XXY

Crítica – XXY

Há um tempo atrás, me dei um desafio: escrever sobre TODOS os filmes que vejo. Mas de vez em quando, repenso esta proposta, porque vejo uns filmes que não me dizem nada. É o caso deste XXY.

Filme argentino escrito e dirigido por Lucía Puenzo, XXY não é exatamente ruim. É um filme vazio, onde nada acontece. A história de Alex, que nasceu ao mesmo tempo menina e menino, poderia se desenvolver por vários caminhos interessantes, mas o filme não usa nenhum desses caminhos.

Pra piorar, o filme é recheado de simbolismos de duplo sentido que não sei se eram sérios ou pra fazer piada. Se XXY fosse uma comédia nonsense, a cena da cenoura sendo cortada seria engraçada; como é um drama sério, a cena ficou sem sentido. O mesmo podemos dizer sobre a tartaruga com membros decepados…

No elenco, duas decepções. Uma foi ver o grande ator argentino Ricardo Darín (O Segredo dos Seus Olhos) em um papel besta. Outra foi ver que a protagonista, Inés Efron, desperdiçou uma boa oportunidade de criar um personagem de sexualidade ambígua – sua Alex é 100% menina – sensação reforçada pelo fato da atriz passar metade do filme com os seios de fora.

Li um monte de elogios por aí pela internet, mas desta vez serei a voz discordante. Pra mim, XXY foi uma decepção.