Crítica – Sharknado
Outro dia falei sobre Machete Mata; hoje é dia de Sharknado. Dois trash movies. Iguais? Nada disso, completamente diferentes!
Como a sinopse dá a dica, Sharknado fala de um tornado que passa pelo mar e traz tubarões. Basicamente isso.
Machete Mata é trash, mas é um filme bem feito. Sharknado, por outro lado, é muito mal feito. Trata-se de uma produção desleixada. Tudo é feito de qualquer maneira, sem se preocupar com qualquer lógica ou bom senso.
Vou citar um exemplo. Em determinado momento, está rolando um tornado com tubarões dentro. A lógica diz que esses tubarões estariam mortos, afinal, estão fora da água, sendo jogados de um lado pra outro, e a pouca água que tem é de chuva – mas “lógica” e “Sharknado” são duas palavras que não combinam. Os personagens resolvem voar de helicóptero em direção ao tornado (!) para jogar bombas, porque essas dissipariam os tornados (!). Nunca tinha ouvido falar nisso, aliás, o bom senso diz pra não voar com vento forte, né? Mas, calma, ainda não acabei. O helicóptero está se aproximando do tornado e dos tubarões, que parecem que controlam seus vôos, e voam com posturas ameaçadoras. Aí um dos tubarões se vira e vai atacar o helicóptero (!). Um cara, do chão, que tá vendo isso lááá de longe, saca um revólver e atira no tubarão (!). Quando ele atira (e acerta, claro), o tubarão esquece o vento e cai!!!
Na boa? Gosto de tosqueiras, mas tem coisa que passa do limite.
E não é só isso. O filme inteiro é mal feito. Num take, chove torrencialmente; no take seguinte, as calçadas estão secas. Num take, venta muito; no seguinte, não tem vento. Só pra situar o caro leitor: em determinada cena, eles estão dentro de uma casa, e a água invade o primeiro andar. Água suficiente para ter um tubarão nadando. Eles saem de casa, e está tudo seco em volta…
Isso não é tosqueira. É desleixo.
Produção dos picaretas da Asylum, Sharknado ficou famoso porque passou no SyFy e muita gente comentou ao vivo pelo twitter. Na onda do “fale mal, mas fale de mim”, o diretor Anthony C. Ferrante ficou feliz, e já anunciaram uma continuação pro ano que vem. Os atores Tara Reid e Ian Ziering, com a carreira lááá embaixo, também devem ter gostado da exposição.
Mas, na boa? Não vale. Só se for com uma galera, pausando a cada dois minutos, pra rir dos erros e absurdos.