O Corvo

Crítica – O Corvo

Sinopse (imdb): Eric Draven e Shelly Webster são almas gêmeas conectadas por um passado sombrio. Após o brutal assassinato do casal, é concedido a Eric uma chance de salvar seu verdadeiro amor. Ele, então, embarca em uma jornada implacável por vingança.

Antes de tudo, peço desculpas pelo atraso. Tinham duas sessões de imprensa no mesmo dia, O Corvo e Longlegs. Escolhi o segundo, e vi O Corvo depois, no circuito.

Rolava um certo receio. A sessão de imprensa foi no dia da estreia. Já comentei em outras ocasiões, quando a assessoria “esconde” o filme, normalmente é porque não é bom. Entrei na sala de cinema com a expectativa lá embaixo. Mas, olha, não é que me surpreendeu positivamente? Não que O Corvo (The Crow, no original) seja um grande filme, mas não é a catástrofe anunciada.

A HQ O Corvo teve uma adaptação em 1994, muito cultuada. Trazia um visual de videoclipe e causou uma grande comoção porque Brandon Lee, o ator principal, morreu no set, quando faltavam poucos dias para encerrarem as filmagens. Mas heu não gosto muito daquele filme, porque acho que o personagem principal ganha super poderes meio que do nada. O cara é assassinado logo no início do filme e já volta com a habilidade do Batman e poder de regeneração do Wolverine.

No novo filme, dirigido por Rupert Sanders (Ghost in the Shell, Branca de Neve e o Caçador, a gente conhece mais a fundo o relacionamento do casal, e quando ele volta dos mortos não está exatamente pronto para enfrentar os inimigos, ele apanha muito antes de conseguir seus objetivos. Outra coisa importante: o grande vilão tem uma conexão sobrenatural, o que justifica um personagem voltar dos mortos para enfrentá-lo. Nessa parte o filme novo é melhor.

Por outro lado, preciso dizer: se no filme de 94 tudo foi muito abrupto, neste filme achei que a parte do relacionamento do casal se estendeu demais. Ok, a gente já entendeu, bora seguir com a história!

(Os dois filmes são bem diferentes. Não li a HQ, não sei qual dos dois filmes é mais fiel.)

O Corvo ainda tem uma outra coisa melhor que o filme dos anos 90. A parte final, onde o protagonista enfrenta vários adversários num teatro onde está acontecendo uma ópera, é muito boa. Boas coreografias de luta – coreografias que conversam com as coreografias da ópera. Muita violência, muito sangue, várias partes de corpos decepadas, é uma sequência longa e muito boa.

No elenco, o nome a ser citado é Bill Skarsgård, mais uma vez mandando muito bem. O cara é bom ator e ainda tem porte físico compatível com o personagem. FKA twigs, cantora em seu primeiro filme (e que heu nunca tinha ouvido falar), faz o principal papel feminino, e funciona pro que o filme pede. O outro nome famoso é Danny Huston, que faz mais uma vez um vilão, igual a vários outros que ele já fez.

Achei o resultado final ok. Vejo muita gente em volta odiando esta nova versão, mas não achei motivo pra tanto ódio, me parece que são fãs do filme de 94 que não aceitam uma nova versão. Mas, como falei, é apenas ok. Porque no sub gênero “filme de vingança”, achei Contra o Mundo, estrelado pelo mesmo Bill Skarsgård, muito melhor que esse O Corvo.