O Grande Heroi

0-O-Grande-HeróiCrítica – O Grande Heroi

Há tempos não vejo uma propaganda pró militar dos EUA tão maniqueísta!

Afeganistão. Uma equipe de quatro soldados americanos se vê encurralada por soldados do Taliban. Baseado em fatos reais.

Vamulá. Não tenho nada contra os EUA, absolutamente nada contra a cultura norte-americana e o american way of life. Sou fã de fast food e do cinema feito em Hollywood, seria hipocrisia da minha parte falar mal dos EUA à toa. Mas, do jeito que as coisas são mostradas em O Grande Heroi, me senti mal.

Pegando um exemplo recente: em Capitão Philips, sabemos que os americanos são os mocinhos e que os piratas somalis são os vilões. E mesmo assim, vemos “o lado de lá”, os piratas têm uma motivação. Aqui não. Não interessa se os EUA invadiram o Afeganistão. Todo americano é santo e bonzinho, enquanto quase todos os afegãos são malvados e vão queimar no inferno.

Uma cena em particular me causou náuseas. Depois de matar vários afegãos, um soldado americano é atingido e capturado. Ele carregava um papel com opções de cores para a reforma da sua casa. E, enquanto ele morre, close cheio de estilo no papel amassado. “Coitadinho, olha como os inimigos malvados destruiram o sonho do heroi americano…”

Ah, tem outro problema: o nome original, “Lone Survivor” (“único sobrevivente”), é um grande spoiler, né? 😉

O diretor Peter Berg (Battleship) até mostra algum talento nas cenas de batalha – as cenas da galera rolando ribanceira abaixo são impressionantes. E o elenco é bom – Mark Wahlberg, Taylor Kitsch, Emile Hirsch, Ben Foster e Eric Bana – nenhum grande ator, mas todos funcionam dentro do esperado.

Mas, a não ser que você seja fã do “american way of war“, O Grande Heroi é intragável. E o fim, mostrando fotos dos “herois” reais, só piora tudo.