Elysium

Crítica – Elysium

Um dos mais esperados filmes do ano!

Em 2154, onde os muito ricos moram numa estação espacial, o Elysium, enquanto os outros, pobres, vivem na Terra, que virou uma gigantesca favela, decadente e superpopulada, um operário tem uma missão que pode trazer igualdade a esse mundo dividido.

Por que citei Elysium como um dos mais esperados do ano? Bem, quase todos os cinéfilos brasileiros estavam curiosos pela estreia hollywoodiana de Wagner Moura, aproveitando o sucesso internacional do seu Capitão Nascimento nos dois Tropa de Elite – Alice Braga também está no elenco, mas ela já fez vários filmes na “gringolândia”. Mas, além de torcer pelo sucesso de Moura, heu também estava curioso por ser o novo filme escrito e dirigido por Neill Blomkamp, o mesmo do excelente Distrito 9, um filme sul-africano que surpreendeu o mundo ao usar a ficção científica como metáfora para o Apartheid. Chegou a concorrer a quatro Oscars em 2010, incluindo melhor roteiro adaptado e melhor filme!

E como foi o resultado do segundo filme de Blomkamp? Bem, o resultado é positivo, mas poderia ser melhor…

O problema aqui é a comparação. Distrito 9 era, ao mesmo tempo, uma eletrizante ficção científica e uma pungente crítica social. Elysium funciona muito bem como FC, mas falha na parte social.

Spoilers leves no próximo parágrafo, ok?

Blomkamp tentou fazer uma crítica à segregação de classes sociais e à situação dos imigrantes ilegais, mas se perdeu na parte final do filme. E olha que não estou citando o maniqueísmo: todos os ricos são maus, muito maus! E ainda são capitalistas burros: se aquela “cama médica” é tão prática e tão comum a ponto de estar presente em todas as residências de Elysium, por que não trazer algumas pra Terra e vender os serviços a “preços módicos”?

Fim dos spoilers!

Provavelmente Blomkamp sofreu influência dos executivos norte-americanos. Diz a lenda que o seu roteiro foi alterado, mas como não temos acesso ao roteiro inicial, não sabemos se é verdade. Felizmente a parte “diversão” funciona muito bem. O ritmo do filme é muito bom, e os efeitos especiais são extremamente bem feitos.

E o Wagner Moura, como se saiu?

Moura é coadjuvante, o filme é de Matt Damon. Mas é um coadjuvante importantíssimo na trama, e está muito bem no seu papel de Spider, uma espécie de chefão do tráfico misturado com hacker. Aliás, tem uma cena engraçada para os brasileiros: certo momento, Spider tem uma explosão de raiva e grita dois palavrões em português…

Alice Braga tem um papel mais fraco, apesar de ser o interesse romântico do protagonista. Mas tudo bem, ela já mostrou seu talento em outras ocasiões em Hollywood – inclusive, em filmes de ação / ficção científica, como PredadoresRepo Men e Eu Sou A Lenda.

Enfim, boa ficção científica em cartaz nos cinemas. Só não podemos comparar com o filme anterior do diretor.

O bom elenco “off-Hollywood” ainda conta com o mexicano Diego Luna e o sul-africano Sharlto Copley (que também estava em Distrito 9). Não sei se foi coincidência, mas achei uma boa escolha usar atores que conhecem de perto a situação de países subdesenvolvidos para viverem os moradores do planeta Terra devastado. Ainda no elenco, os “gringos” Jodie Foster e William Fichtner.

Enfim, boa ficção científica em cartaz nos cinemas. Só não podemos comparar com o currículo prévio do diretor…

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