Crítica – Heli
Heli não estava na minha lista inicial, mas me empolguei com o burburinho e fui checar.
México. Uma menina de 12 anos começa a namorar um jovem policial. Quando este resolve roubar cocaína que pertence à polícia, toda a família da menina sofre com a violência.
Dirigido pelo espanhol Amat Escalante, Heli criou polêmica por causa da violência quando foi exibido no Festival de Cannes. E realmente é muito violento. Mas me pareceu uma violência gratuita, daquelas que só estão lá pra chamar a atenção.
Pra começar, o filme em si não é tão violento, apenas uma determinada sequência no meio, a parte do sequestro e tortura – antes e depois daquilo, nada demais acontece no filme. E a tal cena famosa chama a atenção porque não só vemos com detalhes uma tortura particularmente difícil para homens assistirem, como crianças jogam videogame no mesmo quarto.
Mas a certeza de que a violência é gratuita vem um pouco antes, quando um dos sequestradores mata um filhotinho de cachorro. Aquilo foi totalmente desnecessário, a cena é só pra dizer “olha como eles são malvados!”.
E aí a gente pensa que Heli não sobrevive sem os polêmicas. Porque tirando essa sequência, o filme é apenas um depressivo retrato da miséria mexicana contemporânea. E nem sei se é um retrato muito bem feito.
Heu esperava mais, pela fama do filme…