Crítica – Truque de Mestre
Um agente do FBI e uma detetive da Interpol investigam um grupo de ilusionistas que rouba bancos durante suas performances e distribui o dinheiro para sua plateia
Truque de Mestre (Now You See Me, no original) é um filme coerente. Como num espetáculo de mágica, temos um monte de artifícios para chamar nossa atenção. Então, enquanto nos distraímos com o espetáculo, não reparamos no roteiro cheio de falhas.
Como espetáculo, Truque de Mestre é empolgante. Da escola “lucbessoniana”, o diretor Louis Leterrier proporciona um visual bem cuidado ao seu filme. Parece que não há nenhuma tomada estática, a câmera está sempre se movimentando, na grua, na dolly ou na mão do operador, isso tudo ajudado por uma trilha sonora empolgante. E os shows de mágica são bem legais.
Tudo flui num ritmo muito bom – mas, se a gente parar pra pensar, começa a notar as inconsistências do roteiro. Não vou entrar em detalhes por causa dos spoilers, mas todos os três grandes shows de mágica têm pontos mal explicados. E a necessidade de uma reviravolta final gerou uma solução que foi uma das maiores forçações de barra do cinema recente, era melhor ter terminado o filme sem esta desnecessária reviravolta.
Ah, o elenco é acima da média: Morgan Freeman, Michael Caine, Jesse Eisenberg, Woody Harrelson, Isla Fisher, Dave Franco, Mark Ruffalo e Mélanie Laurent. Alguns estão no piloto automático – Eisenberg parece repetir o papel de A Rede Social; mas outros estão muito bem – gostei muito do personagem de Harrelson.
Enfim, assim como um bom espetáculo de ilusionismo, Truque de Mestre é bem divertido. Mas só se você se deixar enganar.