Crítica – A Pele Que Habito
Pedro Almodóvar é um dos diretores mais prestigiados entre boa parte dos cinéfilos cariocas. Nada como usar o seu novo filme para abrir o Festival do Rio, hoje à noite, né?
O doutor Robert Ledgard (Antonio Banderas) passou doze anos se dedicando à criação de um novo tipo de pele, depois que sua mulher sofreu queimaduras fatais num acidente de carro. Vera, uma misteriosa paciente, é usada para testar a pele.
Vou confessar uma coisa aqui: por motivos diversos, perdi vários filmes seguidos de Almodóvar. Não tenho nada contra ele, foi apenas coincidência. Curiosamente, antes dele ser popular (fase pré Mulheres À Beira de um Ataque de Nervos), vi muita coisa da sua fase underground, como A Lei do Desejo e Pepi, Luci, Bom y Otras Chicas del Montón. Mas agora heu estava devendo, o último filme que vi dele foi Carne Trêmula, de 1997.
A expectativa era grande, já que fazia tempo que heu não via nada dele. Mas não me decepcionei, A Pele Que Habito é um bom filme, e traz algumas coisas que são a cara do diretor espanhol, apesar de ter uma temática científica, com direito a roteiro em ordem não cronológica.
A melhor coisa de A Pele Que Habito é a estrutura do seu roteiro. A trama tem uma reviravolta de roteiro sensacional, acho difícil o espectador sair ileso – conversei com algumas pessoas depois da sessão de imprensa, e o desconforto era uma sensação comum. E a fotografia também é bem cuidada, o filme tem várias imagens belíssimas.
A Pele Que Habito também traz uma coisa que é a cara de seu diretor: personagens bizarros vivendo situações bizarras. Toda a parte do Tigre é genial!
O elenco está muito bem. Antonio Banderas, que não trabalhava com o seu compatriota desde Ata-me, muitas vezes é canastrão, mas aqui acerta o tom. Elena Anaya, linda linda linda, está ótima num papel difícil. E Marisa Paredes, eterna musa de Almodóvar, também tem um papel importante.
Nem tudo é perfeito. Almodóvar quis homenagear o Brasil, então criou alguns personagens brasileiros. Mas, caramba, por que não colocar atores brasileiros? O sotaque dos gringos é horrível!
Mesmo assim, A Pele Que Habito é um bom filme e merece ser visto. Pena que a sessão de hoje é só pra convidados (heu também não tenho convite…). Mas tem sessões domingo e segunda. E a estreia nacional está prevista para 4 de novembro – a maioria dos filmes do Festival do Rio não tem exibição garantida no circuito.
Caro DanielFGS,
Quando recebi o convite dessa sessão de imprensa, me lembrei de você!
Valeu pelo reconhecimento,mas sobre o filme,que eu anida não vi,li muito sobre ele no “Boca do Inferno” (ótimo site de terror,todo mundo sabe,o melhor do Brasil),e também,é claro,vi o Antonio Banderas falar sobre a volta da parceria com Pedro Almodóvar no programa “Mais Você” na rede Globo (alias foi ai que eu ouvi mais detalhes sobre o filme,mais soube primeiro no Boca do Inferno mesmo),mas eu não sabia de personagens brasileiros,mesmo assim concordo que ele deveria usar atores brasileiros,afinal o Brasil esta conquistando cada vez mais seu lugar ao sol,no cinema Internacional e Mundial.
P.S:Não esqueça por favor da homenagem a Steve Jobs (senão for pedir muito é claro,sei que estou enchendo um pouco a sua paciência,com tantas sugestões),os fans e admiradores dele que leem o seu blog vão adorar.
A é,caso vc não tenha visto,eu falei sobre o Stive Jobs nos comentários do Festival do Rio.
Num 2011 cheio de bons filmes, A Pele Que Habito periga ser o melhor do ano: http://espinafrando.com/2011/11/espinafrando-a-estreia-a-pele-que-habito/