Crítica – A Espiã
O filme “novo” do Paul Verhoeven!
Na Holanda ocupada por nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, uma cantora judia se une à Resistência, e se infiltra nos quarteis generais alemães, onde vira a amante de um oficial.
As aspas lá em cima são porque na verdade A Espiã (Zwartboek no original, Black Book em inglês) é um filme de 2006, seis anos atrás. Mas é o mais recente filme de Verhoeven – na verdade, por enquanto é o único filme que ele fez depois que largou a fase hollywoodiana de sua carreira. Entre 1985 e 2000, ele dirigiu sete filmes, alguns muito bons (Conquista Sangrenta, O Vingador do Futuro, Robocop), alguns não tão bons mas mesmo assim muito legais (Tropas Estelares, Instinto Selvagem) e alguns não tão bons e não tão legais (Showgirls, O Homem Sem Sombra). Verhoeven estava sumido desde 2000, até que este A Espiã foi lançado. Heu já tinha o blu-ray, mas estava com preguiça de ver…
A Espiã foge um pouco do Verhoeven das décadas de 80 e 90 – é um drama de guerra. Mas a qualidade é bem superior ao seu filme anterior (O Homem Sem Sombra). O tema “Segunda Guerra Mundial” já está bem batido no cinema, mas pelo menos vemos por um ângulo pouco usado: a vida na Holanda ocupada. A trama, cheia de reviravoltas, prende a atenção do início ao fim e não deixa um filme de quase duas horas e meia ficar cansativo.
Pelo que li por aí, a trama de A Espiã começou a ser rascunhada ainda nos anos 70, antes de Verhoeven ir para Hollywood. Ele teria tido a ideia quando fez O Soldado de Laranja, também passado na Holanda ocupada por nazistas. Mas só agora no sec XXI, de volta à Europa, é que ele deu continuidade ao projeto.
A Espiã pode ser diferente da filmografia hollywoodiana do diretor holandês, mas uma marcante característica continua presente. Verhoeven tem um modo peculiar de mostrar sexo e violência em imagens graficamente fortes. Isso está presente em cenas como a morte de Smaal, ou quando Ellis pinta os pelos pubianos (alguém mais se lembrou da cruzada de pernas de Instinto Selvagem?). Verhoeven não decepciona seus fãs!
No elenco, o único nome cohecido é Carice Van Houten, de Operação Valquíria e Os Coletores, e que esteve na última temporada de Game of Thrones. Ainda no elenco, Sebastian Koch, Thom Hoffman e Halina Reijn.
Quando A Espiã foi lançado, pensei “legal, Verhoeven largou voltou à ativa!” Mas já se passaram seis anos, e este ainda é seu único filme desde a virada do milênio. Será que agora ele parou de vez? Sendo que ele já tem quase 74 anos (faz aniversário amanhã!), é capaz de ter se aposentado. Tomara que não!
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