Oz: Mágico e Poderoso

Crítica – Oz: Mágico e Poderoso

Sou fã do Sam Raimi desde a época dos Evil Dead. Claro que não ia deixar de ver sua versão para a origem do Mágico de Oz, né?

Fugindo de uma briga, o mágico de circo Oscar Diggs acaba chegando na Terra de Oz. Lá, ele conhece as bruxas Theodora, Evanora e Glinda, e, com a ajuda de um macaco alado e de uma boneca de porcelana, precisa descobrir quem é do bem e quem é do mal.

Sim, é isso mesmo, esqueça a Dorothy, o Totó, o Espantalho, o Leão e o Homem de Lata. Trata-se de um prequel, mostrando como o Mágico chegou em Oz.

Li que a produção deste Oz: Mágico e Poderoso teve problemas com direitos autorais. O livro de L Frank Baum, de onde saiu a história, está em domínio público, mas o filme de 1939 O Mágico de Oz não está, e os donos dos direitos não liberaram. Então, tudo aqui teve que ser minuciosamente pensado. As citações ao filme original não podiam ser diretas. Um exemplo disso é o início do filme em preto e branco – as cores aparecem quando ele chega a Oz, como acontece no filme clássico.

Claro que os saudosistas vão dizer que este Oz: Mágico e Poderoso não chega aos pés do filme de 39. Mas acho que isso já era previsto: qualquer um que for “cutucar” um dos maiores clássicos da história do cinema vai encontrar uma legião de “haters”. Faz parte.

Na minha humilde opinião, o resultado ficou bem interessante, uma fantasia a la Tim Burton – diferente do último filme de Raimi, o bom terror Arraste-me Para o Inferno. Raimi consegue desenvolver bem uma nova fábula no mundo de Oz.

A produção é Disney, o que pode ser uma boa e ao mesmo tempo uma má notícia. Por um lado, a produção é de altíssimo nível – a animação dos coadjuvantes (o macaco alado e a boneca) é de uma qualidade impressionante. Por outro, Raimi está mais discreto que o habitual (é só compararmos com o resto da boa filmografia do diretor). Se Raimi estivesse mais “solto”, o resultado provavelmente seria menos comportado.

Sobre os efeitos especiais, eles ficaram meio artificiais, mas isso me pareceu proposital. Alguns cenários são muito coloridos, algumas maquiagens são muito caricatas – os cenários e caracterizações parecem uma mistura de Alice no País das Maravilhas do Tim Burton com O Grinch do Jim Carrey.

No elenco, não vi nenhum destaque. James Franco está canastrão, mas acho que o personagem pedia isso. Não gostei da atuação de Mila Kunis, ela parece artificial demais. Rachel Weisz se sai um pouco melhor com sua bruxa menos caricata. Ainda no elenco, Michelle Williams, Zach Braff, Bill Cobbs e as tradicionais pontas de Bruce Campbell e Ted Raimi.

Enfim, Oz: Mágico e Poderoso não se tornará um clássico como o filme de 39. Mas é uma boa diversão.