Entrevista – Dario Argento
Vou inaugurar uma nova fase no Blog do Heu. A partir de agora, tentarei fazer entrevistas, sempre que tiver a oportunidade – o que aconteceu no último fim de semana por causa do Festival do Rio, que trouxe para a nossa cidade Dario Argento, grande cineasta italiano e um dos maiores nomes na história do cinema de horror.
Sábado passado a assessoria de imprensa cedeu espaço ao Blog do Heu, e lá fui heu bater um papo rápido com o mestre Argento. Ele falou da grande influência que Hitchcock tem no seu trabalho; falou de seu novo projeto, Dracula 3D, com Thomas Kretschmann e Rutger Hauer; falou sobre a dificuldade de se escrever o roteiro de um videogame; sobre seu contato com George Romero no projeto Dois Olhos Satânicos; dentre outras coisas.
Preciso citar a ajuda que tive de Oswaldo Lopes Jr, também crítico de cinema, que não só me ajudou com as perguntas, como ainda tirou as fotos que estou postando aqui. Valheu, Oz!
Blog do Heu – Keith Emerson é um grande músico, mas fez pouquíssimas trilhas sonoras. Por que a escolha para fazer a trilha de A Mansão do Inferno?
Dario Argento – Eu me lembro, conheci Keith Emerson em um teatro em Londres. Nós conversamos, ele era fã dos meus filmes, e disse, “sim, eu gostaria de fazer uma trilha sonora”.
Blog do Heu – O sr. é conhecido como um dos maiores nomes da história do cinema de horror. Mas o roteiro do famoso faroeste Era uma Vez no Oeste foi escrito por você, ao lado de Sergio Leone e Bernardo Bertolucci. Como é trabalhar em um estilo diferente, ao lado de grandes nomes consagrados em outros gêneros?
Dario Argento – O roteiro foi um trabalho coletivo, cada um contribuiu com um pouco. Sergio Leone me chamou. Eu era crítico, e ele gostava do meu texto, então achou que eu poderia ser um bom roteirista. Além disso, Sergio foi o primeiro e único a usar protagonistas mulheres, ele queria algo diferente dos outros roteiristas e, por essa razão, quis trabalhar com pessoas jovens.
Blog do Heu – Vários diretores consagrados, como Paul Verhoeven, John Woo e Guillermo Del Toro, têm carreiras em seus países e também nos EUA. Por que o sr. nunca teve uma carreira em Hollywood?
Dario Argento – Fiz alguns filmes em Hollywood, como Trauma e Dois Olhos Satânicos. Também fiz dois filmes para a série Masters of Horror, Pelts e Jennifer, que foram filmados em Los Angeles. É bom filmar lá, mas sou europeu, gosto de voltar para Europa, gosto da atmosfera do meu país.
Blog do Heu – Por causa do seu estilo único, gostaria de saber quais cineastas o influenciaram no início, não necessariamente terror, e especificamente, cineastas italianos. Fellini? De Sica?
Dario Argento – Antonioni. A atmosfera dos filmes de Antonioni. Também Fellini, mas não influenciou no meu estilo, meu estilo é muito pessoal.
Blog do Heu – Os livros da série Giallo Mandadori começaram a ser editados em 1929, mas o cinema só os conheceu a partir dos seus filmes. Foi o sr. que começou a fazer filmes neste estilo ou alguém fez antes?
Dario Argento – Eu me inspirei no Giallo, mas não é a mesma coisa. Eu procurei acrescentar algo pessoal nas histórias.
Por fim, perguntei o que ele conhecia de terror brasileiro, e lhe entreguei um dvd de Mangue Negro e uma cópia de A Capital dos Mortos.
O papo rendeu momentos agradáveis, fotos memoráveis, autógrafos em dvds e a certeza de que esta será a primeira de muitas entrevistas que vocês poderão acompanhar aqui no Blog do Heu. Promessa de cinéfilo/fã!
Parabens!!! mto legal a entrevista!. O que ele disse sobre mangue negro? Vai assitir?
Ele gostou de saber que existem filmes brasileiros de zumbi. Se vai assistir ou não, aí não temos como saber…
Bacana isso Helvécio! Parabéns
Legal!! Qual será o próximo entrevistado? 🙂
Ôpa, parabéns. Muito boa a entrevista, meio nerd também… risos….
Parabéns, bem legal a iniciativa! Esperamos por mais entrevistas!! E a filha dela, está bem? hehehe
Cacete Helvecio,(…)”Sempre que tiver oportunidade vou fazer entrevistas…”E já começa com Dario Argento,o Diretor de “Suspiria”,que sorte.
Antonioni…bom gosto! 😉
Boa entrevista! Se fosse eu seria bem longa…rs minhas dez perguntas valem sempre por mais de 20… rs 🙂
Uau, que estreia. Falou com o ômi mesmo! Parabéns, cara.
Espetacular, mas ele respondia curtinho assim mesmo? Não teve como desenvolver nenhuma idéia, por exemplo, a circunstância em que ele conheceu o Keith Emerson?
Luiz, ele não desenvolvia as respostas, infelizmente… Se você quiser, depois copio a entrevista pra você!