Crítica – Highlander – O Guerreiro Imortal
Hora de revisitar um clássico dos anos 80!
Nascido nas Highlands escocesas em 1518, Connor Macleod é imortal. Quando ele é ferido em uma batalha mas não morre, é banido de sua aldeia. Ele encontra outro imortal, Juan Sanchez Villa-Lobos Ramirez, que lhe ensina a mitologia dos imortais, que deverão se encontrar no mundo novo e lutar até só sobrar um, que receberá o “Prêmio”.
Acho o conceito de Highlander genial. Guerreiros imortais vindos de diferentes partes do mundo, e que vão se encontrar no futuro para duelarem até sobrar apenas um. Isso dá um bom caldo para muitas histórias – não à toa, virou uma série de tv anos depois.
O diretor Russell Mulcahy veio de videoclipes – ele fazia os clipes do Duran Duran antes de fazer longas. Highlander – O Guerreiro Imortal tem muito de videoclipe – visual estilizado, com muito contraluz, muito chão molhado. Esteticamente, o filme é muito bonito, tem várias cenas memoráveis. Gosto muito do visual da luta final entre Macleod e Kurgan, num galpão espaçoso, com janelas enormes ao fundo.
Alguns efeitos especiais continuam bons até hoje. As transições temporais são muito criativas, a cena que começa no aquário e termina no lago ainda é genial, mesmo passados quase 30 anos desde o lançamento (o filme é de 1986). Por outro lado, alguns efeitos “perderam a validade”. Vergonha alheia na cena do duelo entre Kurgan e Ramirez – quando a espada bate na parede de pedra, a pedra explode! E quando Macleod termina a luta final, os efeitos especiais usam desenhos animados. Tosco, tosco, tosco…
Sobre o elenco, Christopher Lambert nunca foi um ator versátil, mas o Connor Macleod é a cara dele. Sean Connery está bem, como sempre. Clancy Brown faz um Kurgan excelente, nunca entendi como o ator teve poucos papeis marcantes na carreira (mesmo tendo feito filmes importantes como Um Sonho de Liberdade, Os Últimos Passos de um Homem, Tropas Estelares e Cowboys & Aliens). Ainda no elenco, Roxanne Hart e Beatie Edney.
Outra coisa que merece ser citada é a boa trilha sonora, a cargo do grupo Queen, com alguns bons temas, como Gimme The Prize e a belíssima Who Wants To Live Forever.
Highlander – O Guerreiro Imortal tem um histórico curioso no que diz respeito a continuações. Em 1991 foi lançado um segundo filme, Highlander II: A Ressureição, dirigido pelo mesmo Russell Mulcahy e estrelado pelos mesmos Christopher Lambert e Sean Connery. Mas toda a mitologia original foi jogada no lixo, inventaram uma história onde os imortais vinham de outro planeta! O resultado ficou muito muito ruim, e na época rolou a piada óbvia “there can be only one”, frase que estava no cartaz original do filme mas que podia ser aplicada a sua continuação. Em 94 veio o terceiro filme, o razoável Highlander 3 – O Feiticeiro, cuja trama ignora o segundo. Houve um seriado entre 92 e 98, e em 2000 tivemos um quarto filme, que trazia o heroi do filme (Lambert) ao lado do heroi do seriado (Adrian Paul). Mas este quarto filme conseguiu algo muito difícil: foi pior que o segundo! Depois disso, nunca mais quis ver nada da série, nem sei se fizeram um quinto filme.
Por fim, quero falar mal do dvd oficial lançado aqui no Brasil. As legendas têm muitos erros, tanto erros de digitação quanto erros de tradução. Vergonha um serviço pago ter qualidade inferior a legendas gratuitas encontradas pela internet…