Crítica – 12 Horas
Estreia de diretor brasileiro em Hollywood!
Quando sua irmã desaparece, Jill se convence que foi obra do mesmo serial killer que a sequestrou dois anos antes. O problema é que a polícia não acredita nela, acha que ela nunca foi sequestrada, que tudo foi fruto da sua imaginação.
Tem muita gente por aí criticando o diretor Heitor Dhalia (Nina, O Cheiro do Ralo, À Deriva) por causa de sua estreia hollywoodiana. Segundo estes críticos, Dhalia teria, “se vendido” ao esquema, já que não fez um projeto autoral, e sim um filme comercial. 12 Horas (Gone, no original) não é um filmaço, mas está longe de ser um filme ruim. Na minha humilde opinião, não foi um retrocesso na carreira de Dhalia.
Mas fica claro que 12 Horas é um “filme de produtor”. Dhalia deu entrevistas dizendo que tinha muito pouco controle sobre o filme, até para ensaiar com os atores, ele precisava da presença do produtor. Mas existem “filmes de produtor” ruins, e este não é um desses.
A trama é bem conduzida por Dhalia. O que é mais interessante aqui é que a gente não sabe se a história de Jill realmente aconteceu, ou se foi tudo dentro da sua cabeça – dúvida que persiste até o final do filme. Aliás, o final não agradou a todos, mas heu gostei.
Se tem algo que merece críticas é o roteiro de Allison Burnett, que força a barra de vez em quando. Tipo, todo mundo que fala com Jill se lembra de detalhes minuciosos sobre tudo. Mais: se o serial killer for real, por que a polícia não tem registros de outros casos?
Amanda Seyfried lidera um elenco sem nenhum destaque positivo, mas com alguns atores abaixo do esperado. Wes Bentley tem a mesma expressão durante todo o filme; Jennifer Carpenter pouco aparece; e Katherine Moennig parece que só está lá para mostrar o cabelo mal penteado. Ainda no elenco, Daniel Sunjata, Emily Wickersham, Sebastian Stan e Michael Paré, aquele mesmo, o canastrão de Ruas de Fogo, no papel de chefe de polícia.
Por último, só não entendi o título do filme em português, “12 Horas”. Esse intervalo de tempo nunca é mencionado ao longo do filme, e Jill usa mais horas na busca pela irmã. E é curioso que o diretor seja brasileiro, por que será que ele não palpitou no nome que o filme seria distribuído no próprio pais?
Vida longa a carreiras de brasileiros em Hollywood!