Crítica – John Carter – Entre Dois Mundos
O trailer de John Carter – Entre Dois Mundos parecia uma mistura de Avatar com Star Wars Ep II – O Ataque dos Clones – aquela arena é igual a Geonosis! Mas aí vi que o diretor é Andrew Stanton, o mesmo de Wall-E e Procurando Nemo. Tá, merece ver qualé.
Adaptação do livro A Princesa de Marte de Edgar Rice Burroughs. Um veterano da Guerra Civil americana acaba parando em Marte, no meio de uma outra guerra civil, que pode destruir o planeta.
Para um filme que parecia uma cópia, John Carter – Entre Dois Mundos se saiu melhor que o esperado. Tecnicamente perfeito, o filme traz um roteiro sólido e apresenta uma nova saga de fantasia / ficção científica. Um prato cheio para os apreciadores do estilo.
A história de John Carter não é nem um pouco nova – foi escrita em 1912 por Edgar Rice Burroughs, famoso por ser o criador do Tarzan. Já houve algumas tentativas para transpor os livros para o cinema, mas foram todas infrutíferas. John Carter tem o recorde de produção que ficou mais tempo entre a primeira pré-produção e o filme pronto – existia um plano de se fazer em desenho animado em 1931, seria o primeiro longa metragem em animação (antes de Branca de Neve).
Claro, vai ter gente falando que a trama é batida. Verdade, a história do forasteiro rebelde que vira heroi não é novidade. E, convenhamos, o livro é de 100 anos atrás! Mas pelo menos o roteiro do diretor Stanton é bem escrito, o filme nem parece ter pouco mais de duas horas.
Stanton não mandou bem apenas no roteiro. Assim como seu colega Brad Bird, que depois da animação Os Incríveis dirigiu o longa Missão Impossível 4, Stanton também fez um bom trabalho na direção. Tá, metade do elenco é em cgi, mas mesmo assim, o resto do filme são atores de verdade.
Os dois principais nomes do elenco não são muito conhecidos, e, por coincidência, ambos estavam em X-Men Origens: Wolverine – Taylor Kitsch foi o Gambit; Lynn Collins foi a Kayla Silverfox. O resto do elenco tem alguns nomes mais famoso: Mark Strong, Ciarán Hinds, Dominic West e James Purefoy; e as vozes de Willem Dafoe, Samantha Morton e Thomas Haden Church.
Os efeitos especiais são fantásticos. Os Tharks são absurdamente bem feitos, é difícil acreditar que algo tão “real” seja computador. Isso, somado a belíssimas paisagens marcianas baseadas em imagens de Frank Frazetta (que tinha feito ilustrações para os livros na década de 70), dão a John Carter – Entre Dois Mundos um visual caprichadíssimo.
Foram escritos vários livros. Existe um bom material para possíveis continuações – o fim do filme abre espaço para continuarmos a ver a saga de John Carter em Marte.
Por fim, preciso falar de uma confusão que está rolando em quase todos os sites por aí, que se referem a este filme como uma produção da Pixar. Andrew Stanton trabalhava na Pixar antes, mas John Carter – Entre Dois Mundos é uma produção Disney! Não existem créditos da Pixar, nem no filme, nem no imdb. Não sei de onde tanta gente tirou que este seria “o primeiro filme da Pixar com atores”…
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