Crítica – The Fantastic Four (1994)
Há tempos heu tinha curiosidade de ver este raro clássico trash. Quando fui falar num podcast sobre a Marvel, tomei coragem e vi.
Os jovens cientistas Reed Richards e Victor Von Doom tentam usar a energia de um cometa radioativo, mas um erro de cálculo acaba causando um acidente onde Victor é dado como morto. Dez anos depois, o cometa está de volta. Desta vez, Reed construiu uma nave para ir até o tal cometa e tentar repetir o experimento, agora no espaço. Mas um novo acidente faz os quatro tripulantes ganharem super poderes.
The Fantastic Four tem uma história curiosa. Um estúdio comprou os direitos para fazer o filme, mas estes estavam prestes a expirar. Então filmaram qualquer coisa, só pra não perderem os direitos. O filme não foi feito para ser lançado! Mas alguém vazou uma cópia, e hoje você encontra qualquer coisa pela internet, né?
Este filme é conhecido como “o Quarteto Fantástico do Roger Corman”, mas Corman aqui só foi o produtor. O diretor é um tal de Oley Sassone – o cara é tão underground que na sua página do imdb, ele aparece na foto ao lado do Coisa, e temos a informação que ele “tocou guitarra numa banda punk”.
Diretor desconhecido, elenco idem. Passeei um pouco pelo imdb, não vi nada relevante na carreira de nenhum dos atores.
Os efeitos especiais chamam a atenção – mas pelo lado negativo. Tudo é tosco demais! Os efeitos parecem de uma produção dos anos 70, mas o filme é de 94! Pra gente se situar, Parque dos Dinossauros é de 93, um ano antes…
Se fossem só os efeitos especiais toscos, The Fantastic Four não seria tão ruim. Mas a história é tosca, os personagens são caricatos e as atuações são péssimas. Algumas cenas são constrangedoras, como quando Reed e Ben reencontram os irmãos. E o que é aquele personagem que parece o Pinguim, vilão do Batman?
Vendo hoje, The Fantastic Four é muito ruim. Mas, comparando com o que havia na época, nem era tão tosco – a gente precisa se lembrar do Justiceiro do Dolph Lundgren (89), do Judge Dredd do Stallone (95), do Fantasma do Billy Zane (96) e do Sombra da Alec Baldwin (94), entre outros (nunca vi o Capitão América de 1990, outro filme famoso por ser muito ruim) – isso porque não falei dos Batman do Joel Schumacher. Tosqueira e filme de super herois eram coisas que andavam juntas (com honrosas excessões, claro, como os Superman do Richard Donner ou os Batman do Tim Burton). Ou seja, era tosco, mas dentro do padrão aceitável.
Mas, visto hoje, só para os fãs de filmes trash. E só via download, não existe uma versão “oficial”.
E mesmo assim, é curioso sabermos que fizeram uma nova versão do Quarteto Fantástico, já na nova era de filmes baseados em quadrinhos, duas super-produções milionárias com efeitos especiais excelentes, lançadas em 2005 e 2007. E que ambos os filmes são tão ruins como este “raro clássico trash”…
O Quentin Tarantino vai interpretar Roger Corman no cinema!