V/H/S

Crítica – V/H/S

Mais um terror do estilo “câmera encontrada”…

Um grupo de arruaceiros é contratado por alguém misterioso para recuperar uma fita VHS em uma casa abandonada. Enquanto eles procuram a tal fita, vemos algumas histórias curtas de terror, teoricamente guardadas nas velhas fitas VHS espalhadas pela casa.

Dirigido por Ti West, Joe Swanberg, Radio Silence, David Bruckner, Adam Wingard e Glenn McQuaid, V/H/S é mais um “found footage”. O que o diferencia dos outros trocentos filmes do estilo é que enquanto o grupo está procurando a fita, vemos outras cinco filminhos, independentes entre si – ou seja, na verdade não é um longa, parece mais um festival de curtas. E aí, claro, rola o problema de sempre: V/H/S é irregular – como quase todos os filmes em episódios…

Vamos a cada uma delas:

– Amateur Night – um grupo de rapazes sai à noite para procurar mulheres, mas pegam algo perigoso sem reparar. Boa ambientação, bons sustos, uma das duas melhores histórias.

– Second Honeymoon – um casal sai de férias e uma misteriosa pessoa os espreita. Bobo. Tem uma reviravolta besta e sem sentido no final, que ainda piora tudo.

– Tuesday the 17th – uma boa ideia, um slasher diferente usando o tema “cabana escondida no meio do mato”. Pena que a ideia foi mal desenvolvida, o resultado fica devendo.

– The Sick Thing That Happened to Emily When She Was Younger – uma mulher  mora numa casa assombrada e se comunica com o namorado pela webcam. História confusa, mas tem alguns bons sustos.

– 10/31/98 – um grupo vai a uma festa de halloween, mas acabam entrando na casa errada. Filme curtinho, efeitos simples e eficientes, alguns bons sustos. A outra das melhores histórias.

– Tape 56 – a história que une tudo. De longe a pior de todas. Deveriam fazer algo diferente pra unir os episódios, sei lá, de repente uma revista em quadrinhos, como Creepshow.

Além da irregularidade, V/H/S tem outro problema, desta vez conceitual. Pelo menos um dos filminhos usou uma câmera digital (no óculos do cara), e outro deles é através da webcam. Ou seja, por que diabos chamar de “VHS” um longa filmado com tecnologias mais modernas?

Acaba que o filme fica longo, são quase duas horas. Na minha humilde opinião, poderiam ter limado a história da lua de mel e a que liga todas. Ia ser um filme de hora e meia com menos “gorduras”…

Mesmo assim, V/H/S ainda vale a pena, nem que seja pela primeira e pela última histórias, que conseguem criar o clima certo de terror que uma produção dessas pede.

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Se você gostou de V/H/S o Blog do Heu recomenda:
REC
O Caçador de Trolls
O Segredo da Cabana

A Entidade

Crítica – A Entidade

Nas duas semanas do Festival do Rio, nem prestei atenção no que era lançado no circuito. Perdi Dredd e Looper, vou ter que ver depois. E nem tinha reparado neste A Entidade. Sorte que deu tempo de ver.

Um escritor com a carreira em crise se muda com a família para uma casa onde uma família inteira foi assassinada misteriosamente. Investigando o assassinato para escrever sobre ele no próximo livro, ele começa a desconfiar que está diante de uma entidade sobrenatural.

Simples e eficiente, A Entidade (Sinister, no original) não se propõe a revolucionar o cinema de terror. Mas é bem feito, traz um ator inspirado, uma ótima ambientação e alguns sustos bem colocados – ou seja: é uma boa diversão pra quem curte cinema de terror.

Dirigido por Scott Derrickson, que em 2007 fez o bom O Exorcismo de Emily Rose, A Entidade lembra Sobrenatural, produzido dois anos atrás pelo mesmo Jason Blum. Ambos são bons filmes de terror, cujas histórias não insultam a inteligência do espectador e que trazem alguns sustos divertidos.

O melhor de A Entidade é o clima de terror “old school”. A fotografia escura, a trilha sonora e os efeitos sonoros fazem um bom trabalho, aliadas a um bom aproveitamento dos cenários – é uma casa comum, mas parece assustadora pelo modo como é mostrada no filme. Os efeitos especiais são simples, discretos e eficientes.

No elenco, apenas um nome conhecido: Ethan Hawke – que nunca tinha feito nada no estilo. Ele faz um bom trabalho com o seu personagem, um pai e marido ausente, preocupado com a própria carreira, mas que descobre algo que não deveria ter descoberto. Além dele, o filme conta com Juliet Rylance, Fred Dalton Thompson, James Ransone e as crianças Clare Foley e Michael Hall D’Addario. E também Vincent D’Onofrio, não creditado, como o professor que só aparece pelo chat do computador.

Li algumas críticas negativas sobre a maquiagem caricata usada em algumas cenas. Mas na minha humilde opinião, não atrapalhou. Também li críticas com relação a alguns sustos serem meio óbvios e previsíveis. Mas outros não são. Vou te falar que é raro um filme me fazer pular no cinema – e este conseguiu.

Enfim, uma boa surpresa.

Ted

Crítica – Ted

Um ursinho de pelúcia politicamente incorreto? Taí uma boa ideia!

Quando tinha 8 anos de idade, John Bennet teve um desejo realizado: seu ursinho de pelúcia Ted ganhou vida, e virou seu companheiro para o resto da vida. Agora, aos 35 anos, John está sendo pressionado pela namorada a deixar Ted de lado.

A ideia de um ursinho de pelúcia que de repente ganha vida é meio absurda, mas pode gerar situações interessantes. Como aqui colocam o ursinho bebendo, tomando drogas, fazendo sexo e falando palavrões, até que ficou legal.

Trata-se do primeiro filme com atores de Seth MacFarlane, que aqui dirigiu, escreveu o roteiro e e fez a voz do Ted. MacFarlane é conhecido por ser o autor das séries animadas Family Guy e American Dad. Nunca vi nenhum episódio de nenhuma dessas séries, então não posso comparar. Mas posso dizer que gostei da sua primeira incursão no cinema “live action”.

O que gostei foi de ver o bom e velho humor ofensivo e politicamente incorreto. O roteiro escrito pelo próprio MacFarlane atira ofensas aos quatro ventos, e não tem medo de fazer piada com cenas delicadas – como um garoto novo levando um soco na cara (a cena é hilária!). Se você não gosta de humor politicamente incorreto, passe longe!

Ted também tem outra coisa que gosto: piadas referenciais. Guerra nas Estrelas é citado algumas vezes, mas a referência mais forte é o Flash Gordon de 1980, aquele com a trilha sonora do Queen. Não só o filme é citado várias vezes como Sam Jones, o próprio Flash Gordon, faz uma participação especial interpretando ele mesmo, em algumas cenas engraçadíssimas!

O elenco está bem. Mark Wahlberg não é muito versátil, a gente já sabe disso, mas funciona para o que o papel pede. O elenco também conta com Mila Kunis, Joel McHale, Giovanni Ribisi, Patrick Warburton, Laura Vandervoort, Jessica Barth e, nas versões originais, as vozes de Patrick Stewart (como Ted) e Patrick Stewart (o narrador). Além deles, participações especiais de Sam Jones, Tom Skerritt, Norah Jones e Ryan Reynolds.

Por fim, queria falar do senhor doutor político que não tem nada para fazer da vida e resolveu chamar atenção para si próprio usando este filme. Pra quem não acompanhou: um excelentísimo político de Brasília resolveu levar o filho dele de 11 anos para ver o filme, apesar da censura indicar 16 anos. Aí ele achou o filme ofensivo e tentou proibí-lo, argumentando que era um “mau exemplo”. Em primeiro lugar, se a censura indica 16 anos, pra que ele vai levar uma criança de 11? Quem está errado, o filme ou o político? Em segundo lugar, se a gente for cortar todos os maus exemplos da nossa sociedade, deveríamos começar pelos políticos de Brasília. Existe algum lugar no mundo com mais exemplos ruins?

Intocáveis

Crítica – Intocáveis

Intocáveis chega aqui com a responsabilidade de ser “uma das maiores bilheterias da história da França”. O que será a causa disso?

Tetraplégico por causa de um acidente, o aristocrata Philippe contrata o improvável e imprevisível Driss para cuidar dele.

Sobre a questão levantada no primeiro parágrafo: Intocáveis (Intoucheables no original em francês) é um filme simples, sem grandes produções ou efeitos especiais. Mas é um filme sensível e engraçado sobre uma fantástica relação de amizade.

Escrito e dirigido pela dupla Olivier Nakache e Eric Toledano, Intocáveis é baseado em uma história real. Os “personagens reais” aparecem no fim do filme.

Os dois personagens centrais de Intocáveis são muito bons. E os dois atores protagonistas estão excelentes. François Cluzet está ótimo como o aristocrata tetraplégico Philippe, e Omar Sy está ainda melhor como o malandro politicamente incorreto Driss. Sy está sensacional e não será surpresa se ganhar prêmios por sua interpretação.

(Falando em prêmios, vi no imdb que Intocáveis é o representante francês ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Nada mal para o país que ano passado levou a estatueta principal por O Artista…)

Aliás, Intocáveis está sendo vendido como um drama. Sei não, pra mim, trata-se de uma comédia politicamente incorreta de humor negro. E não estou sozinho, na minha sessão, a plateia dava gargalhadas durante toda a projeção.

Independente do gênero, o importante é que Intocáveis mostra que um filme não precisa ser uma super produção para ser um dos melhores filmes do ano. Basta uma boa história, bem contada e com bons atores.

Por fim, preciso falar que só não gostei de uma coisa: do título. Por que “Intocáveis”? Não vi nada na trama que me lembrasse algo assim. E o pior: acho que não fui o único que lembrei de Os Intocáveis do Brian de Palma, com Kevin Costner, Sean Connery e Robert De Niro…

Busca Implacável 2

Crítica – Busca Implacável 2

Bryan Mills, ex-agente da CIA aposentado que salvou sua filha de sequestradores albaneses no primeiro filme, agora é alvo de vingança pelos familiares dos homens que ele matou.

O primeiro Busca Implacável foi uma boa surpresa. Filme de ação simples e eficiente, escrito e produzido por Luc Besson, dirigido por Pierre Morel (B13, Dupla Implacável), e estrelado por um Liam Neeson inspirado. Mas era o tipo de filme que não pedia uma continuação…

Não pedia, porque a continuação soa bem forçada. O pai de um dos vilões do primeiro filme resolve vingar a morte do filho e por isso quer sequestrar Bryan e sua família. Caramba, ele já sabe que tal Bryan matou sozinho um exército inteiro no primeiro filme, como é que ele vai dar mole no segundo? “Ah, a gente esquece que o carinha é o motherf*$%cker p#&ca das galáxias e prende ele por uma fitinha no pulso, sem revistá-lo, e o deixa sem vigia”. Tá bom, senta lá, Claudia. Os vilões deste novo filme são tão burros que a gente nem se preocupa com o sentimento pró EUA que está implícito na trama.

Outra coisa: a menina está traumatizada porque não faz muito tempo, foi sequestrada no Leste Europeu. Aí o pai dela vai viajar a trabalho e a convida pra ir de férias encontrá-lo. Onde? No Leste Europeu! Por que a menina não combinou de encontrar o pai em Londres ou Paris?

Pra não dizer que nada no filme presta no filme dirigido por Olivier Megaton (Carga Explosiva 3), gostei de Bryan passando as instruções ao telefone para a sua filha – é um tipo de “mentira divertida”. E as cenas de ação são tecnicamente bem feitas.

No elenco, Liam Neeson está bem como sempre; Maggie Grace faz bem mais do que no primeiro filme; Rade Serbedzija se mantém como um dos melhores “vilões do leste europeu” da Hollywood contemporânea; e Famke Janssen está lá só pra ganhar o cachê.

Busca Implacável 2 nem é ruim. Mais fraco que o primeiro, claro. Mas ainda pode divertir os que deixarem o cérebro de lado.

p.s.: no fim, heu só lembrava da piada que vi na internet, dizendo que era impossível derrotar o Liam Neeson, afinal, o cara treinou o Batman, é um mestre jedi e também é Zeus…

Festival do Rio 2012 – Fim

Festival do Rio 2012 – Fim

Acabou o Festival do Rio 2012. Vi um total de 25 filmes ao longo de 15 dias. Além dos 22 filmes já postados aqui no blog (e d’O Segredo da Cabana, do qual heu já tinha falado), ainda vi O Rei dos Porcos, uma animação adulta coreana; e Open Road, filme meio brasileiro meio americano, dirigido por Marcio Garcia e estrelado por Camille Belle, Andy Garcia, Juliette Lewis, Colin Egglesfield, John Savage, Christiane Torlone e Carol Castro.

Mas, chega de Festival, né? Vou ficar devendo os textos desses dois filmes. O Festival acabou na quinta passada, hoje é terça, e ainda tô postando textos atrasados!

Amanhã o blog volta ao normal, com filmes que estão em cartaz. Vi dois filmes do circuito no fim de semana!

Nós e Eu

Crítica – Nós e Eu

Filme novo do Michel Gondry!

No último dia de aula, um grupo de adolescentes, alunos de uma escola nova-iorquina do Bronx, sobem no ônibus para realizar o último trajeto juntos antes das férias de verão. Aos poucos o ônibus se esvazia e as relações lá dentro se transformam. Ao se tornarem mais íntimos, facetas ocultas da personalidade de cada um se revelam.

Michel Gondry é o autor do excepcional Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças, um dos melhores filmes dos últimos anos. Mas o problema de ter um filme desses no currículo é viver à sombra dele – quando Gondry fará algo do mesmo nível?

Em 2008, Gondry fez Rebobine Por Favor, um filme simpático, mas longe de ser genial. No mesmo ano, fez uma das três histórias de Tokyo!, um filminho na fronteira entre o simpático e o bobinho. E em 2011 dirigiu o fraco Besouro Verde, um dos piores filmes do ano. Será que agora Gondry está “de volta”?

Bem, Nós e Eu (The We And The I, no original) é muito melhor que Besouro Verde (porque ia ser difícil ser pior, né?). Mas segue um estilo completamente diferente!

Gondry deixa de lado o ar de fábula moderna que acompanha o seu filme mais famoso (também presente em Rebobine Por Favor) e faz um filme mais “pé no chão”, mostrando um grupo de adolescentes saindo da escola. Diferente dos outros filmes, Nós e Eu não tem nada de “mágico”.

O filme se passa quase todo dentro do ônibus, e em tempo real – o que acontece fora do ônibus é mostrado em flashbacks de personagens que estão dentro do ônibus. Mais: aparentemente, nenhum dos atores é profissional, os nomes dos personagens são os mesmos dos atores que os interpretam.

Com esse ar de “cinema verdade”, meio documentário, Gondry conseguiu montar um excelente microcosmo do universo adolescente de negros e latinos de Nova York. Tem de tudo dentro o ônibus: valentões, rejeitados, nerds, artistas, brigas, tentativas de namoro…

O roteiro (do próprio Gondry) é muito bem construído. A duração do filme é a mesma do trajeto do ônibus entre a escola e o último aluno a saltar. As cenas de fora do ônibus são inseridas nas doses certas. O ritmo do filme é bem interessante, o hip hop da trilha sonora ajudou a dar agilidade à narrativa.

Me lembrei de As Melhores Coisas Do Mundo, filme nacional que também usou atores amadores para fazer um retrato da nova geração. No filme nacional, tive dificuldade com o áudio, vários dos diálogos são incompreensíveis. Aqui não tive problemas, mesmo com alguns sotaques complicados, o som é bem melhor!

Nós e Eu não é um filme convencional, nem sei se vai ser lançado no circuito. Mas é um bom filme. Só não espere um novo Brilho Eterno.

Comic-Con Episode IV – A Fan’s Hope

Crítica – Comic-Con Episode IV – A Fan’s Hope

Documentário sobre a mais famosa de todas as convenções nerds, chamado pelo Festival do Rio de “A Saga Comic-Con, O Sonho de um Fã”.

A Comic-Con em San Diego é a maior convenção de quadrinhos e cultura geek do mundo, onde centenas de sonhos e aspirações se encontram. Acompanhamos alguns anônimos que pretendem realizar seus sonhos durante a convenção.

A Comic-Con é o sonho de todo nerd – heu mesmo já pensei em viajar pra San Diego só pra visitar a convenção. O diretor Morgan Spurlock (autor de Super Size Me, aquele documentário onde ele passa o mês inteiro comendo no McDonald’s) fez um bom trabalho mostrando detalhes deste mundinho alternativo que atrai milhares de pessoas a cada ano.

Comic-Con Episode IV – A Fan’s Hope mostra dois ilustradores que desejam ser contratados por editoras de quadrinhos, uma criadora de fantasias, um comerciante de quadrinhos em busca de uma grande venda e um cara que pretende propor sua namorada em casamento, entre outros.

A dinâmica do documentário é interessante: acompanhamos os “personagens” apresentados em suas incursões durante a Comic-Con. Entremeando isso, temos depoimentos de um monte de gente famosa, como Kevin Smith, Seth Rogen, Stan Lee, Frank Miller, Joss Whedon, Keneth Branagh, Eli Roth, Seth Green e Zachary Quinto, entre vários outros.

Às vezes o filme parece um reality show. Alguns terminam o evento mais bem sucedidos que outros, o que prende a atenção até o fim – será que este vai conseguir o que pretendia? Nisso, Comic-Con Episode IV – A Fan’s Hope é bem eficiente, me vi torcendo por alguns deles.

Algumas histórias são mais interessantes que outras (um cara quer ir para a Comic-Con apenas pra comprar um determinado boneco, que está no catálogo do fabricante, não me pareceu uma tarefa muito difícil…). Isso torna o documentário irregular. Talvez Spurlock devesse focar mais nas melhores histórias.

As entrevistas com famosos são muito boas. Algumas sacadas são hilárias. Kevin Smith contou que uma vez foi cumprimentado por Stan Lee ao chegar na Comic Con. E ele se lembrou que quando tinha 11 anos de idade, se imaginava indo pra Comic Con e cumprimentando o Stan Lee. E agora ele imaginava ele com 11 anos vendo a cena, e o que ele diria? “Como você engordou!”

Não sei se o público “não nerd” vai curtir Comic-Con Episode IV – A Fan’s Hope. Mas é um programa obrigatório para nerds e geeks!

Twixt

Crítica – Twixt

O novo Coppola!

Ao visitar uma pequena cidade, um escritor de terror que vende seus livros por conta própria se vê envolvido no misterioso assassinato de uma jovem, morta por uma estaca de madeira.

Fiquei decepcionado com Tetro, o penúltimo filme dirigido por Francis Ford Coppola (o próprio Coppola esteve no cinema e falou com a plateia antes do filme, foi a única parte boa da sessão). Twixt não chega a ser do nível dos seus filmes clássicos, mas pelo menos é bem melhor que Tetro.

Gostei de rever Val Kilmer. Ok, ele está muito gordo – caramba, não faz muito tempo o revi no papel de Jim Morrison no filme The Doors. Mas continua carismático e talentoso – um dos melhores momentos do filme é quando ele fica na frente do computador tentando começar a escrever o novo livro. Elle Fanning, irmã menos famosa da Dakota, está bem como a adolescente morta viva. E Ben Chaplin está ótimo como Edgar Alan Poe. Ainda no elenco, Bruce Dern, Joanne Whalley, Alden Ehrenreich e Anthony Fusco.

O roteiro, escrito pelo próprio Coppola, não foi muito bem cuidado – li no imdb que Coppola admitiu que não sabia como terminar o filme. E alguns personagens são muito mal aproveitados, como é o caso do bad boy Flamingo.

Uma coisa interessante de se ter um veterano talentoso na direção é que o filme pode até ser fraco, mas a gente sente a mão do diretor em alguns momentos. Mesmo com seus defeitos, Twixt é bem filmado e traz algumas belas cenas.

Por fim, preciso falar do 3D. Martin Scorsese, contemporâneo de Coppola, fez um excelente trabalho ao usar o 3D em A Invenção de Hugo Cabret. Já Coppola fez o oposto – nunca vi um 3D tão muquirana na minha vida! São só duas cenas, e em nenhuma das duas cenas o 3D era necessário. Quem pagar mais caro pelo ingresso por causa deste 3D deveria poder entrar na justiça por propaganda enganosa!

O Clube do Vamos-Fazer-a-Professora-Abortar

Crítica – O Clube do Vamos Fazer a Professora Abortar

Quando li que teria um filme japonês de apenas uma hora de duração, com o nome “O Clube do Vamos Fazer a Professora Abortar”, lembrei logo de divertidos trashs japas como Tokyo Gore Police, Machine Girl ou Vampire Girls Vs Frankenstein Girl. Que nada, O Clube do Vamos-Fazer-a-Professora-Abortar é sério…

A sinopse tá quase toda no título do filme. Cinco adolescentes de uma escola japonesa gastam seu tempo fazendo pequenas maldades dentro e fora da escola. Quando descobrem que uma das professoras da escola está grávida de quatro meses, elas resolvem fazer de tudo para causar o aborto.

Escrito e dirigido por Eisuke Naitô, O Clube do Vamos-Fazer-a-Professora-Abortar (Let’s-Make-the-Teacher-Have-a-Miscarriage Club em inglês ou Sensei wo ryûzan saseru-kai no original em japonês) é um filme sério, como falei no primeiro parágrafo. Sério e bobo. Ao não assumir a vocação trash desta trama, O Clube do Vamos-Fazer-a-Professora-Abortar perdeu uma ótima oportunidade de criar mais um clássico da recente podreira japonesa.

O Clube do Vamos-Fazer-a-Professora-Abortar é apenas um drama. Tem uma cena engraçada aqui, outra ali, mas no geral, um drama. Bobo e desnecessário.

Saudades dos trashs japas…