Crítica – Inside Llewyn Davis – Balada de um Homem Comum
O novo irmãos Coen!
Greenwich Village, Nova York, 1961. Acompanhamos uma semana na vida de Llewyn Davis, um cantor folk que está passando por uma maré de azar e não consegue administrar os seus próprios problemas.
Os irmãos Joel e Ethan Coen não precisam provar mais nada pra ninguém. Donos de quatro Oscars cada um (roteiro original por Fargo, filme, direção e roteiro adaptado por Onde os Fracos Não Têm Vez), os irmãos mostraram ao longo de sua rica carreira que gostam de variar o estilo. Depois de uma comédia (Queime Depois de Ler), um drama (Um Homem Sério) e um faroeste (Bravura Indômita), fizeram agora um filme com um pé no musical e outro na cinebiografia (apesar de apenas se inspirar na vida de uma pessoa real, o músico Dave Van Ronk) – sempre com uma pitada de humor negro.
O maior problema de Inside Llewyn Davis – Balada de um Homem Comum é ao mesmo tempo o seu maior atrativo: a trilha sonora. Pra quem gosta de música folk, deve ser um prato cheio. Mas confesso que folk não faz a minha cabeça. Achei tudo muito chato, algumas músicas são intermináveis. Deu um sono…
O que salva é que os Coen são excepcionais na construção dos personagens. A galeria de personagens secundários interessantes de Inside Llewyn Davis – Balada de um Homem Comum é fantástica – como acontece muitas vezes nos filmes da dupla. É até difícil separar um destaque, acho que todos são importantes para a trama, apesar de nenhum ter muito tempo de tela. Gostei muito da Jean de Carey Mulligan, mas seria injustiça não citar John Goodman e F. Murray Abraham.
Ah, quase esqueci. O papel principal coube ao pouco conhecido Oscar Isaac, que está muito bem como “o cara das atitudes erradas”. Ainda no elenco, Justin Timberlake, Garret Hedlund, Jeanine Serralles, Adam Driver e Stark Sands.
A sequência final traz um pequeno lance genial, que mostra como Llewyn Davis é “o cara certo, na hora errada”. No fim, Inside Llewyn Davis – Balada de um Homem Comum nem é ruim. Mas precisa aturar o folk.