O Legado Bourne

O Legado Bourne

A “Trilogia Bourne” está de volta. E, curiosamente, sem o protagonista Jason Bourne…

O Legado Bourne explora o universo criado pelo escritor Robert Ludlum, apresentando uma história original com um novo personagem vivendo situações de vida e morte enquanto uma trama conspiratória rola paralelamente.

Não se trata de um reboot, nem tampouco de uma continuação. Na verdade, O Legado Bourne é um spin-off, prática que acontece de vez em quando com seriados de sucesso que acabaram. Jason Bourne é citado várias vezes, algumas cenas dos outros filmes são usadas. Mas o foco do filme é em Aaron Cross, outro participante do mesmo programa de Bourne.

Tony Gilroy, roteirista dos três primeiros filmes (além de vários outros como O Advogado do Diabo e Armageddon), resolveu criar uma nova história sobre um possível colega de Bourne. Diferente dos outros filmes, este não foi adaptado de um livro, é uma história inédita baseada em situações criadas na trilogia.

Paul Greengrass, diretor do segundo e terceiro filmes da trilogia Bourne, não gostou da ideia e abandonou o projeto – segundo rumores, ele teria dito que um quarto filme teria que se chamar “A Redundância Bourne”, já que nada mais havia para se falar do personagem. Sem Greengrass, o ator principal Matt Damon também pulou fora e só aparece em fotos. O roteirista Gilroy assumiu a direção, e copia o estilo “câmera trêmula” de Greengrass (ponto negativo, na minha humilde opinião).

Não só o estilo de câmera é bem semelhante ao usado nos filmes anteriores, como o formato do filme também. Um personagem que é quase um super herói perseguido incansavelmente enquanto uma trama conspiratória rola em paralelo. Sem novidades neste aspecto.

No elenco, Jeremy Renner (o Gavião Arqueiro d’Os Vingadores) segura bem a onda como protagonista. Rachel Weisz mostra uma juventude impressionante apesar dos seus 42 anos. E Edward Norton está sub aproveitado num papel que não lhe exige nada. Ainda no elenco, Scott Glenn, Albert Finney e Stacy Keach, além de Joan Allen e David Strathairn, aparentemente em imagens reaproveitadas dos filmes da trilogia anterior.

Mesmo sem ter um diretor tarimbado (é o apenas o terceiro filme de Gilroy como diretor, antes dirigiu Duplicidade e Conduta de Risco), O Legado Bourne segue direitinho a fórmula dos blockbusters hollywoodianos. Bons atores, sequências de ação emocionantes, parte técnica impecável. Ainda rolam belas paisagens geladas no Canadá, e, pra manter a “tradição”, uma sequência de perseguição. Mas, sei lá, fica aquela sensação de “será que a gente precisava de mais um filme igual a tantos outros”?

Pelo menos o filme é bem feito. Quem for ao cinema procurando um blockbuster eficiente vai gostar. Só não espere algo a mais…

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