Armadilha / ATM

Crítica – Armadilha / ATM

Três colegas de trabalho param em um caixa eletrônico no meio da madrugada. Quando vão sair, reparam que um homem sinistro os espreita lá fora.

Longa de estreia de David Brooks, Armadilha é uma típica produção modesta, mas mesmo assim é quase um bom filme. O pequeno elenco está ok, e o clima de tensão funciona ao longo da curta hora e vinte de projeção. O que estraga é um roteiro cheio de furos e situações forçadas.

Vamos ao que deu certo: a tensão em cima do misterioso vilão sem rosto é bem construída. E o trio de atores está bem, heu só conhecia Alice Eve, de Território Restrito e O Corvo, nunca tinha visto nada com os outros dois, Josh Peck e Brian Geraghty. Mas o filme não pede muito esforço deles…

Agora, o roteiro… Se heu fosse listar aqui as inconsistências, o post ia ser longo. Sem entregar spoilers, fico apenas com uma pergunta: por que eles não fugiram em algum momento de distração do vilão? Pior é que o roteirista é Chris Sparling, o mesmo do interessante Enterrado Vivo

E tem outra coisa que me incomodou muito, mas aí preciso dos aviso de spoiler.

SPOILERS!

SPOILERS!

SPOILERS!

A trama é construída para que pensemos na motivação do vilão – e no fim do filme, seguimos o vilão, mas não chegamos a nenhuma conclusão. Era melhor que o vilão continuasse misterioso e sem explicações…

FIM DOS SPOILERS!

Armadilha nem é ruim. Mas poderia ser melhor, ah, poderia…

.

.

Se você gostou de Armadilha / ATM, o Blog do Heu recomenda:
Pânico na Neve
Enterrado Vivo
P2 – Sem Saída

Os Três Mosqueteiros

(Outro dia descobri que o meu post sobre o filme Os Três Mosqueteiros sumiu do Blog. Sei lá o que aconteceu, só sei que não estava aqui, só no índice, como se tivesse sido publicado no fim de outubro de 2011. Pra não ficar sem o texto, recuperei no “cache” do Google, e estou postando de novo.)

Crítica – Os Três Mosqueteiros

Mais uma adaptação da clássica história de Alexandre Dumas!

O jovem D’Artagnan vai para Paris para se tornar um mosqueteiro e acaba se tornando companheiro dos três lendários mosqueteiros Athos, Porthos e Aramis, em uma aventura com fundo político.

Tenho lido por aí muitas críticas a essa nova versão da história que todos conhecem. É porque na verdade o roteiro toma várias “liberdades poéticas”… Mas o grande barato aqui não é verificar a veracidade do texto, e sim curtir a aventura. Porque este é o real objetivo de Os Três Mosqueteiros: um filme de aventura!

Apesar de ser um filme de época, Os Três Mosqueteiros tem a cara do seu diretor, Paul W.S. Anderson, o mesmo do primeiro Resident Evil e do fraco Alien vs Predador, que tem um pé na ficção científica em quase todos os filmes de sua carreira. Aqui, Anderson puxa mais para a aventura, a semelhança com Piratas do Caribe é óbvia e – acredito heu – intencional. Afinal, rola até o Orlando Bloom em um navio… Então, se você procura uma aventura neste estilo, você não se decepcionará.

O roteiro é cheio de ação. Algumas das lutas de espadas são bem legais, apesar de quase não vermos sangue ao longo do filme. Gostei da luta entre os quatro mosqueteiros e dezenas de guardas de Rochefort!

O elenco é muito bom. Como é comum hoje em dia, os melhores papeis são dos vilões. Christoph Waltz (Bastardos Inglórios), sempre competente, manda bem como o Cardeal Richelieu. Milla Jovovich ignora a Milady clássica e age como se estivesse em mais um Resident Evil: corre, pula e dá porrada, tudo de um jeito estiloso, cheio de câmeras lentas. E ainda tem Mads Mikkelsen como Rochefort.

O papel principal – D’Artagnan – fica nas mãos do jovem Logan Lerman, que comprova o que já tínhamos visto em Percy Jackson e o Ladrão de Raios: se o garoto souber administrar a carreira, vai longe. Ainda preciso comentar que achei irregular a escolha dos três atores que fazem os mosqueteiros. Achei que o Porthos de Ray Stevenson (Roma, O Justiceiro – Zona de Guerra) se destaca dos outros dois, e isso pareceu estranho, pois para mim faltou equilíbrio. Talvez seja porque Stevenson é mais ator; talvez seja porque Porthos é um personagem melhor desenvolvido – provavelmente uma combinação das duas coisas. Os outros dois, Luke Evans e Matthew Macfadyen, nem são ruins, mas aí a gente se lembra das duas últimas versões cinematográficas do trio – e, na comparação, o filme atual perde feio, tanto pra versão pop 80′s (Kiefer Sutherland, Charlie Sheen e Oliver Platt), quanto a versão “madura” de O Homem da Máscara de Ferro (John Malkovich, Jeremy Irons e Gerard Depardieu).

Por fim, falemos do 3D. Este é um dos poucos filmes em cartaz onde o 3D vale realmente a pena. Os Três Mosqueteiros foi filmado em 3D, e não convertido para 3D como acontece mais frequentemente. Faz diferença…

Enfim, se você é fã de Alexandre Dumas e procura correção histórica, passe longe. Mas se o seu negócio é aventura, esse é o seu filme.

.

.

Se você gostou de Os Três Mosqueteiros, o Blog do Heu recomenda:
Fúria de Titãs
Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas
As Múmias do Faraó

Entrevistas – Supernatural

Entrevistas – Supernatural – Roadhouse Convention

Sábado dia 5 de maio teve uma convenção de Supernatural aqui no Rio. Me cadastrei para as entrevistas coletivas e fui lá tentar entrevistar cinco dos atores e um dos produtores da série. Era gente importante: Jared Padalecki, um dos dois atores principais, e três coadjuvantes importantes, Misha Collins (Castiel), Mark Pellegrino (Lúcifer) e Mark Sheppard (Crowley). De última hora confirmaram mais duas pessoas: o produtor Jim Michaels e o ator Richard Speight (Trickster / Gabriel), que só esteve em 4 episódios, mas 4 dos melhores episódios de todas as temporadas.

A organização do evento foi muito ruim, e tive duas decepções. A primeira coletiva foi num horário antes do divulgado, então perdi a coletiva com os atores Mark Sheppard e Richard Speight. Mais: Jared Padalecki, a estrela da convenção, não daria entrevistas.

Sobre o segundo problema, nada podíamos fazer. Mas corri atrás para resolver o primeiro. Enchi o saco da agente de Sheppard e Speight, e consegui algo que mais ninguém que estava lá pelas coletivas conseguiu: uma curta exclusiva com os dois!

Agora, para vocês leitores do Blog do Heu, seguem trechos da coletiva e os dois breves bate-papos exclusivos.

(fotos de Marcelo Melo)

Misha Collins e Mark Pellegrino

Misha Collins (Castiel)

Quando você foi contratado, você tinha ideia de como o seu personagem seria importante?

– Primeiro fui contratado para fazer 3 episódios. No fim do terceiro, me perguntaram se eu poderia fazer mais 3, e depois se poderia fazer mais 6, e depois me convidaram para ser um personagem regular. Então não, achei que seriam apenas algumas semanas. Então, quando fui fazer o teste de figurino – quando você é contratado por um programa de TV, a primeira coisa é o teste de figurino, onde experimentamos roupas – eu coloquei um terno que era muito grande para mim, não vestiu bem, mas pensei, “ok, quem se importa?” – e acabei usando o terno por quatro anos. Agora sou mais cauteloso: no meu próximo teste de figurino, terei certeza ao pegar uma roupa que veste bem. Ah, sim, definitivamente foi uma surpresa.

Como você vê os fãs?

– É uma pergunta difícil de responder, porque há muito o que falar. Ontem à noite tinham pessoas dormindo na calçada do nosso hotel, só para – não sei, o que eles queriam? Acho que me dizer “oi, bom dia”. Nós temos muitos fãs entusiastas, que nos mandam toneladas de coisas incríveis pelo correio. Tem muita coisa estranha que mandam, outro dia trouxeram um livro de fotos de bonecos do Sam e do Dean, e nós folheamos o livro, e contava uma história através das fotos de bonecos, e o final era meio erótico – tinha um gato fazendo sexo com os bonecos.

– Eu tenho uma coleção de roupas de baixo. Fãs me deram centenas de roupas de baixo laranjas, graças ao Richard Speight. É uma longa história, tem muita coisa estranha acontecendo. (Jim Michaels interrompe e lembra ele da história dos 5 mil patos) Sim, tinham 5 ou 6 mil patos no estacionamento do estúdio, vindos de todo o mundo.

Como você se prepara para as filmagens?

– Eu não sigo sempre o mesmo método, uso coisas diferentes em épocas diferentes, dependendo de quanto tempo tenho para me preparar. Às vezes não tenho nenhum tempo para me preparar. Por exemplo, quando o Castiel voltou, ele estava maluco. Quando começamos a filmar, eu tinha indicações do roteirista, que também era o diretor, que disse “vamos fazê-lo leve, alegre e exuberante o tempo todo”. Fizemos um take de uma cena, e ele então disse “ok, em vez disso, vamos fazê-lo dark” – exatamente o oposto do inicial. Às vezes temos que fazer mudanças radicais em pouco tempo, outras vezes temos tempo para toda uma preparação que envolve a parte física, a parte vocal e o histórico do personagem e o seu relacionamento com todos em volta.

Tem algo de Misha Collins em Castiel?

– Sim, eu acredito que sempre tem um pouco de você dentro de cada personagem que você faz. Você filtra tudo através dos seus olhos. Eu coloquei um pouco do meu irmão mais novo em Castiel, porque ele tem algumas estranhas características angelicais às vezes.

Qual é o seu episódio favorito?

The French Mistake, quando quebramos, ou melhor, destruímos a “quarta parede”, e Sam e Dean viraram Jared e Jensen.

Você já correu aqui no Rio?

– Sim, por Copacabana, Ipanema e em volta da Lagoa. É muito quente, eu suei muito. É possível correr até o Cristo Redentor? Talvez eu faça isso.

Misha Collins, Mark Pellegrino e Jim Michaels

Mark Pellegrino (Lúcifer)

Você gosta de interpretar um vilão?

– Eu nunca penso em nenhum personagem meu como um vilão ou um cara mau, sempre penso nele como alguém mal interpretado. Todos os vilões que interpretei são caras que tentam fazer algo que qualquer ser humano diria que é uma boa coisa. Bishop, o personagem da série Being Human, parece ser um cara mau, mas ele é apenas um pai que está tentando salvar o seu filho, por ter cometido um erro terrível – é assim que eu vejo. Lúcifer é um cara que quer vingança, mas pelos motivos certos, na minha cabeça. Eu acho que isso é o que torna os caras maus “menos maus”, você pode ficar do lado deles.

– Se for pra ser um cara mau, é melhor que seja um cara mau engraçado, para que você possa ficar ao lado dele, e isso é mérito dos roteiristas. Antes de ser engraçado, Lúcifer tinha uma causa, ele acreditava no que estava fazendo.

Como é ser o Lúcifer dentro da cabeça do Sam?

– Tem muito espaço lá dentro! (gargalhadas na sala) Muito espaço vazio, muito espaço para brincar. É legal, eu acho que Lúcifer se tornou um brincalhão agora, porque eles está aborrecido. Em vez de ter missões como antes, agora ele tortura uma única pessoa. Depois que sair, ele voltará ao objetivo apocalíptico, matar pessoas em grande escala…

– O momento “Good Morning Vietnam” teve um grande impacto. Tenho tido muita diversão dentro da cabeça de Sam, mais do que em qualquer época anterior. Brincar lá, bagunçar lá, tem muita coisa pro Lúcifer fazer, e eu gosto disso.

Os fãs falam sobre Lost?

– Sim, no hotel uma mulher me viu andando e gritou “JACOB!” . Sim, sempre falam de Lost.

E o que você achou do fim de Lost?

– Eu adorei o último episódio! Você não? Vou ligar agora pros roteiristas agora e dizer que você não gostou (pegou o celular e fingiu que ia ligar) “É, temos um problema aqui, ele disse que não gostou do episódio, será que a gente pode voltar e refilmar?”

(nota do entrevistador: senti uma ironia na resposta… 😉 )

Você foi Jacob, e agora é Lúcifer. Como se sente?

– Vou te falar que poderia ser pior, me sinto ótimo. Foi bom trabalhar no Havaí e fazer um personagem icônico; Vancouver também, gosto de trabalhar lá, gosto de trabalhar com esses caras, é como se fossem uma família. Me sinto bem, quero seguir em frente.

Como você se preparou para fazer o Lúcifer? Vendo filmes de terror?

Filmes de terror? Não, eu saí pela rua perseguindo e matando pessoas. (risos)

Você tem algum vilão favorito de histórias em quadrinhos?

Bem, eu só lia quadrinhos quando era criança, eu gostava dos quadrinhos do Hulk, mas não tinha um vilão favorito. Hoje gosto de Walking Dead, gosto dos zumbis, não tem exatamente um vilão, as pessoas são vilãs.

Qual o seu diabo favorito no cinema?

– Acho que todos os caras que interpretaram diabos tiveram características boas, todos são bem diferentes, nenhum me atingiu tipo “oh meu Deus, isso foi sensacional, esse é O diabo”. Cada um tinha algo único, eu meio que gostei de todos, gostei do Al Pacino (O Advogado do Diabo), do cara de Constantine (Peter Stormare).

Que personagem que você gostaria de interpretar?

Howard Roark, do livro Fountainhead, escrito por Ayn Rand.

Jim Michaels (produtor)

Qual a chance do John Winchester (Jeffrey Dean Morgan) voltar?

– Nunca se sabe. (Misha Collins interrompe e fala, ironicamente, “4 ou 5% de chance”). Às vezes gostamos de alguns atores, que não estão mais disponíveis. Logisticamente falando, mesmo que queiramos um ator, se ele estiver fazendo um seriado ou filme, fica difícil assumir o compromisso. É desafiador, mas nunca dizemos nunca.

Mark Sheppard e Mark Pellegrino

Mark Sheppard (Crowley)

(Perdi a coletiva de Mark Sheppard. Como sou fã do cara que esteve na série BSG, insisti até conseguir uma exclusiva com ele. Quando o encontrei, ele estava ao lado de Mark Pellegrino)

Como você se prepara para um personagem como o Crowley?

– Eu procuro matar o máximo de pessoas que conseguir.

Comentei que Mark Pellegrino, ao lado dele, tinha dado a mesma resposta durante a coletiva. Então ele deu uma resposta séria.

– Ler, ler, ler, ler, imaginar, pensar – e fazer.

Sou fã de BSG, mas vejo que aqui no Brasil não é uma é uma série popular. Você, alguém de dentro – o advogado Romo Lampkin – vê a série como um marco na história da TV, ou apenas mais uma série?

– Uma parte importante da história da TV. Daqui a 25 anos ainda será uma grande série, daqui a 50 anos, ainda será uma grande série. É um “standard”. Alto padrão no roteiro e na execução, do início ao fim, algo raro quando se fala de séries, e com um grande fim. Veremos, daqui a 25 anos, as pessoas estarão falando da série, ainda estarão vendo a série. É uma ótima série, eu era fã da série antes de entrar. Foi ótimo fazer parte disso.

Você sabia da importância do seu papel antes de começar?

– Sim, Ronald Moore escreveu o Romo Lampkin pra mim, eu já o conhecia antes.

Helvecio Parente e Richard Speight

Richard Speight (Trickster / Gabriel)

O Trickster esteve em poucos episódios, mas todos eles foram excelentes. Você preferiria trabalhar em mais episódios “mais ou menos”, ou só ficar com os acima da média?

– É o seguinte: eu realmente gostei dos episódios, e você está certo, eles foram realmente muito bons, e os fãs gostaram muito mesmo. Changing Channels, Hammer of Gods e Mistery Spot são considerados entre os melhores episódios. Foi ótimo fazer parte disso. Eu adoraria ver o personagem voltar, e eu acho que isso ainda é possível. Mas eu gostaria que os roteiristas o colocassem de volta em episódios do mesmo calibre. Não vejo o ponto de aparecer algumas vezes em episódios que não sejam necessariamente do mesmo nível. Quer dizer, todos os episódios são bons, mas os que contaram com Trickster, ou Gabriel, ou ambos, foram acima da média. Eu adoraria manter o padrão.

– As coisas estão boas para trazer de volta o Gabriel, os fãs continuam apoiando o personagem e pressionando os roteiristas. Acho que teremos o cara de volta, acho que é só descobrir como trazê-lo, porque não quero ver as coisas pela metade, se fizerem, que façam bem feito, exatamente como os fãs querem.

Quero Matar Meu Chefe

Crítica – Quero Matar Meu Chefe

Três amigos, desapontados com seus chefes, pensam na possibilidade de matá-los.

Quero Matar Meu Chefe (Horrible Bosses, no original) é aquilo o que a gente espera. Uma comédia com um pé no politicamente incorreto e outro pé no previsível. E com um bom elenco, que salva o filme de cair na mediocridade.

A trama do filme dirigido pelo pouco conhecido Seth Gordon cai em todos os clichês previsíveis. Tá tudo lá: desencontros que causam situações embaraçosas, piadas politicamente incorretas e uma pitada de humor grosseiro. Não é o meu estilo preferido de comédia, mas, dentro do que se propõe, até que o filme funciona “redondinho”.

O melhor aqui sem dúvida é o elenco, principalmente os secundários. O trio principal Jason Bateman, Jason Sudeikis e Charlie Day está bem – tá, talvez Day esteja um pouco acima do tom, mas nada que atrapalhe a fluência do filme. Mas Quero Matar Meu Chefe é dos coadjuvantes Kevin Spacey, Collin Farrell, Jennifer Aniston e Jamie Foxx, principalmente Spacey e Foxx. E o elenco ainda tem Donald Sutherland, Julie Bowen (Modern Family) e Ioan Gruffudd (Quarteto Fantástico)!

Talvez o ponto fraco seja a personagem de Jennifer Aniston. Não pela atriz, que está bem, mas ninguém consegue levar a sério o problema de Day com sua chefa gostosona e ninfomaníaca. Até os outros personagens zombam deste “problema”!

No fim, fica a conclusão que Quero Matar Meu Chefe não é ruim, afinal tem coisa bem pior sendo lançada por aí. Mas também tem coisa melhor…

.

.

Se você gostou de Quero Matar Meu Chefe, o Blog do Heu recomenda:
Um Parto de Viagem
Se Beber Não Case
Eu Queria ter a sua Vida

Anjos da Lei

Crítica – Anjos da Lei

Mais uma ideia reciclada…

Dois jovens recém formados na academia de polícia são enviados para uma divisão que coloca policiais disfarçados dentro de escolas, atrás de uma nova droga sintética.

Todo mundo sabe que este filme é baseado numa série que passou aqui no fim dos anos 80 / início dos anos 90. Mas na verdade, acredito que poucos se lembrem da série em si, mas sim do seu ator principal, um jovem (e ainda desconhecido) Johnny Depp – que faz aqui uma participação especial, “validando” a franquia. Se não fosse por Depp, acho que Anjos da Lei iria continuar desconhecido…

A adaptação para os dias de hoje ficou boa – o ambiente escolar americano não é exatamente igual ao que era nos anos 80. Mas achei que a produção cometeu um erro na escalação do elenco principal. Jonah Hill, com 29 anos, e Channing Tatum, com 31, não seriam velhos demais para convencer em uma volta à escola, para contracenar com garotos de 17 anos? Qual o problema de pegar atores de vinte e poucos anos? (Depp tinha 24 quando começou o seriado).

Se a gente deixar pra lá o fato de um ator de mais de 30 se passar por um adolescente, Anjos da Lei (21 Jump Street, no original) é até divertido. Dirigido por Phil Lord e Chris Miller, que antes fizeram a animação Tá Chovendo Hamburguer, Anjos da Lei tem um bom equilíbrio entre ação e comédia – algumas piadas são bobas, mas o roteiro tem algumas boas sacadas, como a sequência com os efeitos da droga, ou as explosões de carros. E não é todo filme que tem uma perseguição com limusines…

A dupla principal de atores, se não tem a idade coerente, pelo menos tem boa química e gera alguns bons momentos ao longo do filme. Ainda no elenco, Ice Cube, Brie Larson e Dave Franco (com 26 anos, também velho para o papel), além de pontas de Depp, Richard Grieco e Peter DeLuise, atores da série original.

Anjos da Lei não chega a ser um bom filme, mas não deve decepcionar os menos exigentes.

.

.

Se você gostou de Anjos da Lei, o Blog do Heu recomenda:
Superbad – É Hoje
Rango
Se Beber Não Case

A Inquilina

Crítica – A Inquilina

Uma jovem médica, recém separada, encontra um ótimo apartamento a um preço incrivelmente barato. O que ela não sabe é que o seu senhorio desenvolverá uma certa obsessão por ela.

Produção da Hammer (que recentemente nos apresentou o bom A Mulher de Preto, A Inquilina parece um daqueles “filmes de apoio” que rolavam nas locadoras na época do vhs. Eram produções modestas, que acompanhavam os lançamentos de ponta. Não necessariamente um filme ruim, mas quase sempre um filme “menor”.

O que chama a atenção é o nome de Hilary Swank. Duas vezes ganhadora do Oscar de melhor atriz (por Garotos Não Choram e Menina de Ouro), Swank não só é a atriz principal como também produziu A Inquilina. Não que o filme seja ruim, mas acredito que os fãs da atriz esperavam mais.

Se a gente ignorar o laureado currículo da protagonista, o filme até funciona. Swank está bem em seu papel, assim como seu companheiro Jeffrey Dean Morgan. Só achei Christopher Lee desperdiçado em um papel besta.

Para não dizer que A Inquilina é igual a tudo o que tem por aí, rola uma interessante mudança de foco na narrativa com aproximadamente meia hora de projeção, justo quando o filme começava a ficar monótono e previsível. Boa sacada do diretor Antti Jokinen, finlandês com experiência em videoclipes mas estreando em longa metragens.

Pena que este momento de criatividade não continue ao longo do filme. O fim de A Inquilina é bastante óbvio…

No fim, A Inquilina só é recomendado àqueles que estão sem opção melhor para assistir. Ou então aos fãs dos atributos físicos de Hillary Swank, que aproveita para mostrar em detalhes o corpo malhado.

.

.

Se você gostou de A Inquilina, o Blog do Heu recomenda:
Mientras Duermes
A Casa
Cisne Negro

Little Deaths

Crítica – Little Deaths

Três curtas histórias, independentes entre si, sempre usando sexo e morte como tema de fundo.

(Desconfio que o nome do filme seja uma referência a “petit mort”, metáfora para orgasmo em francês. Não li isso em nenhum lugar, é chute meu. Porque é um bom trocadilho…)

Como quase todos os filmes em episódios, Little Deaths é irregular. A primeira história começa bem mas se perde no fim; a segunda é ruim com força; a terceira é melhorzinha e salva o programa.

E como é o tal lance de sexo e morte? Bem, de gore, o filme é fraco. Pelo menos Little Deaths tem uma dose razoável de nudez, tanto feminina quanto masculina, e quase toda nudez é dentro do contexto, o que nem sempre acontece em filmes do gênero.

Little Deaths é um filme assumidamente menor. Ninguém conhecido no elenco, parte técnica discreta, a única coisa que poderia salvá-lo de ser um filme acima da média seria um roteiro inspirado. Como isso não aconteceu, estamos diante de “mais do mesmo”.

Só recomendado aos fãs do estilo…

p.s.: Não tenho ideia do que significa o cartaz. Só sei que esta imagem não tem nada a ver com o que rola no filme…

.

.

Se você gostou de Little Deaths, o Blog do Heu recomenda:
A Mulher Selvagem
The Divide
Martyrs

Star Wars: The Old Republic

Crítica – Star Wars: The Old Republic

Hoje, 4 de maio, é o “Star Wars Day”! Por causa de um trocadilho infame com a data em inglês (may the fourth), os fãs de Guerra nas Estrelas comemoram o dia de hoje!

Procurei algo novo de Star Wars pra ver e comentar aqui hoje. Achei este Star Wars: The Old Republic. Vamos lá?

Peguei a sinopse que tá no legendas.tv: “É um material ‘histórico’ da mitologia Star Wars a partir dos arquivos dos próprios Jedis, narrado pelo guardião dos arquivos Jedis, Mestre Jedi Gnost-Dural (voz do ator Lance Henriksen), sobre os acontecimentos das eras que antecederam o Tratado de Coruscant, eventos com mais de 3000 anos antes do surgimento de Darth Vader.”

Na verdade, Star Wars: The Old Republic não é um filme nem uma série. São 12 animações curtas, com duração entre 3 e 4 minutos cada. Uma voz em off conta a história, enquanto imagens muito pouco animadas passam na tela.

Sabe qual o problema? As histórias são curtinhas, então a gente fica com a impressão de estar vendo uma introdução para algo legal que viria depois – e nada acontece. É só uma narração em off. Tudo chaaato…

Não saco de videogames. Se cada filminho é a introdução para uma nova fase do game, pode até funcionar. Mas aqui, um filminho atrás do outro fazem de Star Wars: The Old Republic um programa quase insuportável de quase 50 minutos de duração…

Heu deveria ter escolhido os desenhos animados da série Clone Wars. Bem mais interessantes…

Enfim, “May the Forth be with you”!

O Despertar

Crítica – O Despertar

Inglaterra, 1921. Florence Cathcart, uma escritora especializada em desmascarar casos de falsos fantasmas, é contratada para investigar um colégio onde supostamente há um fantasma de uma criança.

Quando começou O Despertar, rolou uma sensação de “heu já vi isso antes”. Felizmente, a trama tem alguns “plot twists” interessantes. Se por um lado o filme não chega a ser muito original, pelo menos não é muito óbvio. E gostei do fim que abre espaço para duas diferentes interpretações.

Escrito e dirigido pelo estreante Nick Murphy, O Despertar ainda tem alguns trunfos, como as locações, num belo e enorme imóvel antigo (que tem cara de ser uma escola de verdade). Além disso, rola um susto aqui, outro acolá.

O nome principal do elenco é Rebecca Hall. Aqui ela tem oportunidade de ser a figura central do filme – já vi vários filme com ela, mas ela sempre é coadjuvante, como em Vicky Cristina Barcelona, O Grande Truque e Atração Perigosa. Ainda no elenco, Imelda Staunton (Harry Potter), Dominic West (300, John Carter) e o menino Isaac Hempstead Wright.

Pena que o resultado final é meia bomba. O Despertar pode ser uma diversão despretensiosa, mas está longe de ser um grande filme.

.

.

Se você gostou de O Despertar, o Blog do Heu recomenda:
Sobrenatural
After.Life
O Orfanato