O Caçador de Zumbis / Zombie Hunter

Cacador de Zumbis

Crítica – Caçadores de Zumbis

Gosto de filme trash. E heu estava procurando algo light e sem muita coisa pra pensar, pra poder ver na esteira da academia. Aí catei este filme pra ver pelo celular.

Num futuro pós apocalíptico onde uma nova droga transformou as pessoas em zumbis, um homem solitário se encontra com um grupo de sobreviventes.

Sabe quando um ator famoso é usado como chamariz? Tipo o Samuel L. Jackson, que, do nada, morre no meio de Do Fundo do Mar? Poizé, agora é a vez de Danny Trejo, que aparece em apenas duas ou três cenas aqui. Olha, admito que sou fã do Danny Trejo, mas reconheço que o cara não é bom ator. Ou seja, o resto do elenco é ainda inferior!

Mas o elenco não é a pior coisa de Caçadores de Zumbis (Zombie Hunter, no original), filme de estreia do diretor / produtor / roteirista Kevin King. Acho que o que mais me incomodou foi o roteiro preguiçoso. Os personagens são clichês unidimensionais, mas até aí isso era previsível. Tem uns monstrões que aparecem do nada, e ninguém explica o que são, mas ainda aceito isso. Mas, lá perto do terço final, aparece um novo tipo de vilão, fantasiado de palhaço, que achei que seria um zumbi inteligente – ele sabe manusear uma moto-serra, não pode ser um zumbi igual aos outros. Seria um excelente twist para a trama, que até então era mais do mesmo. Mas o palhaço entra e sai do filme sem justificar de onde veio nem para onde vai…

Ah, tem os efeitos especiais. Até gostei do efeito do sangue espirrando na tela, mas admito que repetiram tanto que cansou. E todo o sangue jorrado é em cgi mal feito, e, pra piorar, um sangue rosa. E ainda tem a maquiagem amadora dos zumbis. Efeitos especiais de baixo orçamento fazem parte do pacote, mas foi um pouco demais, na minha humilde opinião.

Ainda cabe falar mal de uma coisa? Dentre os poucos sobreviventes, tem uma boazuda gostosona que, do nada, resolve fazer uma pole dance pra tentar conquistar o mocinho. Aí ela começa um striptease – de costas!!! Caramba, se vai rolar nudez gratuita, faz direito! Não sabe brincar, não desce pro play!

Só não digo que foi uma perda total de tempo porque estava na esteira, queimando calorias…

No Olho do Tornado

no-olho-do-tornado-posterCrítica – No Olho do Tornado

“Rebootaram” Twister! 😛

Pesquisadores seguem um tornado, que ameaça destruir uma pequena cidade, bem no dia da formatura do colégio local.

Ok, a frase inicial foi só uma ironia. É que, apesar de No Olho do Tornado (Into The Storm, no original) e Twister serem filmes independentes entre si, ambos têm tramas bem parecidas. Temos até um tornado de força F5 na parte final…

Se No Olho do Tornado peca pela falta de criatividade, pelo menos é eficiente na parte técnica. Auxiliados por impressionantes efeitos sonoros, os tornados são absurdamente bem feitos. Este é daqueles filmes para se ver na tela do cinema, os efeitos são assustadores.

Pena que a parte “humana” do filme dirigido pelo pouco conhecido Steven Quale não é tão boa. Se a catástrofe é empolgante, os dramas dos personagens são tão chatos que quase dá vontade de torcer pro tornado matar todo mundo. Ambos os núcleos são desinteressantes, tanto os pesquisadores que estão atrás do tornado, quanto o pai com problemas com os filhos. Só se salvam os dois “idiotas do youtube”, personagens feitos para criticar a geração “15 minutos de fama”, e que servem como alívio cômico. Os dois têm algumas cenas bem engraçadas.

A narrativa se alterna entre a tradicional e a câmera subjetiva, aquela com os personagens filmando. Foi uma boa escolha, se o filme fosse todo com câmera subjetiva, as cenas mais importantes de destruição iriam se perder.

No elenco, uma curiosidade: Gary, o pai dos meninos, é interpretado por Richard Armitage, o anão Thorin Escudo-de-Carvalho da saga O Hobbit. Sim, ele tem 1,89 m. Peter Jackson usa atores de “tamanho normal” e os diminui por truques de câmera ou cgi… Também no elenco, Sarah Wayne Callies, a Lori de The Walking Dead.

Concluindo, No Olho do Tornado pode não ser um grande filme, mas pelo menos oferece uma boa e honesta diversão para quem vai ao cinema atrás de emoções de parques de diversão.

p.s.: Uma das cenas mais famosas de Twister é a vaca voando, levada pelo tornado. Em No Olho do Tornado, prestem atenção quando eles estão voltando para a escola. Uma vaca voa, lá no meio do caos! Gostei da homenagem!

Lucy

0-lucy-Poster com informação errada, Besson não dirigiu Busca ImplacávelCrítica – Lucy

Opa! Filme novo do Luc Besson, voltando à ação / ficção científica!

Uma mulher acidentalmente ingere grande quantidade de uma droga experimental que a faz expandir sua capacidade cerebral e praticamente lhe dá super-poderes.

Antes de tudo, preciso avisar: cuidado com o trailer de Lucy. Pelo trailer, o filme parece um novo Nikita – uma mulher aparentemente frágil kicking ass. Mas não é bem assim, o foco é mais para a ficção científica cabeça e menos para a ação.

Dito isso, vamos ao filme. É preciso muita suspensão de descrença pra curtir Lucy. Primeiro para acreditar que uma droga experimental no seu organismo elevaria a capacidade cerebral em vez de causar uma overdose. Segundo, para acreditar que uma pessoa com 100% da capacidade do cérebro crie super-poderes mágicos, tipo mudar a cor do cabelo instantaneamente ou fazer pessoas e objetos flutuarem. Sério mesmo que uma pessoa com 100% do cérebro seria capaz de ignorar as leis da física?

(Sem Limites, filme de 2011 estrelado pelo Bradley Cooper, que também traz um personagem que atinge 100% da capacidade cerebral com o uso de uma droga, não desrespeita as leis da física…)

O roteiro, também escrito por Besson, além de ser um grande “papo cabeça pseudo”, tem suas falhas. Tudo é didático demais! Não apenas temos o personagem do Morgan Freeman cujo único objetivo no filme parece ser explicar o que acontece em cada etapa do desenvolvimento do potencial do cérebro, como o filme é repleto de enxertos de metáforas com animais. Precisava disso tudo, sr. Besson?

(O curioso é que Besson já escreveu dezenas de roteiros para outros diretores, ele não é um roteirista “calouro”.)

Se o espectador “comprar” tudo isso, o filme pode funcionar. Besson é um dos melhores diretores contemporâneos de ação, e consegue criar algumas sequências eletrizantes.

Sobre o diretor e roteirista Besson: confesso que me decepcionei. Sou fã do cara desde os anos 80, época de Subway Imensidão Azul, lembro quando vi Nikita nos cinemas – foi a primeira vez que vi um bom filme de ação que não era falado em inglês. Segui acompanhando sua carreira, O Profissional, O Quinto Elemento, até seu tropeço com Joana D’Arc. Depois disso ele passou a dirigir menos, mas escreveu vários roteiros e produziu um monte de filmes (quase todos de ação). Voltou à direção com projetos de outros estilos, a trilogia infantil Arthur e os Minimoys, os dramas Angel-A e Além da Liberdade, a aventura As Múmias do Faraó e a comédia A Família. Pelo trailer, parecia que Lucy seria a sua volta aos filmes de ação. Nada disso, o filme está mais perto do recente papo cabeça de Transcendence do que da porradaria de Nikita

No elenco, o nome é Scarlett Johansson, em excelente fase, ela carrega o filme nas costas tranquilamente. Morgan Freeman é um coadjuvate de luxo, como disse antes, parece que ele só está ali para explicar o filme, seu papel não é muito necessário. O mesmo podemos dizer de Amr Waked, o policial francês, se tirar o personagem do filme nada muda. Por fim, tem Min-sik Choi, aquele mesmo de Oldboy, aqui fazendo um bom vilão.

Enfim, bom saber que Besson fez algo melhor do que A Família. Mas ainda espero que ele volte à sua forma dos anos 80 e 90…

p.s.: O poster nacional está errado. Luc Besson não dirigiu Busca Implacável

Mulheres Ao Ataque

Mulheres-ao-ataqueCrítica – Mulheres Ao Ataque

Falei aqui de Sex Tape, vamos falar de outra comédia recente da Cameron Diaz?

Uma advogada, bem resolvida na vida, descobre que seu namorado é casado. Enquanto tenta se recompor, ela acidentalmente conhece a esposa traída e logo descobre que as duas têm muito em comum. Elas viram melhores amigas e quando percebem que o namorado-marido tem outra amante, criam um trio feminino para planejar sua vingança.

Mulheres Ao Ataque (The Other Woman, no original) não chega a ser ruim. Mas também está longe de ser bom. É mais uma comediazinha besta e inofensiva, daquelas pra gente ver com a namorada numa tarde de chuva e depois esquecer.

Dirigido por Nick Cassavetes (Alpha Dog), Mulheres Ao Ataque explora uma situação onde mulheres que seriam rivais se unem contra um homem – algo meio Bruxas de Eastwick. A trama é clichê, mas Cameron Diaz e Leslie Mann conseguem uma boa química juntas, e assim algumas situações bestas geram cenas interessantes. Leslie Mann tem um bom timing para comédias, e consegue construir um bom personagem sem cair na caricatura.

Sobre o elenco: como citei lá em cima, Cameron Diaz e Leslie Mann fazem bem seus papéis. Nikolaj Coster-Waldau também está bem, apesar de parecer ser o Jamie Lannister em um filme moderno. Don Johnson aparece num papel menor, e até a cantora bizarra Nicki Minaj funciona em um papel pequeno. Que destoa é Kate Upton, muito bonita, mas bem fraquinha como atriz. Achei até apelativa a cena que ela aparece dançando. Parece que a cena só existe para justificar a sua presença – se ela é uma atriz ruim, pelo menos temos uma gostosona rebolando.

Enfim, não chega a ser ruim a ponto de ter que parar no meio. Mas tem coisa melhor por aí…

Sex Tape

0-SexTapeCrítica – Sex Tape

Um casal resolve fazer um filme pornô caseiro para apimentar a sua vida sexual. Ela pede para apagar o filme, mas ele acidentalmente sincroniza o vídeo para vários iPads que o casal tinha dado ao longo do tempo. Agora eles querem tentar trazer todos os iPads de volta, levando a uma série de encontros estranhos na busca.

Sex Tape – Perdido na Nuvem (Sex Tape, no original) é a nova parceria entre o diretor Jake Kasdan e os atores Cameron Diaz e Jason Segel, os mesmos que três anos antes fizeram Professora Sem Classe, filme com boas ideias, mas com resultado meia bomba.

Sex Tape também tem uma premissa mais interessante do que o resultado final, mas pelo menos é mais engraçado que o filme anterior. Alguns momentos são hilários, como toda a sequência na casa do personagem do Rob Lowe, que, apesar de absurda (aquilo tudo nunca aconteceria na vida real), é muito bem orquestrada.

Pena que nem tudo funciona. O humor segue uma linha delicada, que beira a grosseria. A princípio pensamos em uma comédia romântica, pelo elenco, mas tem muitas piadas de baixo calão…

No elenco, Cameron Diaz e Jason Segel fazem o de sempre, e funcionam dentro do esperado. A surpresa está em Rob Lowe, num papel engraçadíssimo. Ainda no elenco, Ellie Kemper, Rob Corddry, e uma ponta de Jack Black.

Ah, é bom avisar: Sex Tape tem uma pegadinha para os fãs de Cameron Diaz. É que ela deu entrevistas falando de cenas de nudez, onde ela e Jason Segel estariam completamente nus. Verdade, eles estão nus em algumas cenas, mas ela quase não mostra nada.

O Que Será de Nozes?

0-O que será de nozes - posterCrítica – O Que Será de Nozes?

Mais uma animação com cara de início de franquia…

Um incorrigível esquilo egoísta é expulso do parque onde morava, com vários outros animais, no meio de uma crise de falta de comida. Mas ele planeja sua volta ao parque quando descobre uma loja de nozes.

Há pouco falei aqui de Khumba, um desenho com cara de Hollywood, mas feito na África do Sul, e que parece uma mistura de Madagascar com O Rei Leão. O Que Será de Nozes tem algumas semelhanças: parece Os Sem Floresta, mas com o Remy de Ratatouille; tem cara de Hollywood, mas é uma produção sul-coreana (co-produção, junto com EUA e Canadá). Outra semelhança: ambos são bonitinhos – e fraquinhos.

Dirigido por Peter Lepeniotis (Toy Story2), O Que Será de Nozes (The Nut Job, no original) é simpático e bem feito. Mas só, muito pouco para hoje em dia, quando a Pixar, a Disney, a Dreamworks e a Blue Sky elevaram a qualidade das animações a um patamar bem alto.

Alguns personagens são muito bons – Mano, o rato que parece irmão do Remy, consegue ser um coadjuvante excelente sem dizer nenhuma palavra. A parte técnica é bem cuidada, temos ângulos criativos ao longo de todo o filme. Mas a trama é bobinha e previsível, e o ritmo é tão lento que parece até que o filme dura bem mais do que os 85 minutos de projeção.

Teve uma coisa que me incomodou um pouco na tradução, mas não sei se aconteceu na transição entre o coreano e o inglês, ou entre o inglês e o português. É que durante todo o filme os personagens só falam em “nozes”, quando vemos claramente outros alimentos na tela. Alguns até parecem amendoins. Será que a palavra “nut” é tão abrangente?

A sessão para a imprensa foi dublada em português, não sei se teremos versões legendadas em cartaz. Tomara que sim, a versão em inglês tem vários nomes legais no elenco: Liam Neeson, Katherine Heigl, Will Arnett, Brendan Fraser e Maya Rudolph.

Ah, sim, tem o “fator Coreia do Sul”. Qual foi o último grande sucesso mundial vindo daquele país? O popstar gordinho Psy e o seu Gangnam Style. Bem, não só a música está na trilha sonora, como vemos uma versão desenhada do Psy dançando com todo o elenco durante os créditos. É, concordo, não precisava…

Por fim, um lembrete: tem uma cena extra no fim dos créditos, curtinha e muito mais engraçada do que o Gangnam Style.

O Dia Seguinte (1983)

O Dia SeguinteCrítica – O Dia Seguinte

Há muito tempo heu queria rever O Dia Seguinte, só tinha visto uma vez, no cinema, lá nos anos 80. Aproveitei o podcast de filmes catástrofe e catei o dvd.

Anos 1980, auge da guerra fria. Em meio à vida cotidiana e normal, são apresentados ao espectador os fatos que culminam na tão temida guerra nuclear, que acontece depois de uma crise diplomática que se agrava entre os EUA e a URSS após esta ter invadido a parte ocidental de Berlim, Alemanha.

Hoje, em 2014, é difícil de se visualizar o tamanho do impacto que O Dia Seguinte teve na época do lançamento. O mundo vivia o auge da guerra fria – que tinha, de um lado, os EUA com várias armas nucleares apontadas para a URSS, e, do outro, a URSS com o mesmo potencial bélico apontado para os EUA. A gente sabia que se um dos lados “apertasse o botão”, ia ser lançada uma quantidade de bombas suficientes para detonar várias vezes todo o planeta.

O Dia Seguinte (The Day After, no original) foi dirigido por Nicholas Meyer, que foi um nome importante no universo trekker. Um ano antes Meyer dirigira aquele que é considerado por trekkers o melhor dos filmes de Star Trek, o Star Trek 2 – A Ira de Khan; depois, Meyer também escreveria o roteiro de Star Trek IV e dirigiria Star Trek VI. Mas aqui ele ficou só no drama, o filme, apesar dos efeitos especiais, é um drama, não tem nada de ficção científica.

Com pouco mais de duas horas de duração, o ritmo do filme não é bom, principalmente na primeira parte. Somos apresentados aos personagens, enquanto ouvimos trechos de noticiários que falam da tensão entre os países e a iminente guerra. E tudo é muito arrastado, são 45 minutos intermináveis!

Sobre o momento chave, a parte das explosões atômicas: alguns efeitos especiais “perderam a validade”, mas no geral, o filme continua impactante. E a terceira parte do filme, com o que acontece nos meses depois das bombas (e não apenas no “dia seguinte”, como sugerido pelo título), continua desoladora e pessimista. No fim do filme, lemos uma mensagem que um ataque nuclear provavelmente seria ainda pior do que o que foi mostrado no filme.

O Dia Seguinte foi originalmente uma produção para a tv, feita pelo estúdio ABC. Mas aqui no Brasil, foi lançado nos cinemas. Me lembro perfeitamente de sair do cinema Petrópolis e estranhar que o mundo ainda estava inteiro lá fora, ainda estava de dia, ainda tinham árvores nas ruas… Sim, o filme foi muito impactante na época!

A Espinha do Diabo

el-espinazo-del-diabloCrítica – A Espinha do Diabo

Aproveitei o evento Sanguecine, no Cine Joia, pertinho da minha casa, pra revisitar A Espinha do Diabo, filme que heu queria rever há anos.

Espanha, 1939. Durante a guerra civil, um menino de dez anos de idade é levado a um orfanato isolado da cidade. Lá, ele aprende a conviver com adultos agressivos e crianças perturbadas pela atmosfera do lugar, e com o espírito de um ex-aluno que clama por vingança.

Apesar do nome remeter ao assunto, (El Espinazo del Diablo no original, The Devil’s Backbone em inglês) não tem nada de demoníaco. Sim, é terror, mas é uma história de fantasma.

O diretor Guillermo Del Toro (Hellboy, Círculo de Fogo), hoje um nome famoso mundialmente, era pouco conhecido na época, mas conseguiu chamar a atenção com este seu terceiro longa metragem, com um misto de terror, suspense e drama, e uma história sólida e com bons personagens (ele é um dos co-roteiristas). Anos depois ele voltaria ao ambiente da guerra civil espanhola em outro excelente filme fantástico, O Labirinto do Fauno. Muita gente considera estes dois os melhores filmes de Del Toro.

Gosto de ver filmes “off Hollywood”. Co-produção México e Espanha, A Espinha do Diabo tem um clima tenso e um estilo de violência que nunca seriam feitos pelos grandes estúdios americanos. O mesmo posso dizer sobre o uso de crianças no filme.

Falando nas crianças, o elenco infantil é bom, mas acho que nenhum dos meninos ficou famoso – Fernando Tielve (Carlos) e Íñigo Garcéz (Jaime) também estiveram em Labirinto do Fauno, mas em papeis menores. Entre os adultos, acho que o maior nome era o de Marisa Paredes, habitual colaboradora de Pedro Almodóvar (que foi produtor executivo aqui). Eduardo Noriega esteve recentemente em O Último Desafio, ao lado de Schwarzenegger e Rodrigo Santoro. Completam o quarteto Irene Visedo e Federico Luppi.

Diferente de alguns filmes de fantasmas por aí, a assombração de A Espinha do Diabo logo mostra a cara, o filme não esconde de ninguém o seu assustador fantasminha. Aliás, a caracterização do fantasma é muito boa, todos os efeitos especiais funcionam bem.

Até onde sei, A Espinha do Diabo nunca foi lançado em dvd ou blu-ray por aqui. Vi muito tempo atrás, ainda na época do vhs. Anos depois consegui comprar o dvd importado, mas estava com preguiça de ver com legendas em inglês. Viva o Sanguecine, viva o Cine Joia!

As Tartarugas Ninja (2014)

0-tmnt-posterCrítica – As Tartarugas Ninja (2014)

A nova versão das Tartarugas Ninja!

Em uma Nova York dominada pela gangue Clã do Pé, um diferente grupo de defensores da lei surge vindo dos esgotos: as Tartarugas Ninja!

As Tartarugas Ninja surgiram nos quadrinhos e tiveram três filmes entre 1990 e 93, um longa de animação em 2007, um seriado com atores em 97, e mais três séries de desenhos animados para a tv (87, 2003 e 2012). Não li os quadrinhos, nem vi os desenhos, minhas comparações serão com os filmes, ok?

Quando anunciaram um remake pelas mãos do Michael Bay, os fãs ficaram preocupados. E quando o novo visual das tartarugas foi divulgado, a preocupação aumentou – como assim, tartarugas com nariz?

Mas, o resultado nem ficou tão ruim. Bay ficou só na produção, sendo assim, As Tartarugas Ninja (Teenage Mutant Ninja Turtles, no original) não tem muitas explosões, e a câmera não é tão tremida. Além disso, o visual das tartarugas não é tão bom quanto o dos filmes dos anos 90, mas não incomoda tanto assim ver tartarugas que não têm cara de tartarugas.

Apesar de seus furos no roteiro, o filme dirigido por Jonathan Liebesman (Batalha de Los Angeles, Fúria de Titãs 2) é divertido, e as tartarugas proporcionam momentos bem engraçados, cheios de piadinhas com referências ao universo pop – Michelangelo cita Star Wars, Harry Potter, Batman e Superman, entre outros. E a cena do MC Mikey no elevador é sensacional!

O visual das tartarugas mudou para pior, acho que isso foi um consenso (vi até piada no 9Gag sobre isso). Mas, se antes parecia que a única diferença era a cor da máscara, agora pelo menos os quatro estão mais diferentes entre si, conhecemos melhor as personalidades de cada um. Além disso, o cgi é bem feito, e todos os quatro se movimentam bem.

(Ah, o rato, Mestre Splinter, era um muppet mal feito na versão antiga, este personagem ficou bem melhor.)

Claro, nem tudo funciona. O elenco “humano” é um dos pontos fracos. Enquanto Megan Fox atuando é um zero à esquerda, Will Arnett está particularmente irritante. William Fichtner está previsível e caricato (matar um capanga só pra ilustrar seu ponto foi exagero, não?), mas pelo menos atua bem. Agora, o vilãozão Shredder é a pior coisa do filme. Não só é um vilão bobo que não mete medo em ninguém, como a sua origem (que estava no filme de 90) foi ignorada. Ah, o Mestre Splinter é dublado por Tony Shalhoub e Johnny Knoxville faz a voz do Leonardo.

Sobre os furos no roteiro. Não vou falar spoilers, mas queria que alguém me explicasse o que parou a queda das tartarugas no fim do filme. Outra coisa: se o sangue da tartaruga era importante, por que os vilões deixaram uma para trás?

Mas, enfim, quem estiver com baixas expectativas vai se divertir.

Como consertar o novo filme das Tartarugas Ninjas

Como consertar o novo filme das Tartarugas Ninjas

As Minas do Rei Salomão (1985)

As-Minas-do-Rei-SalomaoCrítica – As Minas do Rei Salomão

Desde o podcast sobre Indiana Jones tenho vontade de rever os filmes de aventura que surgiram no rastro, como Tudo Por Uma Esmeralda e A Joia do Nilo e os dois filmes do Allan Quatermain. Catei este As Minas do Rei Salomão para rever – mas não lembrava que era tão tosco…

Na época da Alemanha nazista, o aventureiro Allan Quatermain se une a uma pesquisadora que quer encontrar seu pai, desaparecido na África enquanto procurava as minas do Rei Salomão.

Ok, a gente sabe que, na literatura, o personagem Allan Quatermain é mais antigo que o Indiana Jones, assim como sabe que existiu um filme As Minas do Rei Salomão em 1950. Mas, apesar de saber isso tudo, este filme, lançado em 1985, é uma cópia descarada das aventuras do arqueólogo interpretado por Harrison Ford – tem até nazistas na história. E, o pior: uma cópia mal feita.

As Minas do Rei Salomão é quase um filme trash. São tantas as situações ridículas que fica difícil de contar todas! Não sei o que é mais tosco, se é o vilão alemão que parece saído de um filme d’Os Trapalhões, ou se é a cena que Quatermain entra em um vagão de trem cheio de soldados alemães e os enrola cantando uma música, ou se é o povo que vive de cabeça para baixo, ou se é o caldeirão cheio de frutas de plástico (reparem que, quando está rolando, o caldeirão tem um formato diferente!), ou… Se for listar aqui, não acabo hoje…

No elenco, o papel principal estava com Richard Chamberlain, meio canastrão, mas um nome famoso por sua carreira na tv, com participações em vários seriados, minisséries e telefilmes. Sharon Stone, então com 27 anos, ainda era um nome quase desconhecido – depois ela ainda faria alguns filmes B (Loucademia de Polícia 4, Action Jackson) antes de alcançar o estrelato nos anos 90. John Rhys-Davies, que era amigo do mocinho em Caçadores da Arca Perdida, aqui faz um vilão, enquanto Herbert Lom faz o alemão caricato.

Teve uma continuação em 1986, Alain Quatermain e a Cidade do Ouro Perdido, também estrelada por Chamberlain e Stone. A crítica considera este segundo filme ainda pior do que o primeiro. É, acho que não vou rever.

Agora preciso de coragem pra rever Tudo Por Uma Esmeralda. Mas, com Robert Zemeckis na direção, e Michael Douglas, Kathleen Turner e Danny De Vito no elenco, acho difícil ser tão tosco quanto este As Minas do Rei Salomão.