Um menino de 5 anos vive com sua mãe em um pequeno quarto, de onde nunca saiu, e por isso nunca teve contato com o mundo exterior.
Depois de contar uma história esquisita sobre um cara esquisito em Frank, o diretor Lenny Abrahamson resolveu contar uma história sobre um garoto que vive uma realidade esquisita no seu filme novo, O Quarto de Jack (Room, no original). E Abrahamson conseguiu mostrar um universo rico, mesmo confinado dentro de um pequeno quarto de poucos metros quadrados. O personagem Jack é ótimo!
Assim como em Frank, o forte aqui são as atuações. Brie Larson ganhou o Globo de Ouro e está concorrendo ao Oscar de melhor atriz (o filme concorre a outras três estatuetas, melhor filme, melhor diretor e melhor roteiro adaptado), mas quem chama a atenção é Jacob Trembley, que interpreta o pequeno Jack, de 5 anos recém completados. Trembley entrega um personagem mais sólido que muito ator adulto por aí. Seu Jack vale o ingresso! William H. Macy e Joan Allen também estão bem, em papeis secundários.
O roteiro de O Quarto de Jack foi escrito por Emma Donoghue, autora do livro onde o filme se baseia. Não li o livro, não sei qual a sua estrutura, mas podemos dizer que o filme se divide claramente em duas partes. No meio da trama acontece um grande plot twist, que muda o rumo da história. E aí reside um problema: a segunda parte não é tão boa quanto a primeira. Nada que estrague o resultado final, mas o ritmo do filme nitidamente cai.
Mesmo assim, vale ver o pequeno Trembley.