Filme novo escrito e dirigido por M. Night Shyamalan. Será uma notícia boa ou ruim?
Uma mãe separada manda seu casal de filhos adolescentes passar uns dias na casa dos avós, que nunca conheceram, porque a mãe saiu de casa brigada antes de casar. Os jovens resolvem fazer um documentário para tentar reaproximar a mãe dos avós, mas acabam descobrindo segredos sobre os avós.
Shyamalan tem uma carreira curiosa. Seu primeiro filme, O Sexto Sentido, foi uma obra prima. Desde então, ele vive à sombra deste filme de estreia. De lá pra cá, foram sete longas, alguns bem ruins. Mas, mesmo assim, ele ainda tem prestígio para lançar seus filmes nos cinemas (nenhum foi direto para home vídeo). E a gente fala mal, mas todo mundo que conheço continua vendo seus filmes, por pior que sejam…
A boa notícia é que A Visita (The Visit, no original) é o melhor Shyamalan em muito tempo. Não chega a ser tão bom quanto O Sexto Sentido, mas é bem melhor que seus quatro últimos filmes (Dama na Água, Fim dos Tempos, O Último Mestre do Ar e Depois da Terra). Aliás, é bom avisar que Shyamalan voltou ao seu estilo, depois de dois filmes “fora da curva” – O Último Mestre do Ar foi uma adaptação, e Depois da Terra era uma tentativa de alavancar a carreira de Jaden Smith (e ambos foram bem ruins). A Visita lembra seu início de carreira.
A Visita é terror, mas o filme é bem humorado. Não chega a ser uma comédia, mas dá pra rir durante a projeção – uma das boas sacadas é que o garoto troca palavrões por nomes de cantoras pop. Temos um susto aqui, outro acolá, mas o que A Visita tem de melhor é o clima criado pelo diretor. Toda a ambientação dentro da casa é muito boa, assim como o mistério sobre os avós.
Shyamalan usa o batido recurso da câmera encontrada, mas o resultado é melhor do que a média – são duas câmeras, os adolescentes filmam tudo o tempo todo. Mesmo assim, acho que este recurso já deu o que tinha que dar. Nas cenas finais, a menina teria largado a câmera…
Gostei do elenco, o quarteto principal de nomes desconhecidos (Olivia DeJonge, Ed Oxenbould, Deanna Dunagan, Peter McRobbie) está muito bem, especialmente a avó maluquinha. O único nome mais conhecido do elenco é Kathryn Hahn, que pouco aparece como a mãe.
No fim, sempre fica a comparação com sua obra mais famosa. Mas podemos dizer que Shyamalan voltou aos “velhos tempos”.