Top 10: Atores em Papeis Icônicos

Top 10: Atores em Papeis Icônicos

Pensei nesse Top 10 quando vi que O Hobbit teria, no papel de Bilbo Bolseiro, Martin Freeman, que também foi o protagonista de O Guia do Mochileiro das Galáxias – e isso sem contar que ele é o Watson no Sherlock Holmes da BBC…

A ideia é listar atores com potencial de serem cultuados por filmes ou personagens em seu currículo. Tipo, vai ter uma convenção, e os fãs vão fazer filas quilométricas por estes atores. E, em alguns casos, filas quilométricas de mais de um grupo de fãs!

Não me esqueci de gente como o Hugh Jackman, o Michael J Fox e o Mark Hammill. O problema é que cada um só tem um personagem icônico na carreira…

A lista de menções honrosas é grande. Dava pra fazer um Top 20 facilmente. Poderíamos citar Sean Bean (Senhor dos Aneis, Percy Jackson, Equilibrium, e Game of Thrones, que é tv, mas também é legal); Liam Neeson (Batman Begins, Star Wars ep 1, Fúria de Titãs, Esquadrão Classe A, As Crônicas de Nárnia); Nicolas Cage (O Selvagem da Motocicleta, Coração Selvagem, Arizona Nunca Mais, A Outra Face); Val Kilmer (Batman Eternamente, Top Gun, The Doors, Top Secret, Willow, Amor À Queima Roupa); Alan Rickman (Harry Potter, Dogma, Herois Fora de Órbita, Duro de Matar, Sweeney Todd, O Guia do Mochileiro das Galáxias); Gary Oldman (Harry Potter, trilogia nova do Batman, O Quinto Elemento, Perdidos no Espaço, Dracula, O Profissional, Amor À Queima Roupa, Sid & Nancy e Rosencrantz & Guildenstern Estão Mortos); Ewan McGregor (trilogia nova de Star Wars, Os Homens Que Encaravam Cabras, Jack, O Caçador de Gigantes, Peixe Grande, Velvet Goldmine, Cova Rasa, Trainspotting); Simon Pegg (o novo Star Trek, Paul, Todo Mundo Quase Morto, Chumbo Grosso, Tintim); John Travolta (Um Tiro Na Noite, Carrie, Pulp Fiction, Hairspray, O Nome do Jogo, Be Cool, A Outra Face, A Senha – Swordfish, O Justiceiro); Sylvester Stallone (Rocky, Rambo, Cobra, Os Mercenários)…

Vamos aos dez?

10. Rutger Hauer

Nos anos 80, Hauer estava em alta. Além de um papel importantíssimo em Blade Runner, o cara fez O Feitiço de Áquila, Conquista Sangrenta, Falcões da Noite e A Morte Pede Carona assim que chegou de sua Holanda natal. Depois ele deu uma sumida, mas voltou recentemente a fazer filmes legais, como Sin City, Batman Begins, Hobo With a Shotgun e o Dracula do Dario Argento.

9. Arnold Schwarzenneger

Arnoldão foi o Conan e o Exterminador do Futuro. E depois fez grandes filmes de ação e ficção científica como O Vingador do Futuro, O Sobrevivente e O Último Grande Heroi, se enveredou na comédia e ainda foi vilão do Batman. E recentemente mostrou estar em forma em Os Mercenários.

8. Patrick Stewart

Patrick Stewart é conhecido basicamente por dois papeis. Mas são papeis importantíssimos em grandes franquias: o Capitão Jean-Luc Picard de Star Trek e o Professor Charles Xavier de X-Men. E, ninguém lembra, mas ele também esteve em Duna e Força Sinistra.

7. Ian McKellen

Dono de extensa carreira, Ian McKellen virou popstar depois de fazer 60 anos, pelas sagas O Senhor dos Aneis e X-Men. Ele já foi quatro vezes Gandalf (e vem mais duas até o fim do ano que vem) e três vezes Magneto (e pelo menos mais uma em breve).

6. Robert Downey Jr

Este tem uma longa carreira, mas com poucos filmes a serem cultuados. Mas… Ele foi o Tony Stark quatro vezes e o Sherlock Holmes duas, só isso já é o suficiente para um lugar nesta lista. Também podemos citar O Homem Duplo, Beijos e Tiros e, talvez, Trovão Tropical – o seu personagem é sensacional neste filme.

5. Jeff Bridges

Acho que este é o único caso de ator que merece estar na lista por um único filme – vocês sabiam que existe uma convenção Lebowski Fest para fãs do “Dude”? Mas tem mais: ele esteve presente em dois marcos dos efeitos especiais: os dois Tron. E o cara ainda estava em Homem de Ferro, O Pescador de Ilusões, Starman e Os Homens Que Encaravam Cabras.

4. Christopher Lee

Christopher Lee fez inúmeros filmes de terror da Hammer, onde interpretou o Dracula diversas vezes. E, depois, mostrou que a idade não é problema, ao fazer o Saruman aos 79 anos em O Senhor dos Aneis e o Conde Dooku aos 80 anos na nova trilogia de Star Wars. E nem tô falando de filmes ainda mais recentes como A Fantástica Fábrica de Chocolate ou Sombras da Noite

3. Johnny Depp
Depp tem um currículo invejável: Sombras da Noite, Alice no País das Maravilhas, Imaginário do Dr. Parnassus, Sweeney Todd, A Fantástica Fábrica de Chocolate, A Noiva Cadáver, Era Uma Vez no México, Do Inferno, A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça, Edward Mãos de Tesoura, Medo e Delírio, Ed Wood, Cry Baby… E isso porque não falei dos quatro Piratas do Caribe.

2. Samuel L Jackson

Não só o cara foi três vezes Mace Windu e cinco vezes o Nick Fury, como ele ainda esteve em Pulp Fiction, Kill Bill, Django Livre, Assassinos Por Natureza, Jackie Brown, Amor À Queima Roupa, Jurassic Park, Corpo Fechado, Shaft, Jumper, Serpentes À Bordo, The Spirit e Os Incríveis!

1. Harrison Ford

E o nosso número 1 tem que ser o Harrison Ford mesmo – o cara foi três vezes Han Solo e quatro vezes Indiana Jones, é ainda esteve em Blade Runner, Apocalypse Now e, recentemente, Cowboys & Aliens. Nada mal, né?

Searching For Sugar Man

Crítica – Searching For Sugar Man

Ano passado, li sobre este Searching For Sugar Man quando passou no Festival do Rio, mas não me interessei muito. Admito que não sou fã de documentários. Acho que 90% do interesse num documentário está no objeto a ser documentado – se você gosta do assunto, vai gostar do documentário; se não gosta, nem vai ver. Mas as recomendações eram boas, então fui procurar o filme.

Sixto Rodriguez foi um cantor de folk que, nos anos 70, lançou dois discos que não fizeram sucesso, e desapareceu depois disso. Boatos indicavam que ele tinha se suicidado, mas não havia qualquer confirmação. Até que, nos anos 1990, um grupo de fãs da África do Sul resolveu desvendar a verdade por trás do paradeiro do cantor.

Searching For Sugar Man tem falhas na narrativa. Mas a história de Rodriguez, o músico documentado, é boa, e torna o filme interessante de se ver. Rodriguez gravou dois discos, não vendeu nada e desapareceu depois. Só que ele fez um sucesso absurdo na África do Sul. O problema é que ninguém na África do Sul tinha contato com o músico, e este não sabia que fazia sucesso em outro país…

Mas, se a história é interessante, o filme tem falhas. Em determinado momento, um pesquisador diz que vai “seguir o dinheiro” para tentar descobrir o paradeiro de Rodriguez. Mas, depois de conversar com um ex-produtor (que se estressou no meio da entrevista), deixam a ideia de lado e ninguém mais fala disso. Mais: se tudo aquilo que vemos aconteceu em 1998, por que todas as entrevistas são tratadas como se fossem feitas nos dias de hoje?

A sorte de Searching For Sugar Man é que o tema abordado foi bem escolhido – a história de Rodriguez é muito boa. Se você abstrair os problemas, pode até curtir o filme.

Vôo Noturno

Crítica – Vôo Noturno

Hora de rever Vôo Noturno (Red Eye), de 2005!

Durante um vôo de madrugada, uma gerente de hotel é obrigada a ajudar um terrorista, que ameaça a vida do seu pai.

O diretor Wes Craven tem lugar de destaque na história do cinema de horror. Mas sua carreira é bastante irregular, isso ninguém discorda. Por um lado ele é incensado por ser o criador do Freddy Krueger e da série A Hora do Pesadelo; e também da franquia Pânico, que deu um novo sopro de criatividade ao cinema de terror nos anos 90. Por outro lado ele “cometeu” atrocidades como Amaldiçoados, um dos piores filmes de lobisomem da história.

Este Vôo Noturno veio pouco depois de Amaldiçoados, e é muito melhor. Não é terror, e sim um suspense. É um filme simples, sem nada sobrenatural na trama, com efeitos especiais discretos, pouco sangue e nenhum gore. E, importante, um filme muito eficiente ao criar tensão.

Os primeiros dois terços do filme se passam dentro do avião, causando um ótimo clima claustrofóbico. A boa química entre o casal protagonista e o talento do diretor com o posicionamento de câmera proporcionam uma boa experiência cinematográfica.

O roteiro tem algumas forçações de barra – como é que o barco é revistado e ninguém pensa em verificar as varas de pescar? – mas nada grave. E a terceira parte do filme, fora do avião, é um pouco inferior, mas não chega a atrapalhar o bom resultado final.

O elenco é liderado pelo casal Rachel McAdams e Cillian Murphy. Bons atores, mas, sei lá por que, nenhum dos dois alcançou o primeiro escalão de Hollywood – ela estava nos dois Sherlock Holmes; ele, nos três Batman. Ainda no elenco, Brian Cox e Jayma Mays.

Bom filme, esquecido nas prateleiras das locadoras. Comprei o meu dvd numa promoção dessas, quando uma locadora repassa os filmes velhos…

Na Mira do Chefe

Crítica – Na Mira do Chefe

Há tempos ouço boas recomendações sobre este Na Mira do Chefe, filme de estreia do diretor e roteirista Martin McDonagh. Depois de ter visto Sete Psicopatas e um Shih-Tzu, seu segundo filme, fui atrás do primeiro.

Depois de um trabalho que dá errado, dois assassinos profissionais são mandados pelo seu chefe para passar um tempo na pacata cidade de Bruges, esperando novas ordens.

Na Mira do Chefe (In Bruges, no original) é um filme “correto”. Bons atores, bons diálogos, uma bela locação europeia… Mas, sabe quando falta algo? Acaba o filme, e fica aquela sensação de que ainda faltava algo pro filme ser bom.

Vamos ao que funciona. O elenco está muito bem. Colin Farrell, Brendan Gleeson e Ralph Fiennes estão ótimos, assim como os coadjuvantes menos conhecidos Clémence Poésy, Jordan Prentice e Zeljko Ivanek. Os diálogos fluem bem entre o elenco. As locações, em Bruges, na Bélgica, também foram bem escolhidas.

Mas é pouco, pelo menos para um filme tão badalado. Mais: o filme foi vendido como “comédia de humor negro”. Olha, até tem algum humor negro, mas muito pouco para transformar o filme em uma comédia. E, pra piorar, o ritmo da metade inicial é muito lento. Depois, quando aparece o personagem de Ralph Fiennes, o ritmo melhora, mas já é tarde demais, já comprometeu o resultado final do filme.

Muita gente compara este filme ao estilo de Quentin Tarantino. Discordo. Diferente de Sete Psicopatas e um Shih-Tzu, Na Mira do Chefe traz poucos elementos “tarantinescos” – não tem nenhum personagem esquisito, a trilha sonora é careta, a edição é convencional… As únicas coisas que se aproximam do universo Tarantino são algumas citações à cultura pop. Mas é tão próximo aos filmes do Tarantino quanto um Mercenários da vida.

Sinceramente, não consegui entender o hype da crítica – e não só da crítica especializada, o filme tem nota 8,0 no imdb! Na Mira do Chefe está longe de ser ruim, mas, na minha humilde opinião, falta comer muito arroz com feijão antes de ser bom…

Vamos Nessa

Crítica – Vamos Nessa

Há tempos que heu queria rever este Vamos Nessa, de 1999. Aproveitei uma promoção da Amazon gringa com o blu-ray com legendas em português e comprei o filme.

Na noite da véspera de Natal, um grupo de jovens se mete numa situação que envolve compra e venda de drogas – e muita festa. A história é dividida e contada sob três diferentes pontos de vista.

Na época do lançamento, rolaram comparações com o estilo de Quentin Tarantino – narrativa em ordem não cronológica, personagens descolados, violência e drogas. É que, naquela época, surgiram vários “clones” de Tarantino – alguns muito bons, como Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes (primeiro filme do hoje famoso Guy Ritchie); outros nem tanto, como Coisas Para se Fazer em Denver Quando Você Está Morto. Vamos Nessa está no meio do caminho – não chega a ser uma obra prima, mas é um filme divertido.

A estrutura de Vamos Nessa é interessante: o filme é dividido em três partes quase independentes entre si, que acontecem simultaneamente – não é a mesma história repetida sob ângulos diferentes, como Corra, Lola, Corra ou Jackie Brown. As três histórias têm estilos diferentes, acho todas boas.

O diretor Doug Liman ainda era quase um calouro na época. Três anos antes ele chamara a atenção com a comédia independente Swingers, mas logo depois virou “diretor de primeiro escalão”, e fez A Identidade Bourne, Sr e Sra Smith, Jumper e Jogos de Poder.

É curioso vermos o elenco hoje, 14 anos depois. Vários nomes então promissores não chegaram a lugar algum. Sarah Polley é hoje uma respeitada roteirista e diretora independente, mas continua um rosto desconhecido do grande público (gostei dela em Splice, que nem me lembro se foi lançado aqui). Katie Holmes era famosa por uma série de TV; hoje é famosa por ser uma ex de Tom Cruise. Scott Wolf era um nome conhecido de séries de tv, onde continua até hoje. William Fichtner e Timothy Oliphant são bons atores e fazem filmes adoidado, mas sempre em papeis que chamam menos atenção. Jay Mohr, Taye Diggs e Breckin Meyer nunca chegaram a fazer muito sucesso, e têm andado ainda mais sumidos. E Desmond Askew era desconhecido e continua desconhecido…

Vamos Nessa não é um grande filme, mas conta pontos justamente por não querer ser um. Boa diversão, meio esquecida hoje em dia.

 

Em Transe

Crítica – Em Transe

Filme novo do Danny Boyle!

Um homem que trabalha em leilões de peças de arte acaba envolvido com uma gangue responsável pelo roubo de quadros e com uma hipnoterapeuta.

O diretor Danny Boyle tem uma carreira peculiar. Seus filmes pouco têm a ver um com o outro – o que têm em comum Quem Quer Ser um Milionário?, Trainspotting, Sunshine – Alerta Solar e Caiu do Céu?. Mas, por ter um estilo marcante de filmar – edição com cortes rápidos, fotografia com cores fortes, trilha sonora alta e marcante – sua filmografia apresenta uma certa unidade.

(Aliás, falando em versatilidade, Boyle foi o responsável pela cerimônia de abertura das últimas Olimpíadas, em Londres…)

Em Transe (Trance, no original) é mais um filme diferente na sua versátil filmografia. Desta vez, Boyle apresenta um thriller com reviravoltas na trama. Em Transe é daquele tipo de filme que o quanto menos você souber antes, melhor. Por isso, vou tomar cuidado para não soltar spoilers. Só vou adiantar que a trama é bem construída, e nem tudo é o que parece.

Talvez esta “necessidade de enganar o espectador” seja o ponto fraco de Em Transe. A trama é tão envolvente e rocambolesca, principalmente na parte final, que a gente não repara as inconsistências do roteiro. O fim do filme teria um desfecho diferente na vida real (selecione para ler: a polícia procuraria a mulher desaparecida, e acabaria encontrando o carro abandonado no estacionamento. Além disso, o carro estaria exalando um cheiro terrível!).

Sobre o elenco, James McAvoy e Vincent Cassell estão bem, como esperado. E Rosario Dawson impressiona com uma corajosa (e generosa) cena de nu frontal (que não é gratuita, tem explicação na trama).

Apesar da parte final confusa, Em Transe mantém a qualidade habitual de Danny Boyle e é uma boa opção no circuito.

E.T. – O Extraterrestre

Crítica – E.T. – O Extraterrestre

Hora de pegar as crianças pra rever E.T. – O Extraterrestre!

Alguém não conhece a história? Um garoto encontra um pesquisador botânico alienígena, e desafia as autoridades para ajudá-lo a voltar para o seu planeta.

Todo mundo viu E.T., né? Não tem muito o que falar sobre um filme desses. Clássico contemporâneo, marcou a vida de um um montão de gente, consolidou o diretor Steven Spielberg como um dos maiores nomes de sua geração, foi o maior recordista de bilheteria por mais de uma década, etc., etc., etc.

O que ainda funciona? A trilha sonora é uma das melhores da longa e rica carreira de John Williams. O boneco, criado por Carlo Rambaldi (Alien, Possessão), também é muito bem feito, e consegue ao mesmo tempo assustar e cativar. E os efeitos especiais, top de linha na época, continuam bons – a cena dos garotos andando de bicicleta pelos céus ainda arrepia.

É curioso ver o elenco hoje. Henry Thomas, o protagonista, nunca mais fez nada digno de nota; já sua irmãzinha é a Drew Barrymore, então com sete anos de idade, em seu segundo papel no cinema. Entre os coadjuvantes infantis, temos C. Thomas Howell na “gang das bicicletas”, e a futura coelhinha da Playboy Erika Eleniak como a menininha que dá mole pro Elliott. Acho que Peter Coyote é o único adulto reconhecível.

Agora, rever um filme icônico 30 anos depois tem seus problemas. Muito da magia do filme se perdeu. Hoje, adulto, vi um monte de defeitos que passaram batido quando heu era criança. Tem umas falhas bizarras no roteiro, como quando todos ignoram a quarentena no meio do procedimento e tiram suas máscaras, ou quando deixam o Elliott sozinho com o E.T. Além disso, tem uns momentos do roteiro onde claramente o único objetivo é criar sentimentalismo barato – qual outra razão para a conexão entre Elliott e o E.T.?

Tem outro problema. O dvd que tenho é a versão alterada digitalmente. Esta versão tem uma das duas alterações mais bisonhas da história do cinema digital, na cena onde armas foram apagadas das mãos dos policiais e foram substituídas por walkie talkies (a outra alteração digital bisonha foi o Greedo atirando antes do Han Solo em Guerra nas Estrelas). Ainda tem uma cena bem tosca com o E.T. mexendo com pasta de dente que me parece novidade, mas não tenho certeza.

Mesmo assim ainda é um grande filme. Só que hoje digo que é um filme supervalorizado. Hoje, depois de três décadas, Contatos Imediatos do Terceiro Grau me parece um Spielberg absurdamente melhor…

Para Maiores

Crítica – Para Maiores

Fiquei dividido quando vi o trailer deste Para Maiores (Movie 43, no original). Por um lado, o elenco é um dos mais impressionantes que já vi. Por outro lado, o filme parecia ser uma comédia apelativa muito ruim.

Para Maiores é uma série de doze filmes curtos, todos de comédia, sempre usando humor ofensivo. Os filminhos são independentes entre si.

O formato lembra os divertidos Kentucky Fried Movie e As Amazonas da Lua – principalmente o segundo, pelo elenco estelar. A diferença é que Para Maiores é uma comédia sem nenhuma boa piada. Parece que os idealizadores procuraram a polêmica em vez do engraçado. O humor é grosseiro, adolescente – e bobo.

E, inexplicavelmente, o elenco conta com Kate Winslet, Hugh Jackman, Naomi Watts, Halle Berry, Emma Stone, Anna Faris, Gerard Butler, Johnny Knoxville, Sean William Scott, Chloe Grace Moretz, Chistopher Mintz-Plasse, Elizabeth Banks, Josh Duhamel, Richard Gere, Kate Bosworth, Kristen Bell, Leslie Bibb, Uma Thurman, Jason Sudeikis, Liev Schreiber, Justin Long, Terrence Howard, Patrick Warburton, Katrina Bowden e Jack McBryar, entre outros. Como convenceram essa galera a entrar nessa roubada?

Entre os diretores, alguns nomes também surpreendem. Ok, um nome como Peter Farrelly (Quem Vai ficar Com Mary) é coerente. Mas o que os atores Elizabeth Banks e Griffin Dunne estão fazendo dirigindo filminhos aqui?

Pelo imdb, tem gente dizendo que o filme é “ofensivo”. Sim, é. Para Maiores é um mix de vários tipos de piadas de baixo calão. Mas este não é o problema. O problema é ser uma comédia sem graça. Ted, uma das comédias mais divertidas do ano passado, tinha humor grosseiro e politicamente incorreto, mas era um filme engraçado. Não tenho nada contra humor grosseiro; mas tenho tudo contra humor sem graça. Só adolescentes descerebrados vão achar graça em piadas com fezes, menstruação, testículos ou pelos pubianos.

Enfim, dispensável.

p.s.: Descobri que existem duas versões do filme. Segundo o imdb, o filme é guiado por um segmento estrelado por Dennis Quaid e Greg Kinnear, que não está no arquivo disponível nos torrents por aí. No lugar, tem um filmete bobo estrelado por adolescentes. Não sei por que as versões diferentes. Mas, de qualquer maneira, duvido que o segmento de Quaid e Kinnear seja bom…

Carrie – A Estranha (1976)

Crítica – Carrie – A Estranha (1976)

Em breve estreará a refilmagem de Carrie. É hora de rever o original de Brian de Palma, de 1976.

Carrie é uma jovem tímida que vive com uma mãe problemática. No baile de formatura da escola, preparam para ela uma terrível armadilha, que a deixa ridicularizada em público. Mas ninguém imagina os poderes paranormais que a jovem possui e muito menos de sua capacidade vingança quando está repleta de ódio.

Carrie – A Estranha é uma feliz e inspirada união entre dois mestres do terror / suspense: o escritor Stephen King e o diretor Brian De Palma.

Stephen King é indiscutivelmente um dos maiores escritores fantásticos da história da literatura. Curiosamente, são poucos os bons filmes baseados em livros seus – até o próprio King falhou feio quando resolveu arriscar na direção, ele fez o fraco Comboio do Terror nos anos 80. Este Carrie – A Estranha é uma exceção – é um filmaço!

(Outros bons filmes baseados em Stephen King: O Iluminado, Cemitério Maldito, À Beira da Loucura, Christine, Conta Comigo, Creepshow, Um Sonho de Liberdade… Acho que dá um Top 10, que tal?)

Pra quem gosta de cinema como uma arte, ver um filme dirigido por Brian De Palma nos bons tempos é uma delícia. Cada plano, cada ângulo, cada sequência, tudo é bem pensado. Tecnicamente, o filme é excelente! E toda a sequência do balde é sensacional. Aquela corda balançando criou uma tensão absurda. Heu já sabia o desfecho, e mesmo assim fiquei me remexendo no sofá.

O que é curioso é que a trama é bem simples – já pararam pra pensar que o filme se passa basicamente na preparação para o baile e no baile em si? Não li o livro do Stephen King, mas desconfio que no livro deve ter mais coisa.

O elenco tem grande responsabilidade para o sucesso do filme. Sissy Spacek está sensacional, num papel difícil, que demonstra ao mesmo tempo ingenuidade e ódio reprimido. Piper Laurie, que faz a mãe, também tem uma interpretação memorável. Aliás, as duas foram indicadas ao Oscar – parece que foi a primeira vez que um filme de terror teve indicações ao Oscar de atriz e atriz coadjuvante. John Travolta, em início de carreira, brilha em um papel secundário. Ainda no elenco, William Katt, Amy Irving, Nancy Allen e Betty Buckley.

Este Carrie original é muito bom. Tenho medo da refilmagem. Tomara que não façam besteira!