Extermínio

Crítica – Extermínio

Empolgado com Em Transe, fui catar outro Danny Boyle pra ver. Peguei os DVDs que tenho do diretor e escolhi este Extermínio, de 2002, depois de ficar balançando entre ele, Cova Rasa e Trainspotting.

Um vírus mortal se espalha e mata quase toda a população da Inglaterra. Quatro semanas depois, um homem acorda de um coma, sozinho, num hospital abandonado e precisa descobrir o que aconteceu e como sobreviver.

Como diz um amigo meu, Extermínio (28 Days Later, no original) é o “melhor filme de zumbis sem zumbis da história do cinema”. Explico: o filme não tem nenhum zumbi. São pessoas infectadas com uma mutação do vírus da raiva. As pessoas estão vivas, não tem nenhum morto vivo. Mas… O comportamento dos infectados lembra muito o comportamento dos zumbis de outros filmes. Com uma única diferença: aqui os “zumbis” correm, o que causa um efeito ainda mais assustador.

Danny Boyle fez Extermínio logo depois de A Praia, talvez o seu filme mais fraco. E aqui ele se redimiu. Boyle usa seu estilo de cortes rápidos, cores fortes e música alta para fazer um filme tenso, um excelente misto de suspense com terror.

No início do filme, foi usado um artifício muito interessante: temos várias tomadas de Londres sem absolutamente ninguém nas ruas. Isso ajuda a criar o convincente clima de fim de mundo – uma coisa é você ver um cenário desconhecido desolado; outra coisa é mostrar devastada uma das maiores cidades do mundo.

Boyle filmou usando câmeras digitais – lembro que Extermínio é de mais de dez anos atrás, as câmeras digitais daquela época eram diferentes das atuais. As escolha pelas câmeras digitais foi pelo motivo estético, pra dar um ar de documentário; e também pela praticidade para filmar rapidamente e aproveitar cenários vazios.

Como de costume em bons filmes de zumbi, o melhor aqui não são os zumbis, e sim as relações humanas no mundo pós apocalíptico. O filme é violento e tem um pouco de gore, mas boa parte da violência é entre humanos, não tem nada com os infectados.

No elenco, Cillian Murphy, na época um rosto desconhecido, está muito bem. Naomie Harris (que estava no último 007) também manda bem como a “mocinha”. Ainda no elenco, Brendan Gleeson, Megan Burns e Christopher Eccleston.

Agora tô na dúvida sobre qual será o próximo da “fila”: Cova Rasa, Trainspotting ou Extermínio 2

p.s.: Por favor, não confundam este filme com o 28 Dias, da Sandra Bullock, lançado dois anos antes!

A Fuga do Planeta Terra

Crítica – A Fuga do Planeta Terra

Novo longa metragem de animação, estreia na direção de Cal Brunker, que trabalhou em Meu Malvado Favorito, 9 – A Salvação e A Era do Gelo 4.

O famoso astronauta Scorch Supernova, do planeta Baab, tem problemas pela frente quando decide responder ao sinal de socorro de um planeta alienígena desconhecido e cai em uma armadilha. Para escapar, ele precisará contar com a ajuda de seu irmão, que não é a pessoa mais habilidosa do mundo.

A Fuga do Planeta Terra é do estúdio Rainmaker Entertainment, responsável por filmes da Barbie e do Max Steel. A animação tem boa qualidade técnica, mas a gente sente que o longa é de “segunda linha”. Apesar de bem feito, a qualidade fica bem abaixo de produções da Pixar, Dreamworks ou Blue Sky – o padrão hoje em dia é muito alto (para sorte do espectador). Principalmente porque o visual e o tema do filme lembram Monstros vs Alienígenas.

A trilha sonora com temas pop insossos também não ajuda. E, definitivamente, já está na hora de deixarem o “obrigatório” 3D de lado. O 3D aqui é completamente desnecessário.

O elenco confirma que  estamos diante do segundo escalão – os atores principais são Rob Corddry e Brendan Fraser (gosto de Fraser, mas reconheço que seu star power não é grande). Ainda no elenco, William Shatner, Jessica Alba, Sarah Jessica Parker, Sofia Vergara e Ricky Gervais.

Enfim, não é nada demais, mas, como é bem feito e “bonitinho”, pelo menos vai divertir a criançada.

A Fuga

Crítica – A Fuga

Depois de ganhar o Oscar de melhor filme estrangeiro por Os Falsários, o diretor austríaco Stefan Ruzowitzky foi convidado pra o seu primeiro projeto hollywoodiano, este A Fuga (Deadfall, no original).

Um casal de irmãos foge com o dinheiro de um golpe em um cassino, ao mesmo tempo que um ex-boxeador está a caminho da casa dos seus pais para passar o Dia de Ação de Graças com a família. Quando os caminhos se cruzam, as coisas podem dar errado.

A Fuga é um eficiente thriller com uma trama bem construída, que se baseia em conflitos familiares em vez de reviravoltas no roteiro. O filme não tem nada de Spielberg, mas são três famílias, todas com problemas com a figura paterna…

O elenco é uma das melhores coisas de A Fuga. Eric Bana, inspirado, faz um vilão excelente. E Olivia Wilde, além de boa atriz, é uma das mulheres mais bonitas da Hollywood contemporânea. Ainda no elenco, Sissy Spacek, Kate Mara, Treat Williams, Kris Kristofferson e Charlie Hunnam.

A Fuga é bem violento, mais do que o padrão hollywoodiano, mas nada que atrapalhe. A violência gráfica contrasta com as belas paisagens geladas, bem utilizadas pela fotografia do filme. A parte final é previsível, mas a cena é bem conduzida. Não gostei do fim, mas não chegou a estragar o filme.

A Fuga não é nenhuma obra prima, mas pode funcionar em um dia sem melhores opções.