). O original era um fã de filmes de terror; o atual é um “ex-nerd”, agora popular na escola. O antigo tinha mais a ver com o contexto, aliás, o antigo era quem desconfiava do vizinho, o atual parece levado pelo amigo Ed.

O vampiro Jerry de Colin Farrell não é ruim. Prefiro o estilo do original, de Chris Sarandon (que faz uma ponta como o motorista que é atacado depois do acidente), mas Farrell, eficiente como sempre, não faz feio e cria um bom vampiro, sanguinário e sedutor ao mesmo tempo. O mesmo digo do Evil Ed, amigo do protagonista, aqui interpretado pelo ótimo Christopher Mintz-Plasse (Kick-Ass, Superbad) – o novo Ed é diferente, mas não é pior. Ainda no elenco, Toni Collette, Imogen Poots e Dave Franco (que é igualzinho ao irmão mais velho James Franco).

Apesar de perder na comparação, o novo A Hora do Espanto não chega a ser ruim. Além do bom elenco, de uma boa trilha sonora e de eficientes efeitos especiais, o filme tem seus bons momentos, como o plano-sequência onde a família foge de carro. Outra coisa positiva é mostrar vampiros à moda antiga, que queimam no sol – rola até uma piada com a série Crepúsculo!

O filme original tinha um bom equilíbrio entre terror e comédia – nos anos 80, tivemos uma onda de filmes assim, como Os Caça-Fantasmas e Uma Noite Alucinante. A refilmagem tem menos ênfase na comédia, mas mesmo assim é um filme bem humorado. Acho que quem não viu o filme original e não tem um parâmetro de comparação vai curtir esta nova versão.

A Hora do Espanto tem uma versão em 3D, mas não vi, então não posso julgar. Algumas cenas têm objetos jogados na direção da câmera, mas são poucas. E boa parte do filme é escura, então desconfio que o 3D não deve ter sido muito bom.

Por fim, preciso falar que heu queria ter visto A Hora do Espanto nos cinemas, mas o circuito não permitiu. A estreia foi no mesmo dia que começou o Festival do Rio 2011, e só ficou em cartaz por duas semanas, exatamente a duração do Festival – a partir da terceira semana, só estava em cartaz em cinemas na periferia. Pena, tive que baixar um filme que heu pretendia pagar o ingresso!

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A Hora do Espanto (1985)
Padre (Priest)
Stake Land
Todo Mundo Quase Morto