Nas Terras Perdidas

Crítica – Nas Terras Perdidas

Sinopse (imdb): Uma feiticeira viaja para as Terras Perdidas em busca de um poder mágico que permite que uma pessoa se transforme em um lobisomem.

Algumas pessoas encontram um nicho e seguem nessa zona de conforto. Sempre lembro do Adam Sandler, que junta uns amigos, viaja, se diverte, filma um fiapo de história, e vende isso como o seu novo filme. São filmes bem ruins, mas, ora, se tem gente comprando, ele está certo de continuar fazendo.

Paul W.S. Anderson também encontrou um nicho: filmes fantásticos com roteiro fraco e cara de videogame, sempre estrelados por sua esposa Milla Jovovich. Foi assim com Resident Evil, foi assim com Monster Hunter. Por que Nas Terras Perdidas ia ser diferente?

Nas Terras Perdidas (In The Lost Lands, no original), tem uma diferença, que poderia ser algo relevante: é adaptação de um conto de George R R Martin. Não li o conto, mas, pelo roteiro, realmente parece videogame.

Num mundo pós apocalíptico, conhecemos uma bruxa que contrata um mercenário pra encontrar o covil de um lobisomem, para atender os desejos de uma rainha. E o filme segue essa jornada, em etapas que parecem justamente fases de um jogo.

(Aliás, algumas das fases não fazem muito sentido, tipo aquela onde ela encontra seres que parecem uma versão zumbi do Groot.)

Nas Terras Perdidas não chega a ser exatamente ruim. Na verdade, encontrei exatamente o que estava esperando: uma trama rasa em um ambiente fantástico, com efeitos especiais de segunda linha, e um roteiro bem fraco.

Assim como em Monster Hunter, o roteiro é o pior do filme. Parece que ninguém releu e revisou, algumas soluções são bem toscas. Heu poderia listar várias inconsistências, mas ia ser um texto meio chato. Mas só vou dizer uma coisa que chegou a me incomodar. Eles demoram alguns dias para chegarem no destino, e isso porque cortam caminho. Aí depois ela consegue voltar no mesmo dia. Ué, são caminhos diferentes?

(Depois da sessão, comentei isso com um amigo, que fez a piada “é que na ida eles foram tirando fotos e postando no Instagram, não fizeram isso na volta”.)

O visual lembra Mad Max, mas cheio de câmera lenta e imagens estilosas – parecia que Paul W.S. Anderson queria emular o estilo do Zack Snyder. Não vou reclamar dos efeitos especiais. Não são muito bons, mas servem pro estilo proposto pelo diretor. Falo o mesmo sobre as atuações de Milla Jovovich e Dave Bautista. O problema aqui é roteiro!

Agora é aguardar a bilheteria, pra saber se o casal Anderson & Jovovich vai fazer uma continuação, ou se vão adaptar outro videogame. Ainda não sabemos. Só sabemos como o resultado vai ficar.

p.s.: A personagem da Milla Jovovich em Resident Evil é Alice. Aqui é Gray Alys. Ninguém reparou que soa igual?