Mais um filme de câmera encontrada…
20 anos depois de um terrível acidente durante a apresentação de uma peça de teatro da escola de uma cidade pequena, estudantes da mesma escola revivem a mesma peça numa tentativa de honrar o aniversário da tragédia – mas logo descobrem que algumas coisas são melhores se deixadas pra lá.
Um tempo atrás apareceu um videozinho viral nos youtubes da vida, onde alguém colocava dois lápis, um em cima do outro, em cruz, e supostamente invocava um fantasma chamado Charlie. Pra ser sincero, nunca achei graça neste videozinho, que não tinha nada de assustador. E agora, que sabemos que o vídeo foi criado para ser um viral deste filme é que o vídeo perdeu completamente a graça – porque o filme não tem nada a ver com esse papo de dois lápis!
Escrito e dirigido pela dupla Travis Cluff e Chris Loffing, A Forca (The Gallows, no original) nunca usa a ideia do lápis em cruz. O negócio aqui é a forca, como o título diz.
O problema é que o estilo “câmera encontrada” já cansou, pra vermos um novo filme neste estilo, ele tem que apresentar algo de novo, coisa que não acontece aqui. E, pra piorar, o ritmo é quase baiano. O filme tem uma hora e vinte no total, e as coisas só começam a acontecer depois dos 40 min de projeção.
Já falei dos furos de roteiro? São vários, mas não vou entrar em detalhes por causa de spoilers. Só deixo três perguntas no ar: por que eles não usaram nenhuma ferramenta quando se viram presos na escola (eles levaram ferramentas, lembrem-se!); como o protagonista não sabia que seu pai estava nas fotos expostas na parede do colégio há 20 anos; e como ninguém conhecia a mãe da atriz principal da peça numa cidadezinha pequena.
Pra não dizer que nada se aproveita, gostei muito da cena vermelha que acabou virando o trailer e o cartaz do filme. Aliás, o fato desta cena estar no trailer e no cartaz mostra que não fui o único a gostar…
Uma coisa me incomodou em A Forca, apesar de não ser exatamente um furo de roteiro: as idades dos personagens. Naquela cidade todos são pais aos 20 anos? Afinal, o pai de um personagem e a mãe de outro estavam na peça em 93, e o filme se passa em 2013…
Enfim, mais do mesmo.