Herege

Crítica – Herege

Sinopse (imdb): Duas jovens missionárias tentam converter um homem, mas a situação se revela muito mais perigosa do que elas poderiam imaginar.

Confesso que fui ver Herege (Heretic, no original) com um pé atrás. Vi o trailer, gostei, aí fui no imdb ver quem tinha feito. Herege é escrito e dirigido por Scott Beck e Bryan Woods, mesma dupla que ano passado fez 65 Ameaça Pré Histórica, filme que errou em quase tudo.

Felizmente, trago boas noticias: em Herege, a dupla de roteiristas e diretores acertou em quase tudo!

Conhecemos duas jovens missionárias mórmons que estão visitando casas para divulgar sua religião. Até que visitam o personagem de Hugh Grant, um cara simpático, carismático e muito inteligente, que primeiro as coloca numa armadilha mental, pra depois evoluir para uma armadilha real.

Herege tem dois grandes trunfos. Um deles é o clima criado pelos cenários da casa velha e pelos excelentes diálogos que questionam vários dogmas de várias religiões. É um filme com muitos diálogos (na verdade, alguns são monólogos), e todos são bem escritos e bem conduzidos. E quase todo o filme se passa dentro da casa, o que cria um ótimo clima claustrofóbico.

Mas o melhor mesmo é a atuação de Hugh Grant. Ele sempre é lembrado pelas várias comédias românticas que fez (como Quatro Casamentos e um Funeral, Um Lugar Chamado Notting Hill ou O Diário de Bridget Jones), mas de uns anos pra cá tem feito papeis diferentes. Gostei dele em Magnatas do Crime e em Wonka. Mas aqui ele está ainda melhor. É um cara simpático e sedutor, seus diálogos são cativantes e conduzem o filme de uma maneira quase hipnotizante. E isso tudo sendo o vilão do filme! Pena que pequenos filmes de terror raramente entram no radar de grandes premiações, porque este papel poderia lhe render um prêmio!

As outras duas atrizes, Sophie Thatcher e Chloe East, também estão bem, mas o destaque sem dúvidas fica para Hugh Grant. E, curiosidade, o outro mórmon que aparece pouco é Topher Grace, de That 70s Show.

Falei lá no início que Herege acerta em quase tudo. O “quase” é porque o terço final muda um pouco o rumo do filme e rola uma quebra de ritmo. Não que fique ruim, mas preferi o clima anterior.

Um comentário sem spoilers sobre o fim: interpretei de um modo, quando acabou a sessão fui conversar com alguns amigos, e ouvi outras duas suposições sobre o final. Ainda acho que a minha é a “certa”, mas foi legal ver que é um final que te faz pensar.

Herege estreia semana que vem, e já quero rever!