Crítica – Labirinto – A Magia do Tempo
Pro podcast de bonecos, fui rever Labirinto, filme que heu não via desde a época do lançamento nos cinemas.
A adolescente de 15 anos Sarah acidentalmente deseja que seu meio irmão bebê seja levado por Jareth, rei dos duendes, que ficará com o bebê e o transformará em um duende se Sarah não terminar o labirinto em 13 horas.
Lançado em 1986, Labirinto – A Magia do Tempo (Labyrinth, no original) foi o último filme dirigido por Jim Henson, o criador dos Muppets, que viria a falecer em 1990. Baseado num roteiro de Terry Jones (ele mesmo, do Monty Python), e com George Lucas como um dos produtores, Henson fez um dos melhores filmes de fantasia da década de 80.
Os bonecos são muito bem feitos, tanto os marionetes e fantoches, quanto os maiores, com gente dentro da fantasia. Jim Henson não ia dar mole na área onde é especialista, né? E a maior parte dos efeitos especiais continua convincente – a primeira entrada de Sarah no labirinto ainda impressiona!
O elenco tem basicamente três atores – outros aparecem, mas muito rapidamente. David Bowie já era um nome bem famoso na música, e ainda era um ator bissexto. Mas o nome a ser citado é Jennifer Connelly, então com 15 anos, em um de seus primeiros sucessos (ela tinha feito um papel pequeno em Era Uma Vez na América em 1985, e estrelado o underground Phenomena, do Dario Argento, em 86). E chega a dar pena do bebê Toby Froud – que depois, adulto, trabalharia nos efeitos especiais de Crônicas de Nárnia e Paranorman. O menino chora boa parte do filme.
(Dentro dos bonecos, tem algumas pessoas conhecidas, como Frank Oz, Kenny Baker, Warwick Davis, Jack Purvis, Brian Henson e Ron Mueck – hoje conhecido como escultor. Mas não dá pra ver…)
Como ponto fraco, a parte musical de David Bowie perdeu a validade. Nada contra o som ser datado por ter muita cara de anos 80, mas, na boa, não rola um vilão que fica cantando e dançando. Pelo menos a cena com o labirinto “escheriano”, com gravidades em ângulos diferentes, ficou bem legal, apesar da música.
Existem pela internet alguns estudos psicológicos sobre o filme. Pode até existir um fundo psicológico, mas prefiro ver Labirinto como uma fábula. E uma fábula que continua gostosa de se ver.