Quando Eu Era Vivo

Quando Eu Era Vivo 1Crítica – Quando Eu Era Vivo

Filme de terror nacional, estrelado pela Sandy? Pára tudo, quero ver!

Após um divórcio traumático, Júnior se muda para a casa do pai, Sênior, com quem mantinha uma relação distante. Os objetos e fotos da mãe, morta há alguns anos, foram encaixotados e trancados no quartinho dos fundos. No quarto que dividia com o irmão, Pedro, agora vive a inquilina Bruna, jovem estudante de música que veio do interior para fazer faculdade. Após encontrar objetos que remetem ao passado e à sua mãe, Júnior desenvolve uma obsessão pela história de sua família e tenta recuperar algo que aconteceu em sua infância e que, até hoje, o assombra.

Logo de cara, Quando Eu Era Vivo traz uma boa notícia para o cinema nacional: o diretor Marco Dutra (Trabalhar Cansa) resolveu abraçar o “cinema de gênero”. Depois da sessão, Dutra conversou com os jornalistas. Ele confirmou uma triste realidade: aqui no Brasil, “nacional” virou um gênero, independente de qual é o filme. Dividimos os filmes por gêneros: ação, drama, comédia, terror… e “nacional”.

Dutra disse que pretende fazer outros dois filmes de terror, e depois fará um musical. Legal, viva a diversidade de estilos!

Adaptação do livro “A Arte de Produzir Efeito sem Causa”, de Lourenço Mutarelli, Quando Eu Era Vivo não é o único filme nacional de terror contemporâneo. Mar Negro, terceiro longa de Rodrigo Aragão, está prestes a entrar no circuitão. Nervo Craniano Zero, segundo longa de Paulo Biscaia Filho, vai sair em dvd mês que vem. E não podemos nos esquecer da volta do Zé do Caixão com Encarnação do Demônio, de 6 anos atrás. Isso porque não estou falando do underground de Peter Bayestorf e afins.

Mas, apesar de ser um terror assumido, Quando Eu Era Vivo é bem diferente de todos os exemplos citados. O filme tem um ritmo lento e envereda pelo terror psicológico, lembra um Polanski ou De Palma das antigas. E, outra característica importante: não tem nada de gore. Nada contra gore, mas se o roteiro não pede, não precisa mostrar sangue e tripas.

Um dos pontos fortes do filme é o elenco. Marat Descartes, com trejeitos do Jack Torrance em O Iluminado, brilha como o perturbado Júnior. Antônio Fagundes também está muito bem; e Kiko Bertholini (Pedro), Gilda Nomacce (Miranda) e Tuna Dwek (Lurdinha) impressionam, apesar de aparecerem em poucas cenas.

Agora a pergunta que deve estar na cabeça de boa parte dos leitores: “e a Sandy?” Olha, ela está surpreendentemente bem. Inclusive a sua personagem canta, e tudo flui sem parecer forçação de barra. A trilha sonora é muito boa, um dueto de Sandy e Marat pontua perfeitamente a sinistra cena final.

Agora aguardemos mais filmes “de gênero” feitos aqui no Brasil!

p.s.: A atriz principal é a Sandy, e o personagem principal se chama Junior. Me segurei pra não fazer a piada óbvia no bate papo com o diretor…

p.s.2: Falando em terror nacional, fiz um curta usando a lenda do boitatá. Vejam aqui:
http://www.youtube.com/watch?v=7RJT1EJxm5I

V/H/S 2

vhs2

Crítica – V/H/S 2

O primeiro V/H/S já não foi grandes coisas. Mas, ok, vamos ver qualé a do segundo, uma nova coleção de filminhos de terror de câmera encontrada, independentes entre si.

V/H/S 2 repete um dos erros do primeiro filme: a história que liga os episódios é fraca, sem sentido e desnecessária. Pelo menos tem uma vantagem sobre o outro, são só quatro histórias – o anterior tem cinco, e mais de duas horas de duração.

Filme em episódios é sempre irregular. Então analisemos os episódios separadamente.

– “Clinical Trials” – Um cara coloca um olho robô, que filma tudo, inclusive fantasmas invisíveis a olho nu. Historinha curta de fantasmas, meio bobinha, nada demais.

– “A Ride in the Park” – Um ciclista com uma GoPro no capacete é atacado por zumbis. Ok, é interessante ver o ponto de vista de um zumbi. Mas… 1- Filmes feitos com a estética da câmera encontrada não podem ter edição, se não perdem a razão de ser “câmera encontrada”. Vemos o ciclista pedalando por mais de um ângulo, e ainda tem uma trilha sonora rolando ao fundo; 2- Vem cá, aconteceu o apocalipse zumbi, mas foi só num parque? Não tem sentido alguém ver uma gravação de um “apocalipse” se o mundo continua igual depois, né?

– “Safe Heaven” – Um grupo de documentaristas vai entrevistar o líder de um polêmico culto. A história começa muito bem, bom clima, bom ritmo. Mas o final é tão ridículo que chega a dar raiva. Aparece uma criatura tão tosca que parece que foi tirada dos estúdios da Troma, e que quase estraga o bom filminho.

– “Slumber Party Alien Abduction” – O título diz tudo: “Abdução alienígena na festa do pijama”. Um grupo de adolescentes, mais a irmã de um deles e o namorado, enfrentam aliens. De positivo, inventaram de prender a câmera num cachorro, então existe uma desculpa pra continuarem filmando o tempo todo. De negativo, os aliens são tão toscos quanto a criatura do filme anterior. Em vez de medo, causa risos.

– Tape 49 – Um casal de detetives particulares é chamado para um caso e encontram uma pilha de fitas de vhs. Historinha dispensável, como foi no primeiro filme.

Ninguém conhecido no elenco, claro. Um dos diretores é Eduardo Sánchez, que fez “um tal de Bruxa de Blair“. O que achei curioso foi o nome Gareth Evans como um dos diretores de Safe Heaven. Sim, o mesmo de Operação Invasão / The Raid Redemption. Sr. Evans, volte para os filmes de ação, lá você faz diferença!

Enfim, nada essencial, mas pode até divertir quem estiver no clima certo.

Sunshine – Alerta Solar

Crítica – Sunshine – Alerta Solar

Continuemos com ficção científica. Vamos de Danny Boyle?

No ano 2057, o sol está morrendo. A nave Icarus II leva uma missão com oito astronautas e uma bomba nuclear com a mesma massa da ilha de Manhattan para tentar “reiniciar” o sol.

Danny Boyle já tinha uma carreira sólida na época de Sunshine – Alerta Solar, com alguns bons filmes no currículo, como Cova Rosa, Trainspotting e Extermínio. Boyle tem um estilo característico, muitas cores, muitos cortes rápidos – seus filmes têm muito de linguagem publicitária. E ele conseguiu encaixar seu estilo numa ficção científica fora do eixo aventura-fantasia, como a maioria das fcs que chegam às telas.

Nesta terceira parceria com o roteirista Alex Garland (Extermínio, A Praia), Boyle conseguiu criar um ótimo clima tenso e claustrofóbico. Sunshine tem muito de 2001 (como um computador falante) e de Alien, o Oitavo Passageiro (como poucos passageiros em uma grande nave com algo misterioso escondido). Os efeitos especiais funcionam perfeitamente, e a trilha sonora também é muito boa.

No elenco, é curioso notar um coadjuvante que tem hoje muito mais star power do que na época do lançamento: Chris Evans, o Capitão América (e ex-Tocha Humana). Cillian Murphy está bem como o protagonista (repetindo a parceria com Boyle, que lhe deu sua primeira grande oportunidade na carreira com Extermínio). Ainda no elenco, Rose Byrne (Sobrenatural 1 e 2), Michelle Yeoh (O Tigre e o Dragão), Hiroyuki Sanada (Wolverine Imortal), Mark Strong (Sherlock Holmes), Troy Garity, Benedict Wong e Cliff Curtis.

Não gostei muito do fim, acho que o elemento sobrenatural enfraquece a trama original. Felizmente, não chegou a “estragar” o filme. Sunshine ainda é uma boa ficção científica “séria”.

p.s.: O desenho do capacete dourado, que eles usam para sair da Icarus, foi inspirado no capuz do Kenny, de South Park…

Abismo Negro / O Buraco Negro

Crítica – Abismo Negro / O Buraco Negro

Revi um dos filmes de ficção científica da minha infância!

A nave exploradora Palomino encontra, à beira de um buraco negro, a Cygnus, uma grande nave há muito perdida, comandada por um cientista misterioso com ideias revolucionárias.

É curioso rever uma superprodução de ficção científica de 35 anos atrás. Certas coisas ficaram muito datadas, mas outras ainda funcionam até hoje. Se as roupas dos astronautas denunciam um filme “velho”, por outro lado alguns efeitos especiais ainda funcionam até hoje.

Abismo Negro (The Black Hole, no original) foi o primeiro filme “PG” (“Parental Guidance”) da Disney, apesar de não ser exatamente para adultos. Faz uma boa parceria com Tron, outra ficção científica da Disney direcionada para crianças mais velhas, lançado três anos depois, em 1982.

A Disney investiu pesado nos efeitos especiais. Ok, não é um filme revolucionário – Guerra nas Estrelas é de dois anos antes. Alguns chroma-keys perderam a validade, mas por outro lado a flutuação dos robôs é bem feita, assim como as naves no espaço. E a cena do asteroide rolando no caminho deles impressiona até hoje. A trilha sonora de John Barry também é muito boa, acho que já ouvi esse tema “reciclado” em alguma outra produção…

A trama demora um pouco a engrenar, mas depois que eles chegam na Cygnus o filme embala. Algumas coisas soam meio ridículas hoje em dia (asteroides destroem parte da nave, mas o vácuo não afeta ninguém), mas nada que atrapalhe muito.

Abismo Negro ainda tem outra coisa muito legal: o robô Maximilian. Mesmo sem falas e sem expressões, o robô é assustador! Os outros dois robôs, V.I.N.CENT. e B.O.B., dividem opiniões em fóruns sobre o filme (tem gente que os acha infantis, mas a gente tem que lembrar que o filme é Disney); mas Maximilian é uma unanimidade entre os fãs.

O diretor Gary Nelson tem um extenso currículo, mas a maior parte é de produções para a TV. Acho que Abismo Negro é seu filme mais conhecido. Ele também dirigiu o Freaky Friday original, que foi refilmado em 2003 com a Jamie Lee Curtis e a Lindsay Lohan; e o segundo Allan Quatermain, um sub Indiana Jones lançado nos anos 80.

O elenco traz alguns nomes curiosos. O ator principal é Robert Foster, aquele mesmo que estava no ostracismo quando Tarantino chamou para protagonizar Jackie Brown – e que depois voltou para o mesmo ostracismo. Outros nomes do elenco tiveram carreiras mais sólidas, como Anthony Perkins, Maximilian Schell e Ernest Borgnine. Ah, V.I.N.CENT. foi dublado por Roddy McDowell!

Diz a lenda que existe uma refilmagem em produção. Aguardemos.

Uma última curiosidade: na época, rolou uma continuação em quadrinhos, lembro de ter lido “Além do Abismo Negro” em algumas edições da revista Almanaque Disney. E foi justamente esse gibi que esclareceu uma dúvida: qual era o nome brasileiro do filme na época do lançamento, 35 anos atrás? Heu tinha quase certeza que era “Abismo Negro”, mas o imdb afirma que é “O Buraco Negro”. Fui catar na internet, achei uma edição nacional em dvd, com o título “Buraco Negro”. Mas achei um scan da quadrinização do filme, que prova que, nos cinemas, o filme se chamava “Abismo Negro”. Deve ser um daqueles casos onde o filme muda de nome quando lançado no mercado de home video…

http://quadradinhospatopolis.blogspot.com.br/2011/05/edicao-extra-114.html

Trapaça

Crítica – Trapaça

Mais um dos favoritos ao Oscar 2014!

Dois vigaristas são forçados a ajudar um agente do FBI em uma operação para prender políticos corruptos.

Sabe quando um filme tem um monte de coisas legais, mas simplesmente não funciona? Tem a Amy Adams linda e com decotes generosíssimos, bons atores com boas caracterizações, figurinos bem cuidados, Amy Adams com decotes sensacionais, boa ambientação de época, boa trilha sonora, já falei dos decotes da Amy Adams? Mas, apesar de tudo isso, parece que o filme não “dá liga”.

O melhor de Trapaça (American Hustle no original) é o elenco – o quarteto principal está concorrendo a Oscars. Christian Bale, gordo e careca, quase irreconhecível, está muito bem, assim como Bradley Cooper de rolinhos no cabelo. Jennifer Lawrence aparece menos, mas tem um papel ótimo. Ah, e tem a Amy Adams, linda linda linda, e com decotes sensacionais, mostrando que, aos 39 anos, ainda está com “tudo em cima”. Ainda no elenco, Jeremy Renner, Louis C. K., e uma divertida ponta de Robert de Niro.

Também gostei muito da ambientação setentista do filme. Fotografia, figurinos, penteados, trilha sonora, tudo somado dá um clima ótimo a Trapaça.

Mas, apesar de tudo isso, o filme não engrena. Não sei se o problema está no roteiro, na direção ou na edição, mas o ritmo é tão ruim que o filme cansa com menos da metade da projeção. E, pra piorar, Trapaça tem mais de duas horas de duração.

A época do lançamento também foi infeliz. O Lobo de Wall Street tem temática parecida, e é muito melhor…

Fui ler o que escrevi um ano atrás sobre O Lado Bom da Vida, filme anterior do mesmo diretor e roteirista David O. Russell. Olha que coisa curiosa, quase dá pra usar o mesmo parágrafo: Sem as atuações inspiradas, acho que O Lado Bom da Vida ia passar desapercebido. A história nem é ruim, mas é bem bobinha. A estrutura parece a de uma comédia romântica, e o filme é tão previsível quanto uma. E, pra piorar, o filme é mais longo do que deveria. Precisava de mais de duas horas?

Mas O. Russell deve ter amigos influentes na indústria. O cara já tinha sido indicado ao Oscar de diretor em 2011 por O Vencedor, e diretor e roteirista em 2013 pelo mediano O Lado Bom da Vida. E agora está concorrendo de novo a melhor diretor e melhor roteirista – Trapaça teve dez indicações. Entendo as indicações para os quatro atores principais e para o figurino e direção de arte. Mas, na boa, melhor filme, direção, roteiro e edição é uma piada. Só se explica com pistolão…

Ou seja, com o perdão do trocadilho, Trapaça é uma enganação. A não ser para os fãs radicais da Amy Adams. Já falei dos decotes dela nesse filme?

p.s.: Tem uma cena que um personagem fala para outro mais ou menos assim: “Você é mentiroso. Imagine se pessoas como você governassem alguma coisa? Aqui não é a Guatemala!” Ah, como heu queria ser tradutor… Heu ia trocar “Guatemala” por “Brasil”…

O Lobo de Wall Street

Crítica – O Lobo de Wall Street

Mais um Scorsese estrelado pelo DiCaprio!

Baseado na história real de Jordan Belfort, um cara que saiu do nada e virou milionário no mercado de ações, seu envolvimento com drogas, e depois seus problemas com a polícia.

Este é a quinta parceria entre Martin Scorsese e Leonardo DiCaprio, depois de Gangues de Nova York, O Aviador, Os Infiltrados e Ilha do Medo. E, mais uma vez, a parceria funcionou: O Lobo de Wall Street é muito bom!

O Lobo de Wall Street (The Wolf of Wall Street, no original) é bom, mas nem tudo funciona. Vejo dois problemas básicos que podem incomodar boa parte do público. Um deles é a longa duração, exatas 3 horas. Não precisava de tanto, podiam cortar meia hora facilmente. Li um boato na internet que o primeiro corte tinha 5 horas, e a edição foi feita às pressas, pra dar tempo de concorrer ao Oscar. Se foi isso, bola fora para a produção.

O outro problema nem me incomodou. É a moral distorcida do filme. Jordan Belfort é um canalha, que construiu fortuna enganando pessoas. Não me incomodou, mas soube de pessoas que não gostaram de ver um protagonista mau caráter.

Fora isso, O Lobo de Wall Street, como falei antes, é muito bom. Jordan Belfort deve ser um cara desprezível, mas sua vida gerou uma história bem divertida. O filme tem vários momentos engraçadíssimos, a plateia dava gargalhadas com o riso solto. Adorei toda a sequência do “lemon”!

A edição (feita às pressas ou não) é muito boa. O ritmo é agil como os discursos do protagonista Jordan Belfort. Rolam alguns erros de continuidade nas sequências onde os personagens estão sob efeitos de drogas, propositais, pra criar estranheza. O filme segue como uma comédia, mas o clima vai ficando tenso ao longo da projeção.

O elenco é outro ponto forte. Leonardo DiCaprio parece um pastor evangélico em seus discursos apaixonados e inflamados perante seus “vendedores”. Ele está concorrendo mais uma vez ao Oscar – será que dessa vez ele leva? Jonah Hill também mostra que é bem melhor ator do que seu currículo sugere. Ainda no bom elenco, Margot Robbie, Mathew McConaughey, Kyle Chandler, Rob Reiner, Jean Dujardin, Joanna Lumley e John Favreau. E, pra quem acompanha séries, procurem Jon Bernthal (o Shane de The Walking Dead) e Cristin Milioti (a mãe de How I Met Your Mother).

Ah, é bom avisar: O Lobo de Wall Street tem muita nudez e muito consumo de drogas. Definitivamente, não é recomendado para menores.

Agora aguardemos o Oscar. O Lobo de Wall Street está concorrendo a 5 Oscars, todos “nobres”: filme, diretor, roteiro, ator (DiCaprio) e ator coadjuvante (Jonah Hill). Scorsese já concorreu 10 vezes à estatueta (7 vezes como diretor, 2 como roteirista e uma como produtor), mas o único Oscar de sua carreira foi numa parceria com DiCaprio, melhor diretor por Os Infiltrados; DiCaprio foi indicado quatro vezes, mas nunca ganhou. Será que este ano a dupla terá sorte?

Carrie (2013)

Crítica – Carrie (2013)

Com um pouco de atraso, vi a refilmagem de Carrie.

Carrie White é uma adolescente excluída, tímida, problemática e que sofre bullying dos colegas da escola, além de ser super protegida e sofrer maus tratos em casa da mãe. Mas Carrie guarda um grande segredo, quando ela está por perto, objetos voam, portas são trancadas ao sabor do nada, velas se apagam e voltam a iluminar, misteriosamente.

Este novo Carrie me lembrou outros dois exemplos recentes de refilmagens: O Vingador do Futuro e Evil Dead. Assim como os dois filmes citados, Carrie não é ruim. Mas, como é refilmagem, existe uma comparação com o original. E, assim como os dois filmes citados, perde na comparação.

Carrie 2013 é quase uma cópia do original de 1976, dirigido pelo Brian De Palma e estrelado por Sissy Spacek, Piper Laurie, John Travolta, Amy Irving, William Katt e Nancy Allen. E, se é uma cópia, fica a pergunta: pra que? Afinal, a gente já sabe tudo o que vai acontecer.

Pelo menos a nova versão tem duas coisas boas. Uma delas é a atuação das duas atrizes principais. Chloë Grace Moretz, como sempre, manda bem – o único problema é que a atriz é bonitinha, enquanto a personagem deveria ser mais esquisita. Já Julianne Moore está impecável, sua mãe religiosa freak está assustadora. Judy Greer também está no elenco, num papel menos importante, o resto é de rostos desconhecidos.

A outra coisa são os efeitos especiais na parte final, no baile de formatura. Tá, a gente já viu esses efeitos em vários filmes de super herois, mas pelo menos são bem usados aqui.

Mas, mesmo assim, não precisa. Prefira o original.

Linha Mortal

Crítica – Linha Mortal

“Hoje é um bom dia para morrer!”

Um grupo de cinco estudantes de medicina resolve testar os limites da morte. Fazem o coração parar de bater por alguns minutos e depois usam métodos artificiais para voltarem à vida, só para saber se existe algo depois de morrer.

Vi uma promoção na Amazon com o blu-ray de Linha Mortal (Flatliners) e aproveitei para rever um filme que não via desde o início dos anos 90, época do lançamento nos cinemas. Sempre achei fascinante o argumento deste filme, afinal todos querem saber o que acontece depois da morte.

Linha Mortal é da época que Joel Schumacher ainda fazia filmes bons – o cara fez Os Garotos Perdidos, Um Dia de Fúria e O Primeiro Ano do Resto de Nossas Vidas. Pena que parece que ele perdeu a mão na época do segundo Batman, ele nunca mais fez nada relevante.

Gosto muito da ambientação de Linha Mortal. A fotografia é de Jan De Bont, que depois viraria diretor (Twister, os dois Velocidade Máxima), que fez um excelente trabalho com cores e muito contra-luz. A trilha sonora também ajuda no clima, que apesar de às vezes soar datado, ainda traz sequências belíssimas.

O elenco está muito bem. Kiefer Sutherland, que já tinha trabalhado com Schumacher em Garotos Perdidos, está ótimo como o protagonista Nelson. Kevin Bacon, cabeludão, também está muito bem; Julia Roberts tem uma das melhores atuações de sua irregular carreira. Os sumidos William Baldwin e Oliver Platt fecham o time de médicos.

Não gosto da mudança de foco do roteiro no terço final do filme. Na minha humilde opinião, o filme cai um pouco quando entra no lado sobrenatural. Mas nada que atrapalhe muito o resultado final.

Um último comentário sobre o blu-ray que comprei na Amazon. O disco traz legendas em 22 idiomas diferentes – mas não tem em português. Mas não me arrependo. Não sei onde vende o blu-ray nacional de Linha Mortal. E, mesmo se soubesse, este teria um preço extorsivo – como quase todos os blu-rays nacionais…

Os Suspeitos (2013)

Crítica – Os Suspeitos

Tardiamente, vi o elogiado Os Suspeitos.

Duas meninas são sequestradas. Como a polícia se mostra ineficiente, Keller Dover, um dos pais, decide que ele não tem escolha a não ser tomar o assunto em suas próprias mãos. Mas até onde esse pai desesperado vai para proteger a sua família?

O diretor canadense Denis Villeneuve chamou a atenção do resto do mundo com Incêndios, seu filme anterior – outro que ainda preciso ver. Aqui, em sua estreia hollywoodiana, Villeneuve consegue um bom equilíbrio entre o drama e o suspense, com altas doses de religiosidade através do protagonista Keller Dover.

Um dos pontos fortes de Os Suseitos (Prisioners, no original) é o elenco. Hugh Jackman prova (mais uma vez) que é um dos maiores astros da Hollywood contemporânea. O seu Keller, impulsivo e violento, parece uma versão real do Wolverine, seu personagem mais famoso – não sei por que não foi indicado ao Oscar este ano. Paul Dano e Melissa Leo também estão excelentes como uma família nada convencional, filho adulto com QI baixo e sua mãe (ou tia?). Na minha humilde opinião, o ponto fraco está com o Jake Gyllenhaal – algumas atitudes do seu personagem fogem do tom do filme (como o incidente no interrogatório ou a demora em reconhecer o labirinto na foto) – mas nada muito grave. Ainda no elenco, Maria Bello, Viola Davis e Terrence Howard

Os Suspeitos tem pouco mais de duas horas e meia. O ritmo é bom, não chega a ser cansativo – mas talvez pudesse ser um pouco mais curto.

Por fim, preciso falar do nome dado pelos distribuidores brasileiros. Qual o problema com “Prisioneiros”? Por que usar o mesmo nome de um filme de sucesso de público e crítica, aquele Os Suspeitos que ganhou Oscar de melhor roteiro e melhor ator coadjuvante em 1996?

Heuouvi

Heuouvi

Novidade no site!

Seguindo a dica de uns amigos, resolvi fazer uma versão sonora do site. Um podcast curtinho com alguns comentários complementando o que escrevo aqui.

Para inaugurar o “Podcast do Heu”, fiz comentários sobre o Top 10 Melhores Filmes de 2013. E tentarei fazer um comentário mensal sobre os lançamentos do período.

heuouvi-versao2-parte1

heuouvi-versao2-parte2

(os arquivos de áudio estão em baixa definição por limitações do wordpress, onde está o site…)

 

Se alguém tiver curiosidade sobre as músicas que usei, aqui está a lista:
– Introdução – Tarkus – ELP
– 10 – Superman theme (Metal version) – Marioz P (achei no youtube)
– 9 – Monsters Inc. Piano Cover (achei no youtube)
– 8 – Dracula (1931) Soundtrack Score Suite (Philip Glass)
– 7 – Suspiria Theme – Goblin – 1977
– 6 – They’re taking the hobbits to Isengard (não consegui descobrir a origem da música)
– 5 – Battle Royale Soundtrack – 01 – Requiem Dies Irae – Giuseppe Verdi
– 4 – Star Trek theme rock version By Cloux (achei no youtube)
– 3 – Monty Python intermission theme cover (achei no youtube)
– 2 – Also Spracht Zaratrusta – Eumir Deodato
– 1 – Little Green Bag George Baker – (Tema de Cães de Aluguel)
– Encerramento – Outa Space – Billy Preston

Ah, aproveito para lembrar que faço parte do podcast quinzenal Podcrastinadores, sobre filmes e séries. Visitem! Ouçam! Comentem!