Death Valley

?????? ??????? ?????? ????????? / Death ValleyCrítica – Death Valley

Antes da minha última viagem, procurei recomendações de uma série curta para colocar no celular. Me falaram de uma série da MTV que só teve 12 episódios de 21 minutos cada, e que tinha uma premissa genial – uma cidade que sofria com ataques simultâneos de zumbis, de vampiros e de lobisomens! Perfeita!

Trata- se um “mockumentário” (documentário fake) de humor negro, seguindo policiais da UTF – Undead Task Force – uma unidade específica para tratar de casos de natureza sobrenatural.

Gostei muito do estilo de humor absurdo usado na série: uma cidade – Los Angeles! – que continua a vida normal, convivendo tranquilamente com zumbis, vampiros e lobisomens. O humor absurdo também está presente em alguns diálogos – o capitão Dashell solta umas frases sensacionais, completamente nonsense.

O ritmo da série é muito bom. O humor negro é bem dosado, e a série sabe ser séria quando é pra ser séria. Os personagens são bem construídos e os atores têm boa química.

A série não é perfeita, algumas coisas me incomodaram, tipo o sol não matar os vampiros. Queima, machuca (nada de vampiros purpurina), mas não mata. Mas posso afirmar que tem muito mais coisas boas do que ruins, o saldo é positivo.

No elenco, ninguém conhecido, só reconheci Tania Raymonde, que teve um papel secundário em Lost – Caity Lotz está na série Arrow, mas como nunca vi esta série, não conhecia a atriz. Também no elenco, Texas Battle, Bryce Johnson, Charlie Sanders e Bryan Callen.

Death Valley só teve uma temporada, em 2011 – o último episódio termina com um interessante gancho para uma possível segunda, que nunca foi confirmada. Pena, heu veria mais.

 

À Procura

a-procuraCrítica – À Procura

Oito anos após o sequestro de Cassandra, alguns indícios denunciam que ela ainda está viva. Polícia, pais e a própria Cassandra vão tentar desvendar os mistérios por trás do seu desaparecimento.

Parece que Atom Egoyan gostou de fazer suspenses com um pé no policial. Depois de Verdade Nua (2005), O Preço da Traição (2009) e Sem Evidências (2013). À Procura (The Captive no original) é a sua nova investida no estilo.

A narrativa é fora da ordem cronológica, o roteiro (também escrito por Egoyan, em parceria com David Fraser) acerta na construção simultânea de várias linhas temporais. Pena que na segunda metade o roteiro cai em algumas situações forçadas – por exemplo, aquela perseguição de carro foi completamente dispensável.

O elenco está bem. Muita gente não gosta do Ryan Reynolds, mas não tenho nada contra ele (apesar do Lanterna Verde). Reynolds está bem, deixou o ar engraçadinho de lado e consegue passar a dor de um pai que teve a filha sequestrada. Mas quem impressiona é Kevin Durand, num papel bem diferente dos brutamontes que costuma fazer. Ainda no elenco, Rosario Dawson, Alexia Fast, Mireille Enos, Peyton Kennedy, Scott Speedman e Bruce Greenwood.

À Procura não chega a ser um grande filme, mas pode ser uma opção para aqueles dias que estamos menos exigentes. Pelo menos a fotografia gelada (vemos as cataratas do Niágara congeladas!) agrada, nestes dias de calor no Rio de Janeiro.

Zombeavers

0-Zombeavers-posterCrítica – Zombeavers

Pára tudo! Castores zumbis!!!

Três amigas vão passar um fim de semana em uma cabana isolada ao lado de um lago – onde moram castores zumbis.

Em primeiro lugar, trata-se de um filme trash sobre castores zumbis. Então, neste texto, não cabe nenhum comentário do tipo “ah, mas isso é ridículo!”. CLARO que é ridículo! São CASTORES ZUMBIS!!!

Partindo do princípio de que estamos falando de um filme de castores zumbis, a gente aceita o roteiro absurdo. Porque, acreditem, um “castor zumbi” não é a coisa mais absurda que acontece ao longo do filme! Escrito e dirigido pelo estreante Jordan Rubin, Zombeavers me lembrou Black Sheep, filme neo zelandês com ovelhas assassinas…

Uma boa notícia: Zombeavers não abusa do cgi. Os efeitos especiais dos castores são à moda antiga: bonecos e animatronics. Mas… a má notícia agregada é que os castores parecem Muppets… Não dá pra ter medo de um Muppet, né?

Ah, claro, o roteiro tem seus furos, mas isso já era previsto, né? Tipo, eles acordam e vão nadar no lago, mas logo encontram os castores zumbis e voltam correndo para a cabana – e logo já está de noite… Mas os furos estão dentro de um limite, não são tantos furos bizarros como um Sharknado, por exemplo.

No elenco, claro que não tem ninguém conhecido. Mas isso pouco importa neste tipo de filme. As três meninas principais, Courtney Palm, Rachel Melvin e Lexi Atkins, são bonitinhas, pena que só a primeira tira a roupa (ofilme tem nudez e sexo,mas bem pouco). Os meninos são piores, Peter Gilroy não tem nenhum talento para artes dramáticas, e os outros dois não são muito melhores. Bem, pelo menos gostei das cenas com os entregadores no caminhão – não tem nada nos créditos, mas aquele de óculos e bigode não parece o Bill Hader?

Por fim, aguarde o final dos créditos. Rolam alguns out takes antes dos créditos, mas ainda tem mais. Espere até o fim, por uma curta cena, talvez a melhor piada do filme!

A Casa Silenciosa

A Casa SilenciosaCrítica – A Casa Silenciosa

Refilmagem do uruguaio La Casa Muda.

Enquanto está arrumando uma antiga da casa de campo da família, agora abandonada, no intuito de colocá-la à venda, uma jovem enfrenta fatos estranhos que acontecem dentro da casa.

La Casa Muda chamou a atenção por supostamente ter sido filmado em um único plano-sequência. Não sei se foi verdade ou não, mas isso pouco importa, o filme foi concebido para ter uma narrativa em um único plano em tempo real, só isso já vale pra mim. E claro que um filme latino americano que chama a atenção do mundo gera refilmagem hollywoodiana, né?

A Casa Silenciosa (Silent House, no original) segue exatamente os mesmos passos. Teoricamente um longo plano-sequência acompanhando a atriz Elizabeth Olsen. Só que em Hollywood deve ser mais difícil de guardar segredos, aqui a gente sabe que foram takes de aproximadamente 8 minutos, emendados digitalmente para parecerem um único plano.

O problema é que o plano-sequência é a única coisa boa de A Casa Silenciosa. O roteiro é mal escrito, temos vários momentos longos e entediantes passeando pela casa, e o filme se torna uma experiência quase insuportável de tão chata.

Pra piorar, os personagens secundários são mal construídos, e os atores coadjuvantes são fracos. O final traz um plot twist, que se perde no meio do tédio.

Se salva apenas a atuação de Elizabeth Olsen – além, claro, do gigantesco plano-sequência. Se A Casa Silenciosa tivesse roteiro, podia ser um grande marco na história do cinema. Mas, do jeito que ficou, virou apenas a repetição de um exercício técnico já feito – num filme latino americano.

Dívida de Sangue / Good People

good peopleCrítica – Dívida de Sangue / Good People

Um casal americano, morando na Inglaterra e com dificuldades financeiras, encontra uma mala cheia de dinheiro, que pertencia a um inquilino, encontrado morto por uma overdose. Só que os donos do dinheiro não tardam a aparecer.

Estreia hollywoodiana do dinamarquês Henrik Ruben Genz, Dívida de Sangue / Good People tem alguns problemas básicos. Em primeiro lugar, a trama é batida, a gente já viu este tipo de filme antes (quem mais se lembrou do Cova Rasa?). Mas o ritmo do início do filme é bom, e a gente até esquece esse detalhe – afinal, tem muito filme bom que parte de ideias recicladas.

Mas, do meio pro fim, o filme toma vários rumos que fogem de qualquer lógica. Várias situações que a gente pensa “isso nunca aconteceria na vida real” – tipo quando eles fogem para “se esconder” no motel mas todo mundo sabe onde eles estão. Além disso, tudo fica previsível demais, conseguimos antecipar cada passo do filme. E quando vemos o momento “armadilhas do Esqueceram de Mim“, o filme já perdeu qualquer credibilidade que ainda podia lhe restar.

Pena, porque o elenco nem está mal. Kate Hudson e James Franco funcionam bem juntos (e Kate ainda brinda seus fãs com uma rápida cena de nudez parcial). Também no elenco, Anna Friel, Tom Wilkinson, Omar Sy e Sam Spruel.

Dispensável. Vale mais a pena rever o citado Cova Rasa.

Uma Viagem Extraordinária

uma-viagem-extraordinariaCrítica – Uma Viagem Extraordinária

Filme novo do Jean-Pierre Jeunet!

Um menino gênio, de dez anos de idade, secretamente deixa o rancho onde vive com sua família, para atravessar o país e receber um importante prêmio no Smithsonian Institute.

Quem me acompanha por aqui sabe que aprecio alguns poucos diretores contemporâneos que ainda mantém estilos próprios, alguns poucos “autores”, daqueles que a gente reconhece a obra só de ver um trecho do seu filme. Gente como Terry Gilliam, Tim Burton, Wes Anderson – e Jean-Pierre Jeunet.

Sou fã do cara desde os bizarros Delicatessen e Ladrão de Sonhos, dirigidos em parceria com Marc Caro. Depois de ir para Hollywood fazer o Alien 4, ele deu uma suavizada na bizarrice e realizou o seu maior sucesso comercial, O Fabuloso Destino de Amelie Poulan. (Propositalmente, não vou falar de Eterno Amor). Recentemente, Jeunet tinha voltado pra bizarrice com Micmacs. Ao lado de Amelie Poulan, Uma Viagem Extraordinária é seu filme mais “normal”.

Adaptação do livro “The Selected Works of T.S. Spivet”, escrito por Reif Larsen e lançado em 2009, Uma Viagem Extraordinária (L’Extravagant voyage du jeune et prodigieux T.S. Spivet, no original) é um road movie mágico. E como sempre acontece nos filmes de Jeunet, a fotografia de cores fortes é um dos destaques. O filme ainda é pontuado por algumas animações, criando um cara de fábula. O visual de seus filmes é sempre impressionante.

O problema é que, não sei dizer exatamente onde, mas Jeunet errou a mão no resultado final. Parece que Uma Viagem Extraordinária sofre com crise de identidade: não se decide entre a bizarrice natural dos personagens de Jeunet e o clima família de aventura infanto juvenil; não se decide entre o melodrama da morte do irmão e o humor histriônico da personagem de Judy Davis.

Lidera o elenco o menino quase estreante Kyle Catlett. Mas, diferente de Micmacs, aqui temos atores conhecidos, como Helena Bonham Carter, Judy Davis e Callum Keith Rennie. E, claro, Dominique Pinon tem um papel, como acontece em TODOS os filmes de Jeunet.

Enfim, Uma Viagem Extraordinária não é ruim, longe disso. Mas Jean-Pierre Jeunet já fez melhor…

Podcrastinadores S02E23 – Duplas Policiais

Podcrastinadores.S02E23 – Duplas Policiais

Já reparou que os pedestres dos filmes policiais sempre são ginastas sagazes que desviam em cima da hora dos veículos que fogem pela calçada (destruindo a pobre venda de frutas do asiático que estava trabalhando)? Que o bandido nunca está morto e sempre usa o último suspiro para tentar matar o herói antes de ser finalmente abatido pelo amigo que estava fora de cena? Que o herói aguenta firmemente diversos tiros e facadas, mas sofre horrores quando está com a mocinha limpando os ferimentos? Junte-se a nós nesse programa recheado de clichês sobre os grandes filmes de duplas policiais do cinema e da TV.

Com Gustavo GuimarãesHelvécio Parente, Rodrigo MontaleãoTibério Velasquez e os convidados Sérgio Salvador e Mayra Suzano.

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Interestelar

0-InterstellarCrítica – Interestelar

Filme novo do Christopher Nolan!

Num futuro próximo, onde recursos naturais estão cada dia mais escassos, um grupo de exploradores usa um recém descoberto “buraco de minhoca” para ultrapassar os limites da exploração espacial.

A expectativa era alta. Depois da elogiada trilogia do Batman e do também elogiado A Origem / Inception, Nolan anunciou uma ficção científica “correta”, dirigida por ele e escrita por ele ao lado do seu irmão Jonathan Nolan. Interestelar (Interstellar, no original) fala da tentativa de conquista espacial através de “buracos de minhoca” (wormholes).

Mas… Parece que faltou humildade a Nolan, que, aparentemente, queria “brincar de Kubrik” e fazer um novo 2001. Interestelar até tem alguns bons momentos de tensão, mas o ritmo é muito irregular, e o resultado ficou longo, pretensioso – e chato. São quase três horas de filme (169 minutos) de muito papo cabeça! Sinceramente, não precisava ser tão longo.

Não entendo de astronomia, então não posso julgar se o filme é cientificamente correto como se propôs. Mas entendo de cinema, e posso afirmar que tecnicamente, o filme é excelente. O visual do filme é muito bem feito, e algumas cenas são impressionantes – a morte de um dos personagens pode figurar fácil em listas de melhores cenas do ano. Interestelar só deu azar de ter vindo um ano depois do impressionante Gravidade – Nolan não usa tantos planos-sequência alucinantes quanto o Alfonso Cuarón…

Interestelar é daquele tipo de filme que foca mais nos efeitos especiais do que nos atores, mas mesmo assim Matthew McConaughey faz um bom trabalho, liderando um bom elenco, que conta com Anne Hathaway, Jessica Chastain, John Lithgow, Michael Caine, Matt Damon, Casey Affleck, Topher Grace, Wes Bentley e Ellen Burstyn

Por fim, preciso falar do robô TARS. Admito que gostei como alívio cômico, mas… não sei de quem foi a ideia de fazer os robôs daquele formato. Vou te falar que o cinema deu gargalhadas quando o robô correu pela água. E acho que essa não era a objetivo dos realizadores…

ITV Fest – Bar – Montenegro

noite sem nome cartazPrezados leitores, peço desculpas pelo meu sumiço. Estive fora do Brasil, fui a um festival de cinema…

Dizem por aí que todo crítico de cinema é um cineasta frustrado. Bem, admito que comigo esta afirmação é verdadeira.

Mas, como disse J.J. Abrams numa palestra do TED, hoje em dia qualquer um com uma ideia na cabeça pode filmar. Assim, reuni um grupo de bons amigos afinados com a minha motivação e comecei a fazer meus curtas – em dois anos, produzi e dirigi uns quarenta, entre terror, comédia e musicais.

Um desses curtas, o terror Noite Sem Nome, já foi selecionado por seis festivais internacionais: Viewster (Suíça), ITV Fest Bar (Montenegro), Munich Underground Film Festival (Alemanha), FICMA, Zinema Zombie Fest e Festival Internacional de Cine de Villavicencio 2014 (os três na Colômbia). Mas o reconhecimento veio mesmo com o convite para estar presente no ITV Fest Bar representando o meu filme. Tudo pago para um cineasta de terras tupiniquins mostrar o valor da nossa produção de terror em terras sanguinárias europeias.

Fui para lá duas semanas atrás. Pra quem tiver curiosidade de ver no mapa, Montenegro é parte da antiga Iugoslávia, bem ali entre a Bósnia, a Sérvia, o Kosovo e a Albânia. Cenário de muitas guerras, com cenas de terror da vida real, a região não poderia ser mais apropriada ao gênero.

A propósito, fiquei na paradisíaca cidade de Bar – ótimo nome, não? – onde aconteceu o ITV Fest. E dessa vez não estava em um festival assistindo filmes como crítico. Estava cercado de críticos avaliando o meu filme num festival. E provando que todo crítico-cineasta-frustrado pode um dia ter seu lugar ao sol. Mesmo que seja no frio nublado do leste europeu.

A partir de amanhã, o heuvi volta à programação normal!