Crítica – Iron Sky
O que? Nazistas no lado escuro da Lua??? Pára tudo, quero ver!
Secretamente, nazistas construíram uma base no lado escuro da Lua no fim da Segunda Guerra Mundial, onde, isolados do mundo (literalmente!), estão construindo uma gigantesca máquina de guerra para conquistar o planeta. Descobertos 70 anos depois, eles seguem com o plano de invadir a Terra.
Produção finlandesa, alemã e australiana, Iron Sky não é tão bom quanto parecia ser. A premissa é muito boa, e o filme acerta em alguns aspectos, como as cenas no espaço e os cenários e naves nazistas. Mas um roteiro fraco e personagens idem tornam o resultado mediano.
Na verdade, tudo em Iron Sky remete aos clássicos filmes B: sinopse absurda, produção barata e atores pouco conhecidos (Julia Dietze, Peta Sergeant, Stephanie Paul, Christopher Kirby e Udo Kier). A diferença para os filmes B de antigamente é que aqui os efeitos especiais são bem feitos, mas isso se deve pela evolução da tecnologia – hoje é muito mais fácil se fazer bons efeitos especiais (o filme Monstros é uma produção independente quase caseira que custou 15 mil dólares, e que traz monstros alienígenas bem convincentes). Mas, na essência, estamos diante de um legítimo filme B.
A ideia era muito boa, nazistas isolados da tecnologia atual, invadindo o planeta com discos voadores e zeppelins – e com toda a pompa que sempre acompanha o nazismo no cinema. Não é uma invasão perfeita? Em vez de alienígenas, são nazistas herdeiros da Segunda Guerra. Vilões perfeitos!
Mas o roteiro é fraco demais. O filme dirigido pelo finlandês Timo Vuorensola (que é vocalista de uma banda de black metal industrial!) é previsível e bobo, a piada inicial não se sustenta por muito tempo. E tem uma coisa que achei estranha: quando mostra a reunião das Nações Unidas, não reparei se tinha um representante da Alemanha. A Alemanha de hoje não tem nada a ver com os nazistas da Lua, mas acho que questionariam isso numa reunião da ONU. E cadê os alemães contemporâneos?
Mesmo assim, gostei do resultado final. Pelo menos é diferente do óbvio que infesta o mercado. E como o filme é curtinho, passa rapidinho enquanto a gente aprecia o visual dos aparatos nazistas com cara de steampunk… Ah, e gostei do fim do filme! (E claro que não vou contar aqui quem ganha a guerra…)
Não tenho ideia se o filme será lançado. Consegui uma versão com o som original – quando os diálogos são em inglês, fica sem legendas; quando são em alemão, temos legendas em inglês…
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Paul