Crítica – Superman (1978)
Chegou meu box do Superman em blu-ray com 8 discos. Aproveitei o fim de semana prolongado e vi os dois primeiros.
O filme conta a origem do Superman, um dos mais famosos super-herois da história, desde bebê ainda no planeta Krypton, passando pela juventude em Smallville e já adulto em Metropolis, onde trabalha no jornal Daily Planet usando a identidade secreta Clark Kent.
Superman está em invariavelmente todas as listas de melhores adaptações cinematográficas de super-herois. Digo mais: é considerado o marco inicial para o que conhecemos sobre filmes de herois. E, revendo hoje, mais de 30 anos depois, continua sendo um grande filme.
A parte técnica do filme dirigido por Richard Donner é impressionante para um filme dos anos 70. Tá, alguns chroma key estão “vencidos”, mas nada grave. Não vemos nenhum cabo segurando um ator, nem nenhuma emenda – lembrem-se que efeitos especiais eram bem toscos na época, e cgi ainda era um sonho distante.
O elenco foi muito bem escolhido. Marlon Brando foi contratado a peso de ouro para uma pequena participação como Jor-El, o pai do Superman. Gene Hackman, o Lex Luthor, era o outro grande nome do elenco. Christopher Reeve era desconhecido, mas encarnou tão bem o Homem de Aço que até hoje é lembrado como “o Superman”. Ainda no elenco, Margot Kidder, Ned Beatty, Valerie Perrine e Terence Stamp.
O roteiro, baseado em história do badalado Mario Puzo (O Poderoso Chefão), é muito bom, mas não é perfeito. O Lex Luthor de Gene Hackman é meio caricato, a ideia inicial era fazer algo mais próximo ao Batman barrigudo dos anos sessenta. Superman não tem esse tom cartunesco, mas Luthor, juntamente com seu ajudante Otis, viraram alívios cômicos. Hoje em dia estamos acostumados a vilões mais realistas, o que enfraquece o personagem de Luthor.
O fim do filme também sempre foi um ponto polêmico – se na época muita gente não gostou, hoje a ideia de voltar o tempo invertendo a rotação da Terra parece um absurdo digno de uma co-produção entre Uwe Boll e Roland Emmerich! (Digo mais: se era possível voltar a rotação da Terra, por que não voltar um pouco mais e impedir os mísseis?)
Mesmo com essas inconsistências no roteiro, Superman ainda é um filmaço. E abriu caminho para outras produções semelhantes, sendo diretamente responsável pelo conceito atual de “filme de super-herói”.
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