Crítica – 2 Coelhos
Uêba! Filme nacional com cara de blockbuster hollywoodiano!
Insatisfeito com a vida, Edgar resolve elaborar um plano que colocará criminosos e corruptos em rota de colisão, e assim matar 2 coelhos com uma “caixa d’água” só.
2 Coelhos mostra o cinema nacional como poucas vezes visto. Cenas de ação, tiroteios e explosões, trechos em animação e muita câmera lenta. E o melhor: tudo feito com boa qualidade. Os fãs dos blockbusters americanos não tem o que reclamar.
Méritos para o diretor/produtor/roteirista/editor Afonso Poyart, que soube misturar de maneira primorosa a linguagem de comerciais e videoclipes com um roteiro cheio de violência estilizada e referências nerds, e nos trazer o que seria uma continuação do caminho trilhado por Cidade de Deus e Tropa de Elite. E isso sem se basear apenas nos “primos” brasileiros badalados. Porque o liquidificador de Poyart traz, além dos nacionais, elementos do cinema hollywoodiano de Quentin Tarantino, Robert Rodriguez, Zack Snyder e Guy Ritchie.
Li pela internet alguns comentários sobre 2 Coelhos “pecar pelo excesso” – muita câmera lenta, muitos cortes rápidos, muita edição estilizada… Discordo. Acho que o objetivo de Poyart era exatamente este. E heu sou um dos que gosta deste tipo de excesso.
O roteiro é bem amarrado, a trama rocambolesca e os vários personagens são apresentados aos poucos, com o uso de vários flashbacks. Tudo funciona redondinho. Só tem um problema: achei que a trama dá tantas voltas que o plano de Edgar peca por precisar de muitos fatores improváveis para ser bem sucedido. Muita coisa diferente tinha que acontecer ao mesmo tempo, achei isso meio forçado. Para usar uma referência nerd, acho que Edgar precisaria de algo parecido com o gerador de improbabilidade infinita…
Os atores estão excelentes. Fernando Alves Pinto lidera um elenco que conta com Alessandra Negrini, Aldine Muller, Caco Ciocler, Marat Descartes, Thaide, Thogun, Neco Vila Lobos – todos estão bem. Os personagens bem construídos e o roteiro com diálogos divertidos devem ter ajudado o trabalho dos atores.
O resultado final não vai agradar a todos, porque muitos cinéfilos que apreciam o cinema nacional não aceitam o cinema pop; por outro lado, fãs de blockbusters muitas vezes têm preconceito com filmes feitos aqui no Brasil. Mas acho que quem curte o estilo e for ao cinema sem preconceitos não vai se decepcionar.
Parabéns a Afonso Poyart pelo seu início de carreira. Continue assim!
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