Crítica – Jurassic World: Reino Ameaçado
Sinopse (imdb): Quando o vulcão adormecido da ilha começa a ressoar, Owen e Claire montam uma campanha para resgatar os dinossauros remanescentes deste evento de nível de extinção.
O primeiro Jurassic Park, de 1993, é até hoje um grande filme. Por outro lado, suas continuações de 1997 e 2001 são esquecíveis. Já o reboot de 2015 trouxe um novo sopro de energia à franquia. Será que existe pique pra mais um filme?
Mais ou menos. Jurassic World: Reino Ameaçado (Jurassic World: Fallen Kingdom, no original) tem seus momentos, mas o resultado final deixa a desejar.
Admito que gostei da escolha do diretor, J.A. Bayona, que fez O Orfanato, O Impossível e Sete Minutos Depois da Meia Noite. Mas uma produção deste porte normalmente não tem muito espaço pra criatividade na direção…
A parte técnica é impressionante. Se o primeiro Jurassic Park já tinha dinossauros convincentes, hoje, quando o cgi é ainda mais evoluído, a produção não economizou. Mais uma vez, temos vários dinossauros, todos muito bem feitos.
Por outro lado, o roteiro exagera nas forçações de barra. Tipo o Chris Pratt esquecer que ele não está num filme de super heróis e lutar sozinho contra vários homens armados. Ou um dinossauro modificado, que falam que tem olfato apurado, mas você consegue se esconder dele atrás de uma pilastra. Não digo mais pra não entrar em spoilers, mas o filme está cheio de situações assim. Pra piorar, tudo é muito previsível. Isso porque não tô falando de ideias repetidas dos outros filmes – de novo um dinossauro aprimorado geneticamente, de novo a ideia de se usar dinossauros para guerra, de novo uma criança desnecessária no meio da trama.
Sobre o elenco, Chris Pratt e Bryce Dallas Howard voltam aos seus papeis de Owen e Claire. Jeff Goldblum também volta ao papel de Ian Malcom, dos dois primeiros filmes, em uma rápida participação. Pelo lado negativo, temos três bons exemplos de personagens caricatos: a latina empoderada (Daniella Pineda), o nerd medroso (Justice Smith), e o vilão capitalista (Rafe Spall). Muito espaço pras caricaturas, pouco espaço pra bons atores como James Cromwell e Geraldine Chaplin (Toby Jones também é um bom ator, mas é mais um num papel caricato).
Claro que teremos mais uma continuação se este filme tiver retorno. E claro que a gente vai ver. E se não tiverem novas ideias, claro que vão repetir tudo. De novo.